D. Manuel Clemente,
Cardeal-Patriarca Católico de Lisboa, que de clemente parece não ter nada,
através da “Nota para a recepção do capítulo VIII da exortação apostólica ‘Amoris
Laetitia’”, por si assinada, defende que a igreja católica tem o dever de propor
a vida em continência (sem relações sexuais) aos católicos divorciados que
vivem em "situação irregular", ou seja, que vivem um novo casamento
civil após o divórcio ou que vivem uma união fora do casamento, para que
excepcionalmente possam concorrer aos sacramentos da confissão e da comunhão,
parecer apenas válido para a Diocese da Capital que não vincula os demais
bispos portugueses, não hesitando alguns em manifestar a sua total discórdia em
relação ao documento agora elaborado pelo Bispo de Lisboa.
Todos sabemos que historicamente
a Igreja Católica tem uma má relação com o sexo, sendo por isso de lamentar os
actos de pedofilia e de estupro perpetrados por alguns dos seus sacerdotes, grei
que há partida deveria ser celibatária e liberta das “demoníacas” tentações
carnais, como lhe é imposto e já vivessem a vida vindoura. Por outro lado, a
Igreja Católica já deveria há muito ter-se libertado da confusão entre o reino
do poder e o da Glória, parado de inventar sacramentos que não constam dos
Meios da Graça adiantados pelo Evangelho. Os sacramentos adiantados pela
doutrina bíblica e bem compreendidos pelos Pais da Igreja são apenas dois:
Baptismo e Santa Ceia.
Para que haja um sacramento
é necessário que aos elementos naturais esteja associada uma promessa divina de
perdão, porque doutro modo estaremos diante de ritos que apenas servem a vaidade
e a vanglória de quem os pratica, actos que ofendem Deus por colocarem em pé de
igualdade o sacrifício de Cristo por toda a humanidade e o sacrifício de cada
um, o que sempre terá como consequência directa a incerteza da salvação. No
Baptismo, à água (elemento natural) está associada à promessa que diz: “quem
crer e for baptizado será salvo”; Na Santa Ceia (Eucaristia), o pão e vinho estão
também associados à promessa da remissão dos pecados. Em que capítulo da Bíblia
está escrito que o simples acto de casar oferece o perdão de Deus? Se assim
fosse, os padres viveriam em grande pecado e desgraça! Será que alguns não
vivem?
O casamento é um contrato
nupcial entre dois indivíduos e coisa própria deste mundo, não uma condição
pela qual alguém mereça a condenação ou a salvação eternas. Quando um casal acabado
de casar vai à igreja, vai ali pedir a bênção de Deus sobre o compromisso que
voluntariamente assumiram um com o outro, sabendo que não será fácil mantê-lo
válido ao longo da vida face ao grau e número das dificuldades encontradas.
Trapalhadas como a
motivada pela “nota” de D. Clemente, para além de contribuírem para a divisão
da Igreja Católica Portuguesa, servem perfeitamente para aumentar o número dos católicos
nominais e diminuir proporcionalmente o dos praticantes, aumentando ainda mais
a hipocrisia reinante nesta igreja histórica. O Sr. Cardeal-Patriarca, que já
não chega a Papa, gratias ago Deo, já que gosta tanto de mandar e proibir, que
ordene à erva ao redor da Sé Patriarcal que pare de crescer, milagre que a
acontecer, mereceria por certo a gratidão dos serviços de limpeza da Câmara
Municipal de Lisboa. É evidente que para quem não é católico, o parecer deste
prelado é de igual valor ao das vozes daquele burro que não chegam ao Céu.
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