segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

ARRUMARAM-NA AOS 6 ANOS DE IDADE

A história do binómio Carolyn/Ally é um drama que se conta em poucas linhas mas que não deixa de ser chocante. Carolyn Allum, residente em Claydon, um vilarejo a norte de Ipswich no Suffolk, England, é uma invisual a quem foi entregue uma cadela-guia, a Ally, uma dócil e encantadora Labradora preta, com 6 anos de idade, própria para o cracking e que tem acompanhado Carolyn praticamente por todo o lado.
A generosa Labradora foi atacada 6 vezes nos últimos anos por cães desvairados, saindo de um ataque com uma orelha rasgada e várias perfurações na boca. Perante a reincidência de tais actos e como consequência, a traumatizada cadela-guia passou a retaliar, a agir anti-socialmente contra outros cães, o que não lhe é permitido atendendo à natureza do seu serviço, pelo que de imediato será dele dispensada. O último confronto aconteceu no centro da Cidade de Ipswich diante de um cão fora de controlo.
Para termos uma noção mais tangente à criminalidade presente em Ipswich, segundo dados publicados pela polícia local relativos ao Ano de 2017, em East Ipswich East, a violência e as ofensas sexuais ocuparam o primeiro lugar com 29,77% e o comportamento anti-social ocupa o segundo lugar com 17,38% (https://www.police.uk/suffolk/J31A/crime/stats/).
Vítima de gente pouco escrupulosa e de cães malvados, Carolyn Allum está inconsolável com o sucedido, o que não impede que continue a apelar a todos os proprietários caninos para que apostem na sociabilização dos seus cães. Sem a Ally, a invisual poderá esperar até 1 ano por um novo cão-guia, cães que custam em média 57.000 libras. Em Inglaterra, ao abrigo do “The Dangerous Dogs Act”, o ataque de um cão sobre um cão-guia é uma ofensa criminal, quer cause danos ou não, esteja ou não esteja o seu dono presente, por se considerar um invisual como um adulto vulnerável.
Para além de perder a sua fiel companheira e do desgosto que sente, Carolyn vê ainda limitada de sobremaneira a sua autonomia, rotinas diárias e viver social. O transtorno desta invisual e a reforma compulsiva da Labradora poderiam ser evitados se um grupelho de camelos se preocupasse com os demais e não se divertisse com o mal dos outros. E camelos destes, gente que nem está aí para os direitos dos demais, temo-los cá de todas as cores e para todos os tamanhos. Não merecerão os cegos o nosso respeito? Se sim, protejam os cegos: deixem-lhes os cães em paz! 

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