terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

BLOODHOUNDS: REIS DA SAVANA MAASAI MARA

Desde 2009 que a savana da Reserva Maasai Mara está a ser protegida por Bloodhounds, cães que se têm revelado os melhores protectores da vida selvagem e da fauna queniana. A Reserva é administrada pela organização sem fins lucrativos, Mara Conservancy, que é uma parceria público-privada com a comunidade local Maasai. A actual unidade canina chama-se Maseto Sampei e tem neste momento à sua disposição 6 Bloodhounds, 4 especializados na detecção de caçadores furtivos e 2 na detecção de armas e marfim.
Linda Porter (na imagem abaixo) e o seu marido, John Lutenberg, que tinham passado décadas a caçar prisioneiros evadidos nos Estados Unidos, abraçaram o projecto e trouxeram para o Quénia os dois primeiros cães em 2009. Um deles ficou tão aterrorizado com a quantidade e novidade dos odores presentes na savana que comprometeu vivamente o seu desempenho, o que não acontece hoje, porque os novos rangers caninos são nascidos e criados no Quénia para facilitar a sua identificação com o particular daquele seu território.
Para além dos adestradores norte-americanos e dos guardas da Reserva Natural que trabalham com os cães, a Unidade Maseto Sampei é ainda composta por uma médico-veterinária japonesa, a Dr.ª Asuka Takita (na foto baixo), que desde a primeira hora mostrou a sua total disponibilidade para ajudar os Bloodhounds na luta sem tréguas aos caçadores furtivos, prestando-lhes os cuidados necessários ao seu normal desempenho (acreditamos que muitos veterinários portugueses recém-formados poderão ter chances idênticas em programas semelhantes).
Numa zona descrita como o “Triângulo de Mara” que ocupa 1/3 da Reserva, a proliferação de caçadores furtivos nos anos 90 era tão grande e tão ruim que até os turistas acabavam roubados à beira das picadas. De lá para cá, com a Savana Maasai Mara entregue à Mara Conservancy, 4.000 caçadores furtivos foram apanhados, milhares de armadilhas foram descobertas e destruídas, e toneladas de carne foram apreendidas, tudo em prole da vida selvagem, porque doutro modo mais espécies estariam praticamente extintas.
O trabalho desempenhado pela Unidade Maseto Sampei nesta savana queniana, que se estende até ao Parque Nacional do Serengeti na Tanzânia, funciona como sua primeira defesa e sempre que algum caçador furtivo é ali apanhado, é de imediato entregue às autoridades tanzanianas para detenção. Trabalhos meritórios como estes são excelentes desafios para jovens adestradores e para todos os que se preocupam com a continuidade da vida no nosso Planeta. Haverá por cá alguém interessado num desafio destes? 

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