Desde 2009 que a savana da
Reserva
Maasai Mara está a ser protegida por Bloodhounds, cães que se
têm revelado os melhores protectores da vida selvagem e da fauna queniana. A
Reserva é administrada pela organização sem fins lucrativos, Mara
Conservancy, que é uma parceria público-privada com a comunidade local
Maasai. A actual unidade canina chama-se Maseto Sampei e tem neste momento à
sua disposição 6 Bloodhounds, 4 especializados na detecção de caçadores
furtivos e 2 na detecção de armas e marfim.
Linda Porter
(na imagem abaixo) e o seu marido, John Lutenberg, que tinham passado
décadas a caçar prisioneiros evadidos nos Estados Unidos, abraçaram o projecto
e trouxeram para o Quénia os dois primeiros cães em 2009. Um deles ficou tão
aterrorizado com a quantidade e novidade dos odores presentes na savana que
comprometeu vivamente o seu desempenho, o que não acontece hoje, porque os
novos rangers caninos são nascidos e criados no Quénia para facilitar a sua
identificação com o particular daquele seu território.
Para além dos adestradores
norte-americanos e dos guardas da Reserva Natural que trabalham com os cães, a
Unidade Maseto Sampei é ainda composta por uma médico-veterinária japonesa, a
Dr.ª Asuka
Takita (na foto baixo), que desde a primeira hora mostrou a sua total
disponibilidade para ajudar os Bloodhounds na luta sem tréguas aos caçadores
furtivos, prestando-lhes os cuidados necessários ao seu normal desempenho
(acreditamos que muitos veterinários portugueses recém-formados poderão ter
chances idênticas em programas semelhantes).
Numa zona descrita como o “Triângulo
de Mara” que ocupa 1/3 da Reserva, a proliferação de caçadores furtivos
nos anos 90 era tão grande e tão ruim que até os turistas acabavam roubados à
beira das picadas. De lá para cá, com a Savana Maasai Mara entregue à Mara
Conservancy, 4.000 caçadores furtivos foram apanhados, milhares de
armadilhas foram descobertas e destruídas, e toneladas de carne foram
apreendidas, tudo em prole da vida selvagem, porque doutro modo mais espécies
estariam praticamente extintas.
O trabalho desempenhado
pela Unidade
Maseto Sampei nesta savana queniana, que se estende até ao Parque
Nacional do Serengeti na Tanzânia, funciona como sua primeira defesa e
sempre que algum caçador furtivo é ali apanhado, é de imediato entregue às
autoridades tanzanianas para detenção. Trabalhos meritórios como estes são
excelentes desafios para jovens adestradores e para todos os que se preocupam
com a continuidade da vida no nosso Planeta. Haverá por cá alguém interessado
num desafio destes?
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