Para não se perder o fio à
meada, comecemos pelo princípio. Hannah Edwards (na foto abaixo), gerente do
marketing da Freshpet, empresa americana que produz alimentos congelados e
guloseimas para cães e gatos, levou a cabo uma pesquisa via Onepoll.com
no Reino Unido que abrangeu 2.000 proprietários de pets. Entre outras
conclusões, umas esperadas e outras não, 3 em cada 10 adultos entrevistados afirmaram
que os seus cães e gatos são melhores ouvintes que os seus parceiros, facto que
a ninguém espanta, porquanto não falam e não desgrudam!
Mas vamos a mais números:
42% dos inquiridos abraçam e beijam mais os seus pets que os seus companheiros
humanos, 33% publicam mais fotos dos seus cães e gatos do que dos parceiros nas
redes sociais e o mais estranho de tudo isto: 14% preferem um pet a um
companheiro humano! Esta estranha tendência, que se vem acentuando também entre
nós, sustentada pelo narcisismo e pelo hedonismo, que não se cansa de atribuir inusitadas
qualidades humanas aos animais que nos cercam, é mais um duro golpe na
sociedade, nas famílias e no que elas representam, porquanto põe em causa o
futuro da humanidade.
Nos lares portugueses
actuais, à medida que a taxa natalidade diminui, cresce o número de cães e gatos
no seu seio, porque não são poucos os que optam por animais ao invés de filhos,
cães e gatos que são agora tratados como meninos e meninas consoante sejam
machos ou fêmeas. E como de uma insanidade se salta sem dificuldade para outra,
há quem diga para uma criança que olhe pelo “mano”, referindo-se ao cachorro
que os acompanha!
A gravidade destas
toleimas tem vindo a ser responsável por um número cada vez maior de cães
manhosos, que na ausência de uma liderança efectiva e perante um estatuto de
paridade, não hesitam em carregar sobre quem os serve e para cima de quem com
eles se cruza, incluindo-se infelizmente aqui crianças e idosos, os do agregado
familiar e os alheios, conforme notícias recorrentes para lá do Canal Inglês.
No calendário chinês este
ano é “ O Ano do Cão de Terra”, será que o nosso século, diante de tanto
disparate, virá também a chamar-se “O Século do Cão”? Esperemos que não! Gostar
de cães não é fazer deles pessoas, é compreendê-los tal qual são e ir ao
encontro das suas necessidades, criá-los, alimentá-los, ensiná-los, recompensá-los
e liderá-los em prol do seu bem-estar físico e social, para que possam ser
respeitados e viver mais tempo ao nosso lado, valendo em simultâneo àqueles que
entre nós necessitam da sua ajuda.
Neste mundo às avessas e
como param as modas, não me custa acreditar que ainda surja alguém a reclamar o
tratamento de cônjuge para o seu adorado cão ou gato! É só o que falta e as
más-línguas dizem que não demora! Estarão elas enganadas?
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