segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

NOTA EDITORIAL: HOJE JOGO EU!

Nunca foi tão difícil dizer quem somos e o que pensamos, porque mais importa dizer que não somos contra nada e contra ninguém para evitarmos mal-estares e polémicas que nada adiantam. Esta política politicamente correcta que muito a transcende (em antiguidade e oportunidade), filha legítima da hipocrisia e pródiga em discursos estéreis, entranha-se na nossa pele, torna-se instintiva, toma conta de nós e envenena tudo aquilo em que metemos as mãos e até a alma. Nesta “era da farsa”, o que será genuíno para além da mentira? Haverá alguma isenção naquilo que vemos, lemos e ouvimos? Qual será a diferença entre o certo e o errado se ambos se confundem? O medo tomou conta do homem contemporâneo e este tenta sobreviver pela mentira ou será tudo uma inverdade?
Manter a imparcialidade ao escrever sobre cães também não é fácil, porque o panorama canino está carregado de lobbies e superlotado de falsas ideias, de vendilhões sem escrúpulos e de jogadores inveterados que usam os cães como meros peões nos seus jogos de ascensão ao poder (a última vez que fui ao psiquiatra não me foram detectadas evidências da “síndrome da perseguição”). Como exemplo basta dizer que a cinofilia, a canicultura e a cinotecnia estão hoje mais sujeitas às pressões da indústria alimentar para animais do que nunca, como já estiveram os médicos humanos em relação aos delegados de propaganda médica (e mais não digo, “cruzes, canhoto”).
A genuína imparcialidade, quando não provoca a alteração desejável, incomoda, gera mal-estares, choca, causa atritos, fomenta inimizades e põe na “corda-bamba” quem por ela optar, o que não é nada confortável (dizem que a verdade produz o mesmo efeito). Todavia, este é o caminho que escolhemos, carregando nas nossas mochilas o saber de anos, o conhecimento erudito adquirido e a experiência acumulada, para evitar que outros caiam nas armadilhas que não soubemos evitar e alcancem mais rápido aquilo que procuram, ajuda que não cobramos e que nos apraz estender diariamente. 

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