sábado, 10 de fevereiro de 2018

JOGAR À MACACA, PORQUE NÃO?

Ainda não foi desta vez que tivemos o privilégio de ter a Maria e a Hera nas nossas actividades de fim-de-semana. Este fim-de-semana rumámos a outro jardim que já conhecíamos, para tirar partido dos seus acidentes naturais e artificiais, visando o robustecimento físico dos cães à nossa responsabilidade. Começámos por convidar os cães a saltar um banco de jardim e depois mais dois, todos no mesmo enfiamento e sem necessidade de mudança de mão.
Hoje o Blaze, um simpático CPA negro com 12 meses de idade, 70cm de altura e 50kg de peso, propriedade do Sr. Manuel Delgado, foi confiado ao adestrador para trabalhar, o que não impediu que ficasse imóvel pelo tempo julgado conveniente debaixo de ordem, conforme se pode ver na foto seguinte.
Para espanto nosso encontrámos um “jogo da macaca” pintado no solo do jardim, marcação que aproveitámos para nele distribuir os cães, visando a sociabilização entre iguais e a supremacia dos comandos de travamento. Tudo correu conforme o esperado e a foto abaixo confirma-o.
E como não há duas sem três, servimo-nos também de um “jogo do galo” gigante para estabelecermos com os animais uma diagonal vitoriosa, trabalho que muito agradou aos viandantes presentes naquele jardim e à proprietária de um café circundante.
Como tudo estava a correr às mil maravilhas, convidámos os cães a transpor o assento de um baloiço de criança, tarefa que exigiu prévio treino à trela para que fosse vencida. A CPA Haia, que regrediu na sociabilização por se ver forçada a faltar a algumas aulas, foi de mais a menos: começou melhor do que terminou.
O Bor não apresentou qualquer dificuldade na transposição daquele obstáculo oscilante, não fora ele um perito em escapar-se e a dar baile ao seu condutor. A cada dia que passa mais se agiganta a classe deste lobeiro, que apesar de meia-linha, tem corda suficiente para vir a ser um campeão.
A SRD Hope abomina o exercício físico e a condução dinâmica, circunstâncias que normalmente aproveita para se pôr em fuga. E quando assim não procede, segundo a manha que lhe é característica, resiste despudoradamente aos desejos do seu condutor, como se carregasse em si todos os males deste mundo. Todavia, porque para isso lá estava, acabou também por vencer o obstáculo proposto (a cadela tem menos de 12 anos de idade).
Mas quando a coisa lhe agrada e está para amar, não há quem a consiga apanhar, lembrando muitas vezes um célebre Greyhound que acompanha as carreiras interestaduais norte-americanas. Na foto seguinte vemo-la a transpor uma sebe natural em alta velocidade.
O Paulo parece estar a fazer uma corrida com o CPA Bor, quando na verdade estava a ensinar-lhe qual o trabalho a fazer e qual a direcção a seguir. Saltos de sebe para este CPA são favas contadas e qualquer dia ainda vem a fazê-los com os olhos vendados.
No centro de um caracol pintado no chão, fazendo o gosto ao dedo de uma proprietária de um quiosque, colocámos o Blaze para a foto. A senhora não conseguiu esconder a alegria por ter tido o cão por companhia (considerando o tamanho, mais super-cão do que cão).
E porque importava também treinar a defesa dos pertences do dono, convidámos uma senhora voluntariosa e há muito afastada do exercício físico para fazer de ladra. A defesa coube à SRD Hope que não se fez rogada, e caso o João não estivesse atento, a simpática senhora tinha entrado em dieta compulsiva.
A estrela da manhã foi uma menina loira com menos de 1 ano de idade, cujo nome já esquecemos, que posou para a posteridade com o seguro e simpático CPA Blaze. Em termos de segurança e sociabilização não há quem bata este Pastor Alemão negro, que decididamente nasceu para o trabalho.
Para “compor o ramalhete” e porque sabemos do cuidado que a SRD Hope tem com a Joaninha, também para que não perca esse hábito salutar, convidámo-la para permanecer ao lado do carrinho da bebé tendo o Blaze como companheiro.
Como fazemos nossa a estrofe de Fernando Pessoa: “Mas o melhor do mundo são as crianças”, ainda deixámos a bebé tirar mais uma foto com os cães. Repare-se no à vontade da criança e na serenidade dos animais. Afinal a coabitação harmoniosa entre crianças e cães é possível (assim queiram os donos).
Como não podia deixar de ser e é nosso apanágio, acabámos por convidar uma senhora para fazer de túnel para o Blaze, tarefa que não se revelou fácil para o cão, que se viu obrigado quase a rastejar.
O mesmo CPA Blaze serviu inúmeras vezes de marcador do círculo de obediência, umas vezes mais atento e outras totalmente descontraído, comportando-se nos diversos lugares como se estivesse em casa ou em terreno conhecido.
De regresso ao ponto de partida, encontrámos um mendigo a pedir numa esquina, indivíduo que dizia ser desafortunado e seropositivo. A troco de 1€ colocámos junto dele o Blaze, para que o cão se acostume aos mendigos e não lhes venha a dar caça. Tudo correu sem novidade.
Bem pertinho do final dos trabalhos, não resistimos à tentação de tirar uma foto conjunta dos CPA Haia e Blaze nuns característicos bancos de café, que naquele momento se encontrava encerrado, enquanto íamos dizendo às pessoas que também existem Pastores Alemães negros e cinzentos (azuis).
Terminámos o dia de trabalho evoluindo num círculo elevado e de passeio interrompido, mais para descontrair os animais do que para lhes exigir um esforço suplementar. Todos os binómios cumpriram com o plano de aula, venceram as metas propostas e alcançaram os objectivos esperados.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: Adestrador/Blaze, João Graça/Hope, Nuno Falé/Haia e Paulo/Bor. Para o próximo fim-de-semana há mais, agora importa dar descanso a quem tanto trabalhou.

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