Ainda não foi desta vez
que tivemos o privilégio de ter a Maria e a Hera nas nossas actividades de
fim-de-semana. Este fim-de-semana rumámos a outro jardim que já conhecíamos,
para tirar partido dos seus acidentes naturais e artificiais, visando o
robustecimento físico dos cães à nossa responsabilidade. Começámos por convidar
os cães a saltar um banco de jardim e depois mais dois, todos no mesmo
enfiamento e sem necessidade de mudança de mão.
Hoje o Blaze, um
simpático CPA negro com 12 meses de idade, 70cm de altura e 50kg de peso,
propriedade do Sr. Manuel Delgado, foi confiado ao adestrador para trabalhar, o
que não impediu que ficasse imóvel pelo tempo julgado conveniente debaixo de
ordem, conforme se pode ver na foto seguinte.
Para espanto nosso
encontrámos um “jogo da macaca” pintado no solo do jardim, marcação que
aproveitámos para nele distribuir os cães, visando a sociabilização entre
iguais e a supremacia dos comandos de travamento. Tudo correu conforme o
esperado e a foto abaixo confirma-o.
E como não há duas sem
três, servimo-nos também de um “jogo do galo” gigante para estabelecermos com
os animais uma diagonal vitoriosa, trabalho que muito agradou aos viandantes
presentes naquele jardim e à proprietária de um café circundante.
Como tudo estava a correr
às mil maravilhas, convidámos os cães a transpor o assento de um baloiço de
criança, tarefa que exigiu prévio treino à trela para que fosse vencida. A CPA
Haia, que regrediu na sociabilização por se ver forçada a faltar a algumas
aulas, foi de mais a menos: começou melhor do que terminou.
O Bor não apresentou
qualquer dificuldade na transposição daquele obstáculo oscilante, não fora ele
um perito em escapar-se e a dar baile ao seu condutor. A cada dia que passa
mais se agiganta a classe deste lobeiro, que apesar de meia-linha, tem corda
suficiente para vir a ser um campeão.
A SRD Hope abomina o
exercício físico e a condução dinâmica, circunstâncias que normalmente
aproveita para se pôr em fuga. E quando assim não procede, segundo a manha que
lhe é característica, resiste despudoradamente aos desejos do seu condutor,
como se carregasse em si todos os males deste mundo. Todavia, porque para isso
lá estava, acabou também por vencer o obstáculo proposto (a cadela tem menos de 12 anos de idade).
Mas quando a coisa lhe
agrada e está para amar, não há quem a consiga apanhar, lembrando muitas vezes
um célebre Greyhound que acompanha as carreiras interestaduais
norte-americanas. Na foto seguinte vemo-la a transpor uma sebe natural em alta
velocidade.
O Paulo parece estar a
fazer uma corrida com o CPA Bor, quando na verdade estava a ensinar-lhe qual o
trabalho a fazer e qual a direcção a seguir. Saltos de sebe para este CPA são
favas contadas e qualquer dia ainda vem a fazê-los com os olhos vendados.
No centro de um caracol
pintado no chão, fazendo o gosto ao dedo de uma proprietária de um quiosque,
colocámos o Blaze para a foto. A senhora não conseguiu esconder a alegria por
ter tido o cão por companhia (considerando o tamanho, mais super-cão do que
cão).
E porque importava também
treinar a defesa dos pertences do dono, convidámos uma senhora voluntariosa e
há muito afastada do exercício físico para fazer de ladra. A defesa coube à SRD
Hope que não se fez rogada, e caso o João não estivesse atento, a simpática
senhora tinha entrado em dieta compulsiva.
A estrela da manhã foi uma
menina loira com menos de 1 ano de idade, cujo nome já esquecemos, que posou
para a posteridade com o seguro e simpático CPA Blaze. Em termos de segurança e
sociabilização não há quem bata este Pastor Alemão negro, que decididamente
nasceu para o trabalho.
Para “compor o ramalhete”
e porque sabemos do cuidado que a SRD Hope tem com a Joaninha, também para que
não perca esse hábito salutar, convidámo-la para permanecer ao lado do carrinho
da bebé tendo o Blaze como companheiro.
Como fazemos nossa a estrofe
de Fernando Pessoa: “Mas o melhor do mundo são as crianças”, ainda deixámos a
bebé tirar mais uma foto com os cães. Repare-se no à vontade da criança e na
serenidade dos animais. Afinal a coabitação harmoniosa entre crianças e cães é
possível (assim queiram os donos).
Como não podia deixar de
ser e é nosso apanágio, acabámos por convidar uma senhora para fazer de túnel
para o Blaze, tarefa que não se revelou fácil para o cão, que se viu obrigado
quase a rastejar.
O mesmo CPA Blaze serviu
inúmeras vezes de marcador do círculo de obediência, umas vezes mais atento e
outras totalmente descontraído, comportando-se nos diversos lugares como se
estivesse em casa ou em terreno conhecido.
De regresso ao ponto de
partida, encontrámos um mendigo a pedir numa esquina, indivíduo que dizia ser
desafortunado e seropositivo. A troco de 1€ colocámos junto dele o Blaze, para
que o cão se acostume aos mendigos e não lhes venha a dar caça. Tudo correu sem
novidade.
Bem pertinho do final dos
trabalhos, não resistimos à tentação de tirar uma foto conjunta dos CPA Haia e
Blaze nuns característicos bancos de café, que naquele momento se encontrava
encerrado, enquanto íamos dizendo às pessoas que também existem Pastores
Alemães negros e cinzentos (azuis).
Terminámos o dia de
trabalho evoluindo num círculo elevado e de passeio interrompido, mais para
descontrair os animais do que para lhes exigir um esforço suplementar. Todos os
binómios cumpriram com o plano de aula, venceram as metas propostas e
alcançaram os objectivos esperados.
Participaram nos trabalhos
os seguintes binómios: Adestrador/Blaze, João Graça/Hope, Nuno Falé/Haia e
Paulo/Bor. Para o próximo fim-de-semana há mais, agora importa dar descanso a
quem tanto trabalhou.
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