segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

HÁ 14.000 ANOS ATRÁS JÁ CUIDÁVAMOS DELES!

Um novo estudo científico, liderado por Luc Janssens, um veterinário doutorado em arqueologia pela Universidade holandesa de Leiden, ao analisar o conteúdo de uma sepultura já encontrada em 1914, em Oberkassel, um subúrbio de Bonn (Bona), situado na zona oeste da Alemanha, comprovou que naquela sepultura, junto às ossadas de um casal humano, havia também ossadas de cães, não de um, como até ali se pensava, mas de dois, sendo um cachorro e o outro adulto. O achado científico, que remonta a 14.000 anos atrás, é a sepultura mais antiga de um cão doméstico e também o túmulo mais antigo para cães e pessoas até agora encontrado.
Os pesquisadores concluíram, pela análise dental, que o cachorro tinha morrido com 28 semanas de idade, por volta dos sete meses, e que havia sido vítima de cinomose canina, doença que contraiu entre os 3 e os 4 meses de idade. Dada a gravidade da doença, sem auxílio humano, provavelmente teria morrido quase automaticamente, caso não o mantivessem quem e limpo de diarreia, urina e saliva e não lhe dessem água amiúde. Esta evidência sugere que já havia uma relação de cuidados única entre homens e cães há 14.000 atrás, algo para além da reciprocidade esperada pelos homens, uma vez que o cachorro ao estar doente não podia trabalhar.
O facto dos cães terem sido enterrados com aqueles humanos parece indiciar que seriam seus donos. Também foi possível saber mais sobre o casal naquela sepultura. O homem de aproximadamente 40 anos tinha dois ossos curados (um num braço e outro numa clavícula) e mulher, de aproximadamente 25 anos de idade, havia sofrido de uma doença dentária de moderada a grave. Junto com as suas ossadas foram encontrados os seguintes artefactos: um alfinete de urso, uma escultura de alce feita dos seus chifres, um osso do pénis de um urso e também um dente de veado vermelho.
Sabemos cada vez mais sobre a nossa relação com os cães. Todavia, anda há muito por descobrir, não tanto como a nosso respeito, mas o necessário para decifrarmos alguns enigmas ou mistérios ligados aos animais da nossa predilecção.

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