Farta de dar corpo à
canção infantil “Old MacDonald Had a Farm" e de ver transformados os seus
aviões em verdadeiras selvas voadoras, a companhia comercial de aviação
norte-americana United Airlines, nada interessada em ser a nova Arca de Noé,
aprovou um conjunto de medidas mais restritivas no que concerne ao embarque de
animais declarados de “serviço e/ou de “apoio emocional” e para dar combate à
fraude.
A gota que fez transbordar
o copo aconteceu no passado fim-de-semana, no Aeroporto de Newark, onde uma
mulher tentou embarcar na companhia de um pavão a quem deu o nome de “Dexter”,
a pretexto de ser o seu animal de apoio emocional, justificação que a referida
companhia área não aceitou por entender que os pavões são aves demasiado
grandes para serem transportados junto das pessoas e por não haver nenhuma
evidência conhecida dos seus benefícios terapêuticos, parecer que impediu o
embarque do Dexter.
Por terras americanas não
tem sido difícil arranjar falsos certificados de animais de serviço e de
suporte emocional, basta pedi-los pela Internet e comprar os acessórios
próprios que se encontram à venda por todo o lado. Como resultado disso, a United
Airlines tem transportado indevidamente cobras, macacos, perus, póneis,
porcos e cães enormes de difícil arrumação. Estes falsos animais de terapia têm
sido maus companheiros de viagem para os restantes passageiros, a quem acabam
por incomodar, provocar alergia e até morder (pessoas e outros cães), para além
de urinarem e defecarem a bordo, segundo fez saber um dos sindicatos dos
comissários de bordo.
Torna-se por demais
evidente que esta situação é um claro atentado ao bem-estar comunitário em
proveito da vontade individual e dos seus fetiches (nalguns casos verdadeiras
patologias). Por outro lado, sabendo-se que muitos de nós são alérgicos ao pêlo
do cão e de outros animais, o transporte conjunto de pessoas e animais, acaba
por ser também um problema de e para a saúde pública, que obrigará a novas
regras de embarque, à redistribuição de passageiros e a severas medidas de
higiene.
Se porventura sofre de
algum tipo de alergias relativo a animais, não se sente à vontade e não quer
ser incomodado por eles, aceite o nosso conselho: voe com a El Al ou com uma
companhia aérea de um país muçulmano, porque dentro dos seus aviões
dificilmente será perseguido por um porco ou andará ao estalo a um macaco,
muito embora no segundo caso possa ser surpreendido por um falcão a catar-lhe a
cabeça.
Assim, em boa hora a United
Airlines decidiu pôr cobro a esta situação abusiva, à fraude de uns
quantos chico-espertos contra o grosso dos cidadãos, contra os cães de serviço e
contra a saúde e bem-estar de ambos, porque doutro modo ainda seria obrigada a
embarcar sabe-se lá o quê, quiçá uma vaca leiteira, um urso ou uma doninha
fedorenta! O combate agora empreendido pela United Airlines deverá,
em abono de todos nós, ser abraçado por todas as companhias aéreas.
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