sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

NÓS POR CÁ: UM AO DEUS-DARÁ

Faleceu Quarta-feira em Londres um sem-abrigo português de 35 anos, natural de Lisboa, que foi encontrado sem vida na estação do metro de Westminster, perto do Parlamento Britânico. O Líder do Partido trabalhista, Jeremy Corbyn, decidiu colocar um cartão e um ramo de flores no local onde o famigerado português foi encontrado morto. Para além de considerar esta morte desumana, Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República Portuguesa, decidiu mandar uma mensagem de agradecimento a Jeremy Corbyn pela homenagem prestada àquele “portuguese homeless”.
O finado lisboeta e português, segundo um dos grupos de contacto da autarquia de Westminster que lhe deu apoio, já havia trabalhado como modelo e na restauração, adorava cantar e andava à procura de emprego. Ir para Inglaterra à sorte pode ser o cúmulo dos azares, porque a vida por lá não está fácil, a xenofobia e o racismo proliferam entre os mais ignorantes, os emigrantes não são bem-vindos e o chauvinismo inglês é por norma cruel, cego e avesso a mudanças.
Para além dos salamaleques dos políticos e das costumeiras lamentações sobra um cadáver, que deveria ser sepultado em solo pátrio, acto que nada adiantaria ao defunto mas que seria de grande significado para os portugueses vivos, um claro sinal de que o governo está com o Povo e que todos somos importantes, nomeadamente os julgados menos aptos, desafortunados e indigentes, que os há também ingleses e em maior número, apesar de não terem melhor sorte. Poupem no "Guronsan", comam menos, deixem os carros na garagem, sejam menos generosos nos favores, vão de férias cá dentro e tragam o homem para Portugal. 

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