quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

MAIS UM CASO DA HISTÓRICA TOLERÂNCIA MUÇULMANA

Os clérigos e governantes muçulmanos têm diferentes políticas para os seus crentes e súbditos, consoante estes se encontrem em minoria ou maioria nas sociedades onde se encontram inseridos. Quando é conveniente ou quando os seguidores do Profeta estão em minoria, aplica-se o conceito islâmico de coexistência (os mais simples tendem a entender a estratégia como islamismo moderado), quando se encontram em maioria, a sua tolerância em relação aos outros é nula ou quase nula e atentatória da liberdade dos demais, política em tudo idêntica à seguida pela Coroa Inglesa no Séc.XIX, que para Ocidente, onde se encontravam as colónias espanholas, era a favor de toda e qualquer independência, e que para o Oriente, onde tinha a sua jóia da Coroa, a Índia, nem sequer queria ouvir falar de qualquer tipo de autonomia territorial, facto comprovado pela vida e obra de Mohandas Karamchand Gandhi, mais conhecido como Mahatma Gandhi (1869-1948).
Ora, como todos nós sabemos, este ano é o “Ano do Cão da Terra” no calendário chinês, na Malásia chineses não faltam e são muito importantes para a economia deste país simultaneamente continental, insular e multi-étnico, cuja maioria populacional professa o islamismo. 
Antecipando-se à possível violência sobre os habitantes chineses, motivada por terem calendários em casa com um animal considerado impuro pelos muçulmanos e de celebrarem a entrada do Ano Novo com imagens de cães, o que nada abonaria em termos de unidade nacional, Tan Sri Othman Mustapha, Director-Geral de Jakim (na foto introdutória deste texto), fez saber, com carácter de Fatwa, que de acordo com o conceito islâmico de coexistência (fiqh taa'yush), todos deverão respeitar a comunidade chinesa ao usar símbolos de animais para as celebrações do Ano Novo (para o ano que vem vai ser o “Ano do Porco” para os chineses, será que tudo vai correr na maior das harmonias?).
Só quem já viveu em países muçulmanos sabe quão intolerantes são as suas leis e os seus habitantes para os demais que professam outros credos e religiões. Para não irmos mais longe, basta relembrar o que tem vindo a acontecer aos cristãos do Iraque e aos Coptas do Egipto. É evidente que para tudo há remédio, só para a morte é que não, cite-se o exemplo do Bahrein, onde os ocidentais circulam mais à vontade e os príncipes locais aparentam ser crentes menos observantes, o que nos leva a supor que o radicalismo é maioritariamente apoiado pela ignorância quando amarrada à suspeição, à pobreza e à inveja (tanto lá como cá). 

Sem comentários:

Enviar um comentário