Na
mui badalada cidade norte-americana de Nashville, histórico e importante centro
da indústria discográfica, no Tennessee, um Bull Terrier de nome “Browser”,
mordeu o filho de uma blogueira muito conhecida nos Estados Unidos, Nikki Phillippi,
com cerca de 1.29 milhões de seguidores. Logo após o ataque do cão, a blogueira
e o seu marido (Dan) decidiram mandar abater o cão, que já vivia com eles há 9
anos, através de uma injecção letal, sem se saber qual a razão do ataque e a
gravidade dos ferimentos infligidos à criança.
Depois
que a influenciadora divulgou a história no Instagram e no YouTube no princípio
desta semana (não foi nada inteligente ao fazê-lo), choveram críticas dos fãs na
coluna de comentários da página do Instagram, dos quais destacamos alguns a
título exemplo: "Alguns cães não podem viver com filhos, mas isso não
significa que não possam viver"; "A parte mais incrível para mim é a
sessão de fotos antes do cão ser colocado para dormir. Estou feliz porque você
não ficou muito chateada para produzir conteúdo primeiro!" ; "Sinto
muito por Bowser. Ele não merecia esse final.” e "Lamento que você tenha
pensado que matá-lo era a melhor e única opção." Diante destes comentários
é possível que a blogueira, para além de ter perdido o cão, acabe também por
perder grande número de fãs.
No
dia 04 de Maio, no Youtube, Nikki e Dan, através de um clip, tentaram explicar
para os fãs as suas motivações, dizendo que quiseram devolver o cão à sua
antiga família e que tal não foi possível, que não podiam arriscar-se a ficar
com ele, porque se mordesse novamente, seriam eles os responsáveis. Na vã
tentativa de explicar o assassinato do cão, Nikki Phillippi acabou por relatar
de forma bastante macabra o último dia do cão: “"Acordamos e tivemos um óptimo
dia com ele (cão), ele foi alimentado com uma comida muito boa e foi levado
para um passeio muito bom ao ar livre, o tempo estava perfeito (...) nós
brincávamos com o Bowser no jardim e tomámos um banho de sol. Fizemos em nossa
casa e pagámos para que o anestesista o fizesse." Depois destas
explicações, que não foram suficientes para muitos, alguns fãs ainda se
irritaram mais.
A meu ver, estamos mais uma vez perante um crime típico de violência doméstica e de negligência contra uma criança, caso o cão nunca tenha sido treinado especificamente para coabitar e conviver com ela, uma vez que chegou primeiro àquela casa e também se nenhum dos seus pais se encontrava presente na altura do ataque, abandonando a criança à sua sorte e confiando no bom humor do cão. Cães territoriais anteriores ao nascimento das crianças podem ser perigosos ao considerá-las intrusas no lar e atacá-las sem grande motivo. Por outro lado, as crianças pequenas tendem a magoar os cães involuntariamente por ausência de senso de responsabilidade e os cães podem não gostar. Para que tudo corra sem novidade nestas circunstâncias, convém educar previamente os cães para a vinda das crianças e nunca deixar as deixar sós com os animais. Lamentavelmente, episódios destes são muito comuns, por norma potenciados pela ausência do treino canino e pelo exagerado tratamento antropomórfico dado aos cães.
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