segunda-feira, 24 de maio de 2021

EQUADOR: COMBATER O TRÁFEGO DE DROGA NO PORTO DE GUAYAQUIL

 

Dois carros blindados da polícia atingem o meio de uma fila de trailers num porto de Guayaquil. Cinco polícias e um cão avançam para um enorme depósito com nove contentores trancados com fitas e lacres de segurança. A equipa faz parte da "Unipa" (Unidade Nacional de Investigação de Portos e Aeroportos), uma unidade de investigação que actua nos portos e aeroportos do Equador. O seu trabalho é controlar a carga que sai do país. Paralelamente está a realizar-se noutro porto da cidade a fiscalização de um grande contentor com destino ao Reino Unido. A equipa descobriu quatro toneladas de cocaína camuflada em sacos de juta. Os investigadores dizem que descobrem grandes quantidades de drogas dentro de contentores todas as semanas. Nos primeiros cinco meses deste ano, 18,4 toneladas foram apreendidas em Guayaquil, Posorja e Puerto Bolivar. Esse número está próximo das 23,5 toneladas registadas ao longo de 2020. Em Guayaquil, trinta trabalhadores uniformizados são responsáveis pela verificação de 800 contentores que cada navio transporta em média.

O pessoal está organizado para realizar cinco tipos de fiscalizações. Os mais comuns são os realizados antes do embarque e no navio. Por dentro, os contentores são como edifícios e estão empilhados até oito andares. Um grupo especializado em mergulho também está activo nos portos. Os enormes navios porta-contentores são inspeccionados debaixo d'água e por razões de segurança toda a equipe permanece anónima. Todos os anos, os agentes passam por testes de polígrafo e estudos toxicológicos. Isso é para descobrir se os investigadores estão envolvidos com gangues criminosos. A digitalização de um único contentor pode levar de três a onze horas.

No entanto, os traficantes de drogas também operam em alto mar. No início deste mês, os traficantes tentaram esconder mais de cem quilos num carregamento destinado à Ásia. Quando o navio deixou Guayaquil, um pequeno barco chegou e os criminosos carregaram os narcóticos a bordo. A polícia seguiu uma pista horas depois e encontrou a carga ilegal. Combater a o tráfego de droga num país como o Equador é uma tarefa muito difícil, quem o faz corre risco de vida, o dinheiro corrompe e os meios usados pelos traficantes superam em muito os usados na sua fiscalização e combate. Os cães usados pela polícia continuam impolutos e incorruptíveis e por eles nenhuma droga sairia dos aeroportos e portos do Equador.

Apesar de todos os esforços das polícias dos países produtores de droga, das inspecções feitas nos países consumidores e das apreensões realizadas por uns e outros, continuam a não faltar doses diárias para os seus consumidores. O tráfico de droga é um negócio muito rentável e muito bem organizado, que torna muita gente respeitável e destrona quem quer, que se presta a financiar actividades terroristas e que sempre acaba por despertar a cobiça dos poderosos. A guerra pelas drogas não acabou com a “Guerra do Ópio”, que opôs ingleses e chineses na segunda metade do Séc. XIX, ela continua nos nossos dias e por várias partes do Globo, dissimulada, cruel e sangrenta como sempre foi.

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