Até
ao momento não tem sido nada fácil instalar cães de trabalho em países
muçulmanos ou de maioria muçulmana, independentemente das mais-valias que lhes
sejam reconhecidas, porque são considerados animais impuros e capazes de
emporcalhar os crentes do Islão. Mas o Covid-19 veio alterar o nosso modo de viver,
tradições e o mundo à nossa volta, que jamais virá a ser como dantes. O mais
recente aeroporto a recrutar cães para detectar COVID-19 à chegada de
passageiros é o Islamabad International, no Paquistão. Com uma precisão de
quase 100% na detecção de infecções, os cães farão uma triagem de amostras dos
viajantes numa tentativa de impedir os casos importados de coronavírus, sendo inclusive
capazes de farejar casos assintomáticos.
Após
projetos semelhantes em Helsinque e no Dubai, as autoridades do Aeroporto
Internacional de Islamabad decidiram recrutar cães farejadores para lutar contra
a disseminação do coronavírus, um grupo de quatro cães especialmente treinados pelo
Exército do Paquistão. Eles farão a triagem dos passageiros que chegam à
capital paquistanesa e funcionarão como uma ferramenta secundária,
complementando o uso de scanners térmicos e testes rápidos de antigénios.
Os
cães não precisam de aproximar-se das pessoas como fariam com uma vulgar bolsa
ou mala, uma simples amostra de suor recolhida do viajante é suficiente. Em
seguida, as amostras serão apresentadas aos cães numa sala separada e isolada.
Supostamente, o aeroporto internacional de Islamabad decidiu recrutar os cães
depois de vários passageiros terem sido apanhados com certificados negativos
falsos, testando depois positivo no Covid-19. O Centro Nacional de Comando e
Operação (NCOC) do país aprovou a medida em reunião no início desta semana.
Saúda-se esta decisão das autoridades paquistanesas no combate global à pandemia, que não poupa ninguém e que teima em se ir embora, numa altura em que o comércio global é necessário à recuperação económica dos países. Esta notícia apanhou-me surpreendido, apesar de saber que cães farejadores de Covid-19 já se encontravam em acção no Aeroporto do Dubai, nos Emiratos Árabes Unidos e de ter conhecimento de um projecto idêntico lançado no Aeroporto Internacional Beirute-Rafic Hariri.
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