Em
Murnau am Staffelsee, município alemão do distrito da Alta Baviera, ao redor de
Garmisch-Partenkirchen, uma senhora de 75 anos de idade, demente e residente
num lar, foi dada como desaparecida na manhã de Sábado, muito embora a polícia
não descarte a hipótese da idosa já se encontrar a vaguear desde a noite de
sexta-feira. Foi de imediato montada uma operação de busca em grande escala que
envolveu, entre outras entidades e serviços, helicópteros, a polícia, 4 corpos
de bombeiros (Murnau, Seehausen, Weindorf e Hechendorf) e um binómio de cães de
resgate, num total de 85 serviços de emergência. Estas buscas revelaram-se
infrutíferas por baterem uma área a pente fino onde a idosa nunca esteve ou
passou. Veio a ser encontrada este domingo, por volta das 10h35, por um
caminhante que se fazia acompanhar pelo seu cão, a sudoeste de Staffelsee, numa
área arborizada alguns quilómetros distantes do lar que abandonou.
Segundo
informou a polícia, o cão que normalmente fazia o mesmo percurso, conseguiu
detectar a idosa e guiar o seu dono por outro caminho até encontrá-la. Membros da
brigada de incêndio de Seehausen resgataram a septuagenária de um terreno
intransitável, que se encontrava consciente e não corria nenhum perigo de vida.
O dono do cão que a encontrou preferiu evitar o protagonismo e ficar no
anonimato, segundo disse David Hammer, porta-voz da polícia.
Nesta arte e ciência que é a procura de pessoas ou de indícios, não é só o cão que conta, mas também a capacidade do seu parceiro humano em interpretar os seus sinais e saber relacioná-los para serem bem-sucedidos. Não basta ter um cão que se senta e ladra junto dum indício isolado, é preciso saber relacioná-lo com outros e considerar todos os factores adjacentes que levam à descoberta de trilho certo ou de novas pistas. O cão diz-nos que ali está, esteve ou passou aquilo que procuramos, mas o sentido e a importância da descoberta sempre passará pela interpretação do seu parceiro humano. O erro humano é a primeira razão para o fracasso das operações de busca. Voltando à demente de Murnau, eu não gostava de estar no papel do coordenador das buscas que, com tantos meios ao seu dispor, não soube direccioná-los correctamente como era sua obrigação, o que revela entre outras coisas ausência de coordenação ou um mau estudo da situação.
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