Muito
se tem feito em prol dos deficientes, mas não tanto como o necessário, porque
ainda hoje estão sujeitos a dramas que nem nos passam pela cabeça, com é o caso
de Thelma Evans, inglesa, senhora de 64 anos, residente em West Moors, Dorset, Inglaterra, que tem cães-guias há 37 anos e que viu rejeitado o seu último pedido de um
cão-guia por motivos de saúde, o que a enjaulou durante 9 meses em casa,
situação que ela considera desumana por parte da “Guide Dogs”. Esta associação disse
estar a trabalhar com a Sr.ª Evans para ajudá-la a cumprir os critérios de
aptidão para cuidar de um cão. Esta invisual, que sempre foi cega, costumava ir
a pé diariamente às lojas perto de sua casa, mas deixou de o fazer há 9 meses,
quando o seu sétimo cão-guia, Zebedeu, foi aposentado. “Eu estava na lista de
espera para um oitavo cachorro, mas recebi em Janeiro um telefonema a dizer que
tinha sido retirada da lista, disse Thelma a propósito.
Segundo
ela, as razões apontadas incidiram com o não conseguir agarrar o cão no jardim,
ficar rapidamente sem fôlego ao caminhar e que a sua caminhada diária de menos
de um quilómetro não era adequada para um cachorro. A Guide Dogs faz saber no
seu site, que os invisuais proprietários de cães-guia devem ser capazes de
caminhar cerca de 40 minutos ou uma milha cinco dias por semana e estar
saudáveis e em forma para cuidarem de um cão jovem activo (quem me dera que
todos os meus alunos fizessem isso, apesar de não serem cegos e somente
afectados por surdez selectiva). Mark Sanderson, Chefe de Operações da Guide
Dogs para o sudoeste, ao referir-se ao caso de Thelma Evans, disse: “A porta
não está absolutamente fechada. Quando alguém pretende trabalhar com um novo cão-guia
temos que reavaliar o seu estado. Temos que olhar para a sua saúde e forma
física. Neste momento estamos a trabalhar com a Sr.ª Evans para ver o que
podemos fazer para ajudá-la a cumprir esses requisitos e poder trabalhar um
cão-guia.”
Eu não sei se é possível a um cão-guia prestar em simultâneo outros serviços, mas alguma solução urgente deve ser encontrada para o problema de Thelma Evans, antes que acabe cada vez mais dependente dos outros. Diante deste problema, porque ser-se cego não implica em morrer jovem, o auxílio aos cegos mais idosos não pode remeter-se unicamente aos saudáveis e à entrega de um cão-guia, pelo que a Guide Dogs deverá fazer uma “actualização” e diversificar os seus serviços, ajudando aqueles que mais precisam do seu apoio. Acostumado a preparar cães para trabalhar com duas pessoas distintas, julgo ser possível que o mesmo possa acontecer com o possível cão da Sr.ª Evans, desde que a outra pessoa tenha sido o treinador do animal ou alguém habilitado para o fazer. Há ainda muito a fazer pelos deficientes!
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