terça-feira, 18 de maio de 2021

DAR AZO À MORTE

 

Na cidade alemã de Leipzig, na manhã de 20 de novembro do ano passado, quando passeavam os seus cães, dois proprietários caninos encontram-se e estoirou uma discussão, porque o mais velho deles, homem de 52 anos, circulava com o seu cão solto, o que muito desagradou ao outro dono, também ele do sexo masculino e com 32 anos de idade. Horas depois, este último foi à procura do seu oponente e deu com ele à noite no mesmo local, desferindo-lhe uma facada uma das têmporas, morrendo a vítima cinco dias depois do ataque.


Meio ano depois da discussão fatal, o homem de 34 anos está a ser julgado hoje, terça-feira, no Tribunal Regional de Leipzig, acusado de assassinato, agendando o tribunal um total de seis dias de julgamento até 22 de Junho. Quiçá pelas alterações climáticas, uma vez que o Mediterrâneo está com um clima tropical e o norte da Europa com um mediterrânico, muitos alemães estão a revelar-se demasiado emocionais e descontrolados, comportamentos historicamente atribuídos aos meridionais. As discussões à volta de cães são demasiado passionais, mexem com os afectos de cada um, os cães são por muitos considerados filhos e há sempre quem se sinta na obrigação de defender “a honra da família”, ao invés de tentar resolver as situações com temperança e sensatez, remetendo para as autoridades tudo aquilo que excede o seu juízo e competência. Seria bom não esquecermos tão depressa este caso de Leipzig, porque as discussões à volta de cães podem dar azo à morte, exactamente como outra discussão qualquer.  

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