Este
mês, em termos de ataques caninos sobre crianças na Alemanha e na Austria,
Rottweilers e Pitbulls dividem o protagonismo. Hoje as agências noticiosas de
língua alemã na Internet divulgam mais um caso, o acontecido no município
alemão de Bakum, no Distrito de Vechta, Estado de Niedersachsen, onde no
passado sábado, um menino de 7 anos foi atacado por dois Rottweilers numa
fazenda, que a criança aparentemente estaria a visitar, muito embora a polícia
não tenha sido capaz de confirmar a hipótese de uma visita familiar. De acordo
com as informações disponíveis, não fora a intervenção corajosa e altruísta de
alguns transeuntes que passavam no local, as consequências do ataque seriam bem
piores para a criança, que mesmo assim saiu gravemente ferida numa perna, pelo
que foi transportada para o hospital. Depois do ocorrido, o dono dos molossos
trancou-os num canil e foi-lhe levantado um processo criminal.
Primeiro
há que lamentar, mais uma vez, um sórdido incidente destes e desejar que a
vítima recupere totalmente das suas feridas físicas e psicológicas o mais
rapidamente possível. Estamos fartos de dizer que o Rottweiler não é um cão
para toda a gente e que quem o tem deverá ter com ele as maiores cautelas,
particularmente quando no agregado familiar existem crianças de tenra idade ou
de reduzido senso de responsabilidade, o que não quer dizer que Rottweilers e
crianças não possam ser compatíveis, como podem ser compatíveis miúdos e Pitbulls,
apesar de confiar mais nos primeiros por serem mais ricos em personalidade e
menos instintivos do que os últimos, pese embora o facto dos Pitbulls de serem
de uma ternura extrema para os seus e acatarem por isso facilmente os reparos
que estes lhes fazem. Contudo, os instintos são acções automáticas e os cães
não sabem porque agem assim.
Os
Rottweilers, mesmo diante do seu forte sentimento
territorial, da sua extraordinária força de mordedura e dos estragos que possam
causar, quando verdadeiramente treinados, controlados e testados podem ser e
muitos são, excelentes companheiros seja para quem for, funcionando
inclusive como guardiões de crianças e auxiliares de deficientes. Adianta-se
para quem não sabe e nunca experimentou, que o Rottweiler é um cão de
compromisso, tendencialmente impoluto e incorruptível, um amigo em que se pode
confiar nos bons e maus momentos. Poderão haver Rottweilers que mesmo sem
treino específico respeitem as crianças? Sim é possível, mas como cada cão é um
caso, é mais seguro educá-los e prepará-los desde tenra idade, que foi aquilo
que sempre fizemos, do que sujeitar os nossos filhos a uma verdadeira “roleta
russa”! De qualquer modo, convém varrer todo e qualquer subjectivismo da
filosofia de treino destes cães mais duros.
Curiosamente, o Rottweiler é um cão que se disciplina, vive dela e é um disciplinador, sendo por isso um excelente auxiliar pedagógico e um cão tido como sério. Devido ao perigo que representa pelas suas características, um cão destes não pode ser tratado e esquecido como os demais, porque nasceu para um serviço específico, exige trabalho e é diferente, não sendo por isso o cão indicado para qualquer um, particularmente para aqueles avessos a compromissos, que não têm perfil e experiência, audácia e força, disponibilidade e capacidade de esforço, resiliência e paciência para responderem e terem a seu lado tão nobre companheiro. Depois do que acabo de dizer, percebe-se perfeitamente porque há tantos Rottweilers a morder a quem não devem – FORAM PARAR A MÃOS ERRADAS - o que se tem reflectido no número de ataques contra crianças. No caso que serviu de introdução a esta explicação, o acontecido em Bakum, tudo leva a crer que a criança foi vista pelos cães como um intruso.
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