O Pastor
Belga Malinois Kuno, animal lobeiro com 4 anos de idade, que foi destacado para
o Afeganistão para apoiar as tropas britânicas e que hoje se encontra
aposentado do exército de Sua Majestade, recebeu a Medalha Dickin, a mais alta
distinção que um animal pode receber das forças armadas britânicas, algo
semelhante à Victoria Cross destinada aos humanos. Esta medalha foi atribuída a
Kuno pela bravura demonstrada num assalto a um complexo bem armado da Al-Qaeda,
quando a força de assalto britânico-afegã acabou imobilizada por uma pesada
barragem de granadas e tiros de metralhadora lançados por um insurgente equipado
com óculos de visão nocturna, que se havia escondido no complexo.
Com
as tropas britânico-afegãs incapazes de se mover sem sofrer baixas, coube ao
Kuno quebrar o impasse. Depois de libertado pelo seu condutor, o Kuno – que já
havia incapacitado um insurgente e descoberto um stock de explosivos escondidos
durante a operação – correu para a porta do complexo para atacar o insurgente.
Assustado com a chegada repentina do cão, o atirador disparou descontroladamente
na escuridão, atingindo o cão nas patas traseiras. Apesar de gravemente ferido,
o Kuno continuou a avançar e atirou-se ao atirador da Al-Qaeda, mordendo-lhe um
braço e atirando-o ao chão, só o largando quando a força de assalto entrou no
pátio e esvaziou o complexo.
Apesar
de ter recebido tratamento na parte de trás de um helicóptero, o Kuno precisou
de várias intervenções cirúrgicas importantes antes de ficar estável o
suficiente para regressar ao Reino Unido, o que obrigou à amputação de uma das
patas traseiras para prevenir uma infecção potencialmente fatal.
Afortunadamente, o cão herói recuperou totalmente desta cirurgia e tornou-se no
primeiro Cão de Trabalho do Reino Unido a receber próteses personalizadas. A
PDSA, a entidade que lhe atribuiu a medalha, descreve-o como “de bom humor e saúde”.
O cão é totalmente merecedor da maior homenagem e distinção, pena é que não compreenda o significado das honrarias e tenha voltado da guerra perneta, conflito onde entrou por força da afeição e do condicionamento, desempenhando cabalmente o serviço para o qual nasceu, foi seleccionado e treinado. Diz o povo e com razão: “Quem vai á guerra dá e leva” e foi isso que aconteceu ao valente Kuno, um nome a recordar e um exemplo a não esquecer. Long life Kuno!
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