O
esquadrão canino indiano da National Disaster Response Force (NDRF) que tem
como missão realizar operações de busca e resgate e que habitualmente treina
para o efeito Pastores Alemães e Labradores, introduziu no seu 8º Batalhão 4
cães párias indianos, tipo vulpino, também conhecidos como “cães Desi”, que
inundam as ruas das cidades da República Indiana e que foram adoptados no
Campus de Govindpuram em Ghaziabad. Dois são cães adultos e os restantes são
cachorros com pouco mais de 2 meses de idade. Responsáveis da NDRF disseram que
esta iniciativa é uma resposta ao repto lançado pelo 1º ministro Narendra Modi
que apelou ao uso dos cães locais na polícia e no exército. Estes cães, para
quem não sabe, são muito idênticos aos nossos podengos, com uma morfologia similar,
igual relação de envergadura, idêntica carga instintiva, robustez, resistência
e também dotados de um excelente olfacto. O comandante do 8º Batalhão não se
inibe em dizer que o treino destes stray dogs é um pouco mais difícil por
faltar-lhes consistência, mas que apesar disso têm evoluído conforme o
esperado, apresentando como vantagem o facto de já se encontrarem aclimatados em
relação aos cães importados.
Os
dois “Desi”, baptizados de Blaze e Tiger, que iniciaram o seu treino em
instalações separadas por serem avessos às outras raças de cães policiais, terão
agora que fazer parte da matilha policial e efectuar treinos conjuntos com
Pastores Alemães e Labradores, porque já respondem afirmativamente aos comandos.
Todos os cães do batalhão são treinados de manhã e o seu treino consiste em
exercícios físicos, cursos de obstáculos e operações de busca e resgate. “Os cães
errantes (“Desi”) são muito ágeis, o que por vezes dificulta a sua
concentração. Se as raças europeias podem ser conduzidas por vários tratadores,
os “Desi” gostam principalmente de receber comandos do seu próprio tratador”,
disse Sandeep Kumar, responsável pelo do treino do primeiro lote de cães
errantes da NDRF. A opinião dos treinadores do Batalhão é unânime: os cães “Desi”
têm mais resistência física e são menos propensas a doenças do que os demais, o
que poderá aumentar-lhes o sucesso nas missões de busca e resgate.
Vamos tentar seguir a evolução destes cães, porque o projecto indiano, ao ser um projecto-piloto, poderá servir de mote para o aproveitamento dos muitos podengos que temos por cá, em tudo idênticos aos cães “Desi” e membros duma grande família canina que une cães africanos, ibéricos e indianos, vulpinos que é mais aquilo que os une do que aquilo que os separa.
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