terça-feira, 24 de novembro de 2020

GUARRERÍAS DEL PARAGUAY

 

Antes de divulgarmos o que de nojento aconteceu na cidade paraguaia de Fram, no departamento de Itapúa, vale a pena dar a conhecer alguns pormenores desta cidade, fundada a 20 de Março de 1927 pelo norueguês Pedro Cristophensen e por Mateo Sanchez de Carmen del Paraná (o seu antigo nome era Apereá). Os residentes da “Colónia de Fram”, é assim também conhecida, são maioritariamente de origem eslava (ucranianos, russos e polacos), muito embora por lá habitem também alemães e japoneses. “Fram” é uma palavra norueguesa que significa “avançar” e é também o nome do famoso navio que levou o explorador norueguês Fridtjof Nansen e a sua tripulação até ao Árctico em 1983. A cidade é também conhecida como “A Capital do Trigo”, porque desde a sua formação se dedicou à produção deste cereal. Como já era de esperar, o distrito de Fram tornou-se num centro de desenvolvimento nacional, um exemplo de desenvolvimento comunitário e de autogestão, onde a concertação e a justiça social são um facto.

Nesta colónia maioritariamente ucraniana, situada no sul do país e onde não falta uma bonita igreja ortodoxa (na foto acima), na passada quarta-feira, faz amanhã oito dias, o pai de uma senhora chamada Ignacia Lugo, comprou um pedaço de carne de porco por 10.000 guaranis para ser comida no final da semana. No Domingo, quando a cozinheira foi buscar a carne ao frigorífico para cozinhá-la, apercebeu-se rapidamente que algo estava errado. Desconfiada, a família deu aquela carne para o cão e para o gato, e nenhum deles a comeu (na foto abaixo). O repúdio dos animais só veio aumentar as suspeitas e a família decidiu apresentar queixa na esquadra da polícia local. A carne foi examinada por um veterinário que concluiu tratar-se de carne de cão, de um de raça pequena! As vítimas do logro esperam agora que o Ministério Público intervenha e que continue a investigar o caso. A carne de cão vendida como de porco foi comprada num minimercado de um tal Saturnino González.

O Paraguay actual ainda lembra o antigo “faroeste” e a “febre do ouro” do tempo dos cowboys norte-americanos, porque é um país onde falta regulamentação e quando existe é letra morta, sendo por isso uma terra de aventureiros e um ”El Dorado” para os estrangeiros que para lá vão pilhar, especialmente para os brasileiros que não conseguiram prosperar no seu país por razões geográficas ou de oportunidade. No Paraguay a ganância pelo lucro de alguns é tanta que se assiste ciclicamente à destruição indiscriminada dos mais variados ecossistemas, o que não augura um bom futuro para o país, para a América do Sul e para o Planeta.

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