Antes
de divulgarmos o que de nojento aconteceu na cidade paraguaia de Fram, no
departamento de Itapúa, vale a pena dar a conhecer alguns pormenores desta
cidade, fundada a 20 de Março de 1927 pelo norueguês Pedro Cristophensen e por
Mateo Sanchez de Carmen del Paraná (o seu antigo nome era Apereá). Os
residentes da “Colónia de Fram”, é assim também conhecida, são maioritariamente
de origem eslava (ucranianos, russos e polacos), muito embora por lá habitem
também alemães e japoneses. “Fram” é uma palavra norueguesa que significa “avançar”
e é também o nome do famoso navio que levou o explorador norueguês Fridtjof
Nansen e a sua tripulação até ao Árctico em 1983. A cidade é também conhecida
como “A Capital do Trigo”, porque desde a sua formação se dedicou à produção
deste cereal. Como já era de esperar, o distrito de Fram tornou-se num centro
de desenvolvimento nacional, um exemplo de desenvolvimento comunitário e de
autogestão, onde a concertação e a justiça social são um facto.
Nesta
colónia maioritariamente ucraniana, situada no sul do país e onde não falta uma
bonita igreja ortodoxa (na foto acima), na passada quarta-feira, faz amanhã
oito dias, o pai de uma senhora chamada Ignacia Lugo, comprou um pedaço de
carne de porco por 10.000 guaranis para ser comida no final da semana. No
Domingo, quando a cozinheira foi buscar a carne ao frigorífico para cozinhá-la,
apercebeu-se rapidamente que algo estava errado. Desconfiada, a família deu
aquela carne para o cão e para o gato, e nenhum deles a comeu (na foto abaixo).
O repúdio dos animais só veio aumentar as suspeitas e a família decidiu
apresentar queixa na esquadra da polícia local. A carne foi examinada por um
veterinário que concluiu tratar-se de carne de cão, de um de raça pequena! As
vítimas do logro esperam agora que o Ministério Público intervenha e que
continue a investigar o caso. A carne de cão vendida como de porco foi comprada
num minimercado de um tal Saturnino González.
O Paraguay actual ainda lembra o antigo “faroeste” e a “febre do ouro” do tempo dos cowboys norte-americanos, porque é um país onde falta regulamentação e quando existe é letra morta, sendo por isso uma terra de aventureiros e um ”El Dorado” para os estrangeiros que para lá vão pilhar, especialmente para os brasileiros que não conseguiram prosperar no seu país por razões geográficas ou de oportunidade. No Paraguay a ganância pelo lucro de alguns é tanta que se assiste ciclicamente à destruição indiscriminada dos mais variados ecossistemas, o que não augura um bom futuro para o país, para a América do Sul e para o Planeta.
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