segunda-feira, 9 de novembro de 2020

DAS DUAS UMA: OU ENSINO OBRIGATÓRIO OU CERTIFICADO DE ROBUSTEZ FÍSICA

 

Fazemos eco de uma notícia publicada hoje no tag24.de, porque o incidente nela relatado acontece amiúde e um pouco por toda a parte perante a indiferença das autoridades, que preferem tratar o assunto como um caso de polícia ou invés de assumirem as suas responsabilidades. Em Klingenthal, município alemão do distrito de Vogtland, na Saxónia, no passado sábado à tarde, quando se encontrava a passear por um caminho florestal, um homem de 57 anos cruzou-se com duas pessoas, trazendo cada uma o seu cão atrelado. Inesperadamente, um dos cães atirou-se para cima do homem e mordeu-lhe o rosto, não conseguindo a sua dona segurá-lo. O acabou por ser conduzido ao hospital por causa da gravidade das suas feridas.

Este incidente reacende uma velha polémica, aquela que diz respeito à necessidade de um certificado de robustez física a exigir a todos os proprietários caninos em prol do bem geral, já que anda por aí muita gente que não tem a força necessária para segurar o seu cão e evitar que ele cause dolo a alguém, conforme o sucedido em Klingenthal. Quem poderá estar seguro e dormir descansado se todos os dias são passadas licenças caninas a quem não consegue segurar os seus cães? Quantos aposentados, alguns com sérios entraves físicos, poderão controlar cães acima dos 15 kg quando excitados? Torna-se evidente que o assunto carece de urgente regulamentação, porque a sua omissão coloca em risco o bem-estar de todos nós, nomeadamente os mais desprevenidos, fracos e indefesos.

Caso não se queira optar pelo certificado de robustez física a ser passado por um médico a designar, por conta de eventuais constrangimentos, então teremos que optar pelo ensino obrigatório dos cães, já que nenhum traz um kit de obediência básica ao nascer. Esta opção, que acarretaria alguns encargos para as autarquias, obrigá-las-ia ainda a elaborar um exame para aprovar o licenciamento dos candidatos, uma prova onde a condução dos cães acontecesse segura, ordeira e sem atropelos, porque doutro modo e à falta de melhor, depois da obrigatoriedade da máscara por conta do Covid, ainda teremos de circular de capacete por conta das investidas de alguns cães.

Se os cães de serviço e de assistência são ensinados para valer aos donos e não para aumentar os seus problemas, também os das pessoas mais frágeis e com dificuldades de locomoção deveriam ser objecto do mesmo ensino, não só por causa dos danos a terceiros, mas também em prol do bem-estar dos seus donos, pessoas menos robustas e por isso sujeitas a mais e maiores problemas. É um atentado à democracia e às nossas liberdades e direitos consentir a circulação em espaços públicos de cães de controlo deficitário, condicional ou sem ele, já que à trela também atacam (1) e com açaime também derrubam.

(1)Os cães quando seguros pela trela e impedidos de avançar, tendem a atacar as suas vítimas da linha da cintura para cima, sendo natural que lhes atinjam o rosto ou a cabeça. Por outro lado, os cães junto dos donos ou a eles presos sentem-se mais seguros, avançando por causa disso como maior ímpeto.

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