Fazemos
eco de uma notícia publicada hoje no tag24.de, porque o incidente nela relatado
acontece amiúde e um pouco por toda a parte perante a indiferença das
autoridades, que preferem tratar o assunto como um caso de polícia ou invés de
assumirem as suas responsabilidades. Em Klingenthal, município alemão do
distrito de Vogtland, na Saxónia, no passado sábado à tarde, quando se
encontrava a passear por um caminho florestal, um homem de 57 anos cruzou-se
com duas pessoas, trazendo cada uma o seu cão atrelado. Inesperadamente, um dos
cães atirou-se para cima do homem e mordeu-lhe o rosto, não conseguindo a sua
dona segurá-lo. O acabou por ser conduzido ao hospital por causa da gravidade das
suas feridas.
Este
incidente reacende uma velha polémica, aquela que diz respeito à necessidade de
um certificado de robustez física a exigir a todos os proprietários caninos em
prol do bem geral, já que anda por aí muita gente que não tem a força
necessária para segurar o seu cão e evitar que ele cause dolo a alguém, conforme
o sucedido em Klingenthal. Quem poderá estar seguro e dormir descansado se
todos os dias são passadas licenças caninas a quem não consegue segurar os seus
cães? Quantos aposentados, alguns com sérios entraves físicos, poderão
controlar cães acima dos 15 kg quando excitados? Torna-se evidente que o
assunto carece de urgente regulamentação, porque a sua omissão coloca em risco
o bem-estar de todos nós, nomeadamente os mais desprevenidos, fracos e
indefesos.
Caso
não se queira optar pelo certificado de robustez física a ser passado por um médico
a designar, por conta de eventuais constrangimentos, então teremos que optar
pelo ensino obrigatório dos cães, já que nenhum traz um kit de obediência
básica ao nascer. Esta opção, que acarretaria alguns encargos para as autarquias,
obrigá-las-ia ainda a elaborar um exame para aprovar o licenciamento dos
candidatos, uma prova onde a condução dos cães acontecesse segura, ordeira e
sem atropelos, porque doutro modo e à falta de melhor, depois da
obrigatoriedade da máscara por conta do Covid, ainda teremos de circular de
capacete por conta das investidas de alguns cães.
Se
os cães de serviço e de assistência são ensinados para valer aos donos e não
para aumentar os seus problemas, também os das pessoas mais frágeis e com
dificuldades de locomoção deveriam ser objecto do mesmo ensino, não só por
causa dos danos a terceiros, mas também em prol do bem-estar dos seus donos,
pessoas menos robustas e por isso sujeitas a mais e maiores problemas. É um atentado à democracia e às nossas liberdades e direitos consentir a circulação em espaços
públicos de cães de controlo deficitário, condicional ou sem ele, já que à trela também atacam (1) e com açaime também derrubam.
(1)Os cães quando seguros pela trela e impedidos de avançar, tendem a atacar as suas vítimas da linha da cintura para cima, sendo natural que lhes atinjam o rosto ou a cabeça. Por outro lado, os cães junto dos donos ou a eles presos sentem-se mais seguros, avançando por causa disso como maior ímpeto.
Sem comentários:
Enviar um comentário