quinta-feira, 19 de novembro de 2020

DURO DE MORRER, APTO PARA SOBREVIVER

 

Um cão desaparecido depois de ter sido baleado por um pastor escocês em Hamilton, reapareceu 8 anos depois em Birmingham, a 430 km de distância da casa dos seus donos. O cão, um cruzado de Pastor Alemão de aparência muito próxima ao Pitsky chamado Kavik, escapou-se com o seu irmão de casa 2012, quando tinha 18 meses de idade. A dupla em fuga foi depois avistada num prado para ovelhas a cerca de 1 km de distância. O proprietário das ovelhas não se agradou daquela visita e acabou por matar o seu irmão e feri-lo. Suspeitando que estivesse gravemente ferido, andou por todo o lado a procurá-lo até perder a esperança. Mais de oito anos passados, anteontem, o seu dono, Steven Rodger, recebeu um telefonema de uma organização denominada “Dog Lost”, a contar-lhe sobre o possível avistamento do seu cão a 270 milhas de distância, em Birmingham. Depois de ver as fotos do cão em muito mau estado, viajou para reencontrá-lo, uma vez que o animal tinha sido agarrado por um guarda quando intentava roubar comida numa loja para animais domésticos na área de Northfield.

Rodger narra assim o seu reencontro com o cão: “Quando eu entrei e ele estava na sua caixa e assim que coloquei minha mão em cima dela, ele aproximou-se e começou a lamber-me a mão e o rosto. Essa foi a resposta para mim - era o nosso Kavik. Trouxe-o de volta à estrada e ele tem sido absolutamente brilhante desde então. Na verdade, agora tenho dois outros cães que são também parentes dele. Foi uma reunião de família completa com as crianças e os cachorros ao mesmo tempo. A minha filha chorava, a outra filha não o largava e o meu filho simplesmente não conseguia acreditar que era ele.” Apesar de estar muito fraco, o Kavik está com uma saúde excepcionalmente boa diante da sua longa provação, o que faz suspeitar a família que em algum momento houve alguém que cuidou dele. O Steven Rodger acrescentou: “As fotos enganam, nelas parece muito mais gordo do que na realidade está, está praticamente pele e osso e vai precisar de tempo e muito trabalho para se recuperar.”

Apesar do feito do Kavik não ser único, há que recordá-lo para memória futura, porque se trata da história de um lutador duro de morrer e apto para sobreviver. Se os cães falassem ou pudessem registar as suas memórias numa pen, a história deste cão seria ainda mais apaixonante. Adianta-se para quem privilegia o conhecimento, por razões ainda não totalmente conhecidas, o que dá azo a muitas especulações, que os cães pertencentes ao grupo somático dos lupinos conseguem caçar para si e adaptar-se a diferentes dietas, para além de suportarem melhor a fome do que a maioria dos molossos e bracóides. A morfologia e as duras condições a que o Kavik foi sujeito parecem indiciar ser também descendente de um Husky ou de outro cão de trenó, o que a ser verdade explicaria muita coisa. Resta dar os parabéns à família Rodger!

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