Na
sociabilização dos nossos cães sempre temos contado com o apoio popular, gente
que voluntariamente trabalha connosco por amor aos cães, colaboradoras e
colaboradores cujos nomes ignoramos na maioria dos casos, mas que são de suma
importância para a perfeita inclusão social dos animais que treinamos. Ontem
encontrámos duas senhoras aposentadas na praia e uma delas, que já teve um
Pastor Alemão, imediatamente se prontificou para trabalhar connosco,
prestando-se a outra como fotógrafa (na foto acima). A primeira coisa que
pedimos à nossa voluntária ocasional foi que passeasse o F.S.Miguel Doc durante
alguns minutos visando a sociabilização deste alano-molosso para que
futuramente não desconfie ou tema de quem se vier a cruzar na sua frente.
O
cuidado com a sociabilização do Doc não se remeteu apenas às pessoas, mas
estendeu-se também aos cães que naquele momento se encontravam na praia acompanhados
pelos seus donos, nomeadamente um que se encontrava apenas 10 metros distante
de nós. Apostados por causa nisso na fixação exclusiva do cão na pessoa do dono,
pedimos ao José António que executasse o APC no areal.
Com
o decorrer do tempo que trouxe o aumento da confiança, solicitámos depois à
nossa prestimosa voluntária que fizesse com o Adestrador uma vertical crua para
o Doc ultrapassar. O cão não hesitou e a senhora encantou-se com a experiência.
E
como a sociabilização dos cães não dispensa o empenho dos seus donos, também o
José António constituiu com a voluntária uma nova vertical crua, servindo de
baliza e meia vara para gáudio do Fila que adora saltar e que nisso mostra uma elegância
fora do comum.
Da
voluntária, para além da sua disponibilidade, só gravámos que trabalhou durante
antes numa escola e que agora está a gozar a sua merecida aposentadoria.
Atendendo à confiança demonstrada, pedimos-lhe que se dobrasse para que o cão
lhe saltasse por cima. Ela anuiu sem medo e quando deu por isso, já o cão a
tinha ultrapassado, porque o José António sabia bem o que fazer com a trela.
Finalmente
optámos por executar o mesmo salto em liberdade, passando o Adestrador para o
comando do cão, para diminuir os riscos da simpática senhora vir a ser
projectada para o chão. Conforme se pode ver no GIF abaixo, o cão, que andava
ávido de galopar, foi um pouco descuidado, porque ainda tocou levemente com um
dos posteriores nas costas da senhora.
Com
o cair da noite rumámos à cidade e procedemos ao “jogo do sobe e desce” com os
dois binómios presentes, manobra que procura fixar a indiferença canina à
contra-ordem e ao suborno. Na foto abaixo, com o Doc de pé, segundo lhe ordenou
o dono, o Adestrador tenta por todos os meios mandá-lo sentar, não hesitando
inclusive em suborná-lo. O cão ignorou a contra-ordem, não desobedeceu ao dono
e não lhe tirou os olhos de cima como convinha.
Entretanto,
aproveitando um grupo de senhoras que parou para observar-nos, convidámos três
delas para se constituírem em obstáculo, fazendo a mais jovem e mais leve de
vara. As senhoras são bem visíveis e o CPA está a partir para o salto.
No
final, com o Advento à porta e com o Natal comercialmente adiantado (o 1º
Domingo de Advento é já no próximo dia 29), tirámos uma fotografia dos dois cãs
presentes no treino, tornados vultos engalanados por milhares de luzes de uma
grande árvore de natal férrea e cónica.
Participaram nos trabalhos os seguintes binómios: José António/Doc e Paulo/Bohr. Algumas fotografias constantes neste relato foram da autoria de uma das senhoras que colaborou connosco na praia. A montagem, como não podia deixar de ser, foi da autoria do Paulo Jorge. A noite esteve serena e quente, e custou voltar para casa, porque se estava melhor na rua. Hoje retomaremos os nossos trabalhos na esperança de reencontrarmos o nosso “Xarrôque das Soldaduras”, pexe que parece ter largado para o Golfo da Guiné.
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