A pedido do Grupo de
Esquerda, o Ministério do Interior alemão revelou as actuais estatísticas (Beißstatistik)
sobre os ataques caninos acontecidos em 2016 e 2017 no Estado do Hesse. Como
era esperado, num total de 297 ou 309 pessoas feridas, apenas 35 ou 37 foram
atacadas por cães indexados à lista racial dos cães perigosos, o que dá uma
percentagem entre os 11,7 e os 11,9% e mostra quão falha e hipócrita é essa
lista, porque não tem conseguido diminuir o número de ataques caninos e tem
vindo a induzir os comuns cidadãos a uma falsa sensação de segurança.
No Hesse, como noutros
Estados alemães e noutras partes do mundo, há mais de 10 anos, o número de
ataques caninos estagnou num nível muito elevado e o seu significativo declínio
ainda está para acontecer, apesar das actuais listas raciais de cães perigosos.
Ainda que a lista das raças consideradas perigosas varie de Estado para Estado,
são reconhecidas vinte e uma na totalidade do território teutónico, são elas: ALANO; AMERICAN STAFFORDSHIRE TERRIER; BULDOGUE AMERICANO; BULLMASTIFF; BULL TERRIER; CANE CORSO; CÃO BRAVO; CÃO DE PRESA
CANÁRIO; CÃO DE PRESA MAIORQUINO; DOBERMAN; DOGUE ARGENTINO; FILA BRASILEIRO;
KANGAL; MASTIM; MASTIM ESPANHOL; MASTIM NAPOLITANO; OWTSCHARKA CAUCASIANO;
PITBULL TERRIER AMERICANO;
ROTTWEILER (?!); STAFFORDSHIRE BULL
TERRIER e TOSA
INU.
Diga-se em abono da
verdade que existem raças caninas com maior densidade de indivíduos agressivos
do que outras e todos sabemos quais são. Contudo, em algumas das raças acima
discriminadas esse percentual é mínimo, como é o caso da maioria dos Dogues Argentinos
e Bull terriers, entre outros, que foram indexados às listas mais pelo seu mau
nome e aparência do que por outra razão qualquer (o Mastim Napolitano é perito
em agarrar ladrões coxos, trôpegos e perdidos de bêbado). No meio de todas
estas raças, há algumas de fácil controlo, já que foram criadas para a
constituição binomial, cite-se o exemplo do Rottweiler e do Doberman. Os
pequenos terriers de grande força de mandíbula americanos são por norma muito
afáveis para os seus e os grandes molossos só engolem uma mosca depois de se
sentirem incomodados por horas a fio.
Mais do que nas raças, futuramente
dever-se-á ter em maior consideração os indivíduos, porque em todas elas, como
nos homens, há bons e maus elementos, muito embora abominemos fazer esta
comparação porque, apesar de ser verdadeira, não nos embriagamos e delongamos a
derramar considerações antropomórficas sobre os cães. Todavia, se é para se manter
uma lista racial de cães perigosos, então ela deverá ser actualizada, extraindo-se
dela raças que nunca atacaram e pondo no seu lugar aquelas que continuam a
morder nas gentes. À parte disto, se todos os cães fossem treinados e os seus
donos mais responsabilizados, a esmagadora maioria dos ataques caninos passaria
à história.
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