Na fratricida e
aparentemente interminável GUERRA
DA SÍRIA, com todos os contornos de uma guerra civil e mantida
pelos interesses das grandes potências, depois de uma explosão e no meu dos
escombros, surge uma cachorrinha que viria a ser descoberta por um soldado
britânico de Essex, SEAN
LAIDLAW, para ali destacado, que a resgatou do prédio
bombardeado, deu-lhe de comer e beber e levou-a para uma área mais segura,
baptizando-a de “BARRIE”.
A cachorrinha mostrou-se a
princípio desconfiada, não comendo o que lhe era distribuído, mas com o tempo
viria a tornar-se numa amiga inseparável daquele soldado inglês, que tinha por
ela o mesmo sentimento. Durante os três meses que Laidlaw passou na Síria, a
Barrie nunca o largou e tornou-se num valioso apoio emocional para o soldado,
que equipou a sua amiga com um colete à prova de bala e fez-lhe um brinquedo
com uns jeans velhos. A cadelinha passou a viver no campo militar, mais
propriamente no quarto do seu amigo fardado, que dela cuidava e dela era
responsável. Terminada a sua missão na Síria, Laidlaw muito se alegrou por
regressar a casa, mas ficou de coração partido por não ter podido levar a
Barrie consigo.
Apostado em reavê-la, contactou
a organização "War Paws" no Iraque, que é especializada em trazer
cães de zonas de guerra para posterior adopção e criou um fundraiser para
ajudar a trazer a Barrie para o Reino Unido. A jornada da cachorra levou-a
primeiro ao Iraque, onde foi examinada por funcionários da “War Paws”. De lá,
foi para a Jordânia, onde viria a ficar retida dois meses. A sua viagem até
Inglaterra demorou sete meses, durante os quais cruzou cinco países e passou
por duas zonas de guerra, num total de 5.000 milhas (8.046 km).
Para a receber, Sean
Laidlaw voou para Paris. Apesar de animado e com o coração aos pulos, o veterano
temia que a cadela já não fosse a mesma, que tivesse mudado e que não o
reconhecesse ou que estivesse demasiado traumatizada para se estabelecer num
novo lar. Felizmente nada disso aconteceu e Laidlaw descreve o reencontro a
Barrie como “o momento mais feliz de todos”, porque a cachorra reconheceu-o
imediatamente, não havia mudado nada e estado de novo a seu lado. No meio de
tanta felicidade, o homem não se esqueceu de agradecer às pessoas que o
ajudaram a recuperar a Barrie.
Para se ter uma ideia da
importância desta cadela para o soldado, que confessa ter com ela uma dívida de
gratidão, fiquemos com as suas palavras: “Pode parecer que lhe salvei a vida,
mas parece-me que foi ela que salvou a minha”; “Quando voltas para o
acampamento numa zona de guerra, sentas-te sozinho no teu quarto. Ter um
companheiro para jogar e treinar distraiu-me de todas as coisas que eu tinha que
ver e fazer lá fora " e “A Barrie deu-me um pouco de normalidade que me
salvou”. Depois disto, queremos somente enviar o nosso “muito obrigado” a todas
as Barries deste mundo.
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