quinta-feira, 15 de novembro de 2018

BARRIE: UMA HISTÓRIA COMOVENTE

Na fratricida e aparentemente interminável GUERRA DA SÍRIA, com todos os contornos de uma guerra civil e mantida pelos interesses das grandes potências, depois de uma explosão e no meu dos escombros, surge uma cachorrinha que viria a ser descoberta por um soldado britânico de Essex, SEAN LAIDLAW, para ali destacado, que a resgatou do prédio bombardeado, deu-lhe de comer e beber e levou-a para uma área mais segura, baptizando-a de “BARRIE”.
A cachorrinha mostrou-se a princípio desconfiada, não comendo o que lhe era distribuído, mas com o tempo viria a tornar-se numa amiga inseparável daquele soldado inglês, que tinha por ela o mesmo sentimento. Durante os três meses que Laidlaw passou na Síria, a Barrie nunca o largou e tornou-se num valioso apoio emocional para o soldado, que equipou a sua amiga com um colete à prova de bala e fez-lhe um brinquedo com uns jeans velhos. A cadelinha passou a viver no campo militar, mais propriamente no quarto do seu amigo fardado, que dela cuidava e dela era responsável. Terminada a sua missão na Síria, Laidlaw muito se alegrou por regressar a casa, mas ficou de coração partido por não ter podido levar a Barrie consigo.
Apostado em reavê-la, contactou a organização "War Paws" no Iraque, que é especializada em trazer cães de zonas de guerra para posterior adopção e criou um fundraiser para ajudar a trazer a Barrie para o Reino Unido. A jornada da cachorra levou-a primeiro ao Iraque, onde foi examinada por funcionários da “War Paws”. De lá, foi para a Jordânia, onde viria a ficar retida dois meses. A sua viagem até Inglaterra demorou sete meses, durante os quais cruzou cinco países e passou por duas zonas de guerra, num total de 5.000 milhas (8.046 km).
Para a receber, Sean Laidlaw voou para Paris. Apesar de animado e com o coração aos pulos, o veterano temia que a cadela já não fosse a mesma, que tivesse mudado e que não o reconhecesse ou que estivesse demasiado traumatizada para se estabelecer num novo lar. Felizmente nada disso aconteceu e Laidlaw descreve o reencontro a Barrie como “o momento mais feliz de todos”, porque a cachorra reconheceu-o imediatamente, não havia mudado nada e estado de novo a seu lado. No meio de tanta felicidade, o homem não se esqueceu de agradecer às pessoas que o ajudaram a recuperar a Barrie.
Para se ter uma ideia da importância desta cadela para o soldado, que confessa ter com ela uma dívida de gratidão, fiquemos com as suas palavras: “Pode parecer que lhe salvei a vida, mas parece-me que foi ela que salvou a minha”; “Quando voltas para o acampamento numa zona de guerra, sentas-te sozinho no teu quarto. Ter um companheiro para jogar e treinar distraiu-me de todas as coisas que eu tinha que ver e fazer lá fora " e “A Barrie deu-me um pouco de normalidade que me salvou”. Depois disto, queremos somente enviar o nosso “muito obrigado” a todas as Barries deste mundo.

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