quinta-feira, 22 de novembro de 2018

NA SICÍLIA NÃO HÁ SÓ MAFIOSOS

Geralmente os portugueses não têm uma boa imagem dos sicilianos, como de resto dos italianos – vêem-nos como mafiosos; os italianos, por sua vez, também não têm uma boa imagem dos portugueses, tanto que o substantivo masculino italiano “portoghese”, para além de se referir ao nativo de Portugal e à nossa língua, quando usado em sentido figurado, refere-se a alguém que entra num local de diversão ou que aproveita um serviço público sem pagar ingresso – um burlão ou chico-esperto. Ambos são por norma gente boa e até aparentados, mas quando não prestam, que venha o diabo e escolha, porque se um vai roto, o outro vai nu!
Pois na belíssima Ilha italiana da Sicília, na sua segunda maior cidade, CATÂNIA (a maior é Palermo que é a capital da Ilha), os funcionários da Loja IKEA entenderam proteger os cães vadios do frio que se faz sentir e tomaram a iniciativa de deixá-los entrar na loja, iniciativa que foi saudada por muitos dos seus clientes.
Os cães agradaram-se do gesto e passaram a deitar-se nos tapetes daquele espaço comercial para se aquecerem, o que resultou num imenso número de fotos que foi parar às redes sociais para divulgação daquela iniciativa original, iniciativa que levou um usuário do Instagram a exclamar: “É óptimo, eu não esperava tanto!”
A iniciativa dos empregados do IKEA de Catânia está a correr mundo e a constituir-se num excelente meio de propaganda para este empresa global sueca, controlada por uma série de corporações sediadas nos Países Baixos e especializada na venda de móveis de baixo custo. Quem é que não se compadece de cães abandonados? Quem na mesma situação não faria o mesmo? Quem não quererá vê-los? Não haverá um motivo extra para entrar e comprar no IKEA? Estamos perante um gesto típico do Natal!
Como a notícia chegou-nos através da BFM TV on-line (canal francês em sinal aberto, subsidiário do Grupo NextRadioTV, disponível na TNT, por cabo, satélite, televisão via ADSL, televisão móvel e… em directo na Internet), o seu redactor inquiriu se uma iniciativa destas poderia acontecer em França, país onde o abandono de animais está longe de diminuir, uma vez que a SPA (Société Protectrice des Animaux) afirma que já arrecadou 1.600 animais na Região de Paris, quando a sua estrutura tem apenas 1.300 lugares?!
É caso para se perguntar: os franceses não eram assim, o que é que lhes deu? Saberá alguém a resposta certa? Terá sido Paris mais uma vez tomada?

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