Nos meus tempos de miúdo tínhamos uma brincadeira a que chamávamos “1, 2,
3, MACAQUINHO DO CHINÊS”, que consistia num miúdo virado para a
parede, a contar a lengalenga atrás mencionada, enquanto os outros corriam na
sua direcção, acabada esta contagem virava-se e outros miúdos tinham ficar tal
qual estátuas. Aquele que se mexesse era obrigado a voltar à linha de partida e
ganhava aquele que conseguisse chegar primeiro à parede, que passava para a
contagem.
Bem depressa a criançada se fartava desta brincadeira, por ser demasiado
repetitiva, como repetitiva e histórica é a repressão chinesa sobre os cães,
animais que alguns chineses digerem bem demais, que outros desconsideram e que
outros ainda não toleram, segundo valores culturais bem diferentes dos nossos,
que sempre geram tensões sobre o lugar dos cães na sociedade. Agora que os
chineses se voltaram para a África e em força, oxalá os seus valores culturais não
levem à extinção várias espécies de animais.
Na moderna cidade de HANGZHOU, capital da Província de Zheijiang, à beira do Rio
Fushun, perto de Xangai, metrópole com 6,3 milhões de habitantes que é um
importante centro ferroviário, industrial e turístico, as autoridades locais,
dando continuidade às regas antidumping das anteriores décadas comunistas,
estabeleceram novas regras e pesadas multas sobre o trânsito e licenciamento de
cães nos seus limites, tudo por culpa de uma briga entre dois cidadãos, um com
cão e outro não, acabando o animal por ser chutado.
Assim, a partir de ontem, os cães estão proibidos de andar na rua das 07
às 19 horas; a polícia pode confiscar ou matar os cães não licenciados que
encontrar e os proprietários negligentes sujeitam-se a multas entre os 5.000 e
os 10.000 RMB (de 720 a 1.440 dólares).
Também os cães que forem encontrados ao ar livre depois do toque de
recolher serão detidos e os seus donos multados. A somar a isto, a cidade baniu
34 raças grandes consideradas “cruéis”, incluindo Mastins Tibetanos, Pastores
Alemães, Dogues Alemães, cães rurais chineses e algumas raças mistas, o que
segundo um voluntário envolvido na adopção de cães poderá complicar a vida
àqueles donos que já haviam adquirido cães de grande porte.
Não restam dúvidas nenhumas: Hangzhou não é uma cidade “dog friendly”!
Haverá por mero acaso alguma que o seja? Se alguém encontrar alguma, por favor,
mande-nos um email a indicar qual!
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