terça-feira, 13 de novembro de 2018

É UM PAI OU UMA MÃE RESPONSÁVEL? ISTO INTERESSA-LHE!

Se você é um pai ou uma mãe responsável que tem filhos pequenos e um cão em casa, o que a seguir fazemos saber interessa-lhe, isto se ainda souber diferenciar um filho de um animal, o que hoje não é tão certo na cabeça de muitos em idêntica situação. O que vamos adiantar é um conjunto de regras que visa evitar os conflitos entre as crianças e os cães, salvaguardando em simultâneo a integridade física de ambos e o seu bem-estar, já que em certas partes do mundo as agressões domésticas caninas encontram-se em pé de igualdade com episódios de violência doméstica e importa reverter as duas situações, muito embora as soluções aqui apontadas se restrinjam apenas à problemática dos cães. Convém dizer que as escaramuças havidas entre crianças e cães são agravadas pela prática corrente de se adoptarem cães antes do nascimento das crianças, o que poderá levar os nossos amigos de 4 patas a considerar o lugar onde se alojam há mais tempo como seu, podendo entender como intrusão ou uma ameaça a presença das crianças.
REGRA Nº 1 _ Crianças e cães são espécies diferentes, têm direitos, deveres, entendimentos, propósitos e expectativas diversos, pelo que devem ser entendidos e respeitados de acordo com o particular da sua espécie e não à luz de outra.
REGRA Nº 2 _ Nunca deixe-se o seu filho e o seu cão sozinhos numa sala ou longe da sua vista, porque a criança não consegue interpretar correctamente as acções e a mímica que denunciam o comportamento do animal e o seu possível incómodo, colocando-se assim em risco. Adianta-se que a maioria das crianças mortas por cães aconteceu debaixo desta situação. Quanto tiver que sair de casa e não puder levar a criança, feche o cão à chave e guarde-a ou então ponha um açaime no animal e certifique-se que nenhum deles o tira.
REGRA Nº 3 _ As tijelas da água e da comida do cão deverão estar fora do alcance das crianças e estas deverão ser ensinadas a não se aproximarem delas mais tarde, para que o cão, ao guardar o que lhe pertence, não venha a atacá-las, o que infelizmente é bastante frequente nos cães que não foram objecto de qualquer tipo de treino digno desse nome. O cão deve comer descansado e não ser incomodado e quando come não deverá ser alvo de carícias
REGRA Nº 4 _ O cão deverá dormir na sua própria cama/cesta e não na dos donos, não só por razões ligadas à higiene e aos ácaros, mas para que não suba inadvertidamente na hierarquia doméstica e ache por bem reivindicar um lugar que não lhe pertence, ao ponto de rebelar-se e de lutar por ele.
REGRA Nº 5 _ A cama do cão é o seu refúgio e castelo, o lugar onde retempera as suas forças, descansa, que considera seu e que não gosta de dividir. Assim, as crianças devem ser afastadas dela para não serem escorraçadas por meios mais ou menos violentos e de consequências de certo modo previsíveis. Nenhum cão gosta de ser acordado abruptamente e surpreso pode reagir negativamente. Para maior segurança, você deve chamá-lo calmamente para si e só depois se aproximar da cama, procedimento que mais tarde deverá ser também ensinado e enfatizado às crianças.
REGRA Nº 6 _ A entrada no quarto das crianças deverá ser interditada aos cães como forma de realçar a sua importância e respeito no grupo humano, também para evitar que o cão roube brinquedos e outros pertences dos infantes e venha depois a lutar pela sua posse, podendo também assentar arraiais onde não deve ou a induzir as crianças a tirar-lhe os brinquedos da boca, o que pode ser deveras perigoso. Por todas estas razões, devem os brinquedos, depois de usados, ser devidamente arrumados e arredados dos cães. É sabido que os donos desregrados e pouco asseados tendem a ter cães iguais e a colocar em risco as crianças que os visitam.
REGRA Nº 7 _ Os brinquedos destinados aos cães não são deles mas dos donos, meios pelos quais é procurado o fim útil dos animais e o reforço da indispensável cumplicidade entre homens e cães. Sem que a maioria dos donos se aperceba, a maior parte dos brinquedos destinada aos cães é de índole defensiva/ofensiva e serve para potenciar mordeduras e induzir ao enterrar dos dentes (nós de corda, churros, etc.). Independentemente da sua natureza, os brinquedos deverão ser recolhidos e arrumados para além do alcance dos cães e das crianças, para que a sua possível disputa não se reverta num desastre.
REGRA Nº 8 _ Não consinta que o seu cão se empine sobre os seus filhos, acção que os cães usam para mostrar e ratificar a sua dominância sobre os demais, podendo a partir daí e por várias razões atacar as suas cabeças. O que é válido para os seus filhos é válido para si. Convém relembrar em matéria de segurança que as acções caninas mais audazes só deverão acontecer debaixo de ordem expressa e não acidentalmente.
REGRA Nº 9 _ Impeça ou ensine as suas crianças, tanto na presença do seu cão em casa como dos cães alheios na rua, a evitarem correrias e gritarias na sua frente, não vá algum estar solto ou soltar-se e achar por bem “perseguir a presa”, acabando por abocanhá-la.
REGRA Nº 10 _ As crianças com idade inferior aos 6 anos de idade tendem a provocar dor e a agredir os cães, tentando rebocá-los indiscriminadamente pela cabeça, bochechas, orelhas e patas (algumas até lhes mordem). Considerando a pouca responsabilidade que têm, há que impedir que o façam e que gradualmente deixem de o fazer pelo aviso e pela advertência, porque doutro modo poderão acabar mordidas. Depois dessa idade, muitas vezes por cópia dos adultos, as crianças passam da agressão à ameaça, provocação só por si suficiente para despoletar um ataque canino, já que os cães resistem à sua despromoção social e à aceitação de novas lideranças. É obrigatório proteger as crianças e ensinar-lhes o comportamento adequado perante os cães.
REGRA Nº 11 _ Os contactos entre o seu cão, os seus filhos e outras crianças deverão iniciar-se por sua iniciativa e não por iniciativa do cão ou dos infantes, uma vez que o animal sempre deverá confiar no dono, confiança que o acalmará, levá-lo-á a aceitar as crianças que o cercam e evitará que alguém se aleije ou reaja negativamente, uma vez que apresentações abruptas e não ordenadas provocam nos cães reacções imprevistas (os cães são animais altamente reactivos).
REGRA Nº 12 _ As crianças e os adultos também, deverão sempre pedir autorização antes de fazerem festas a um cão, ainda mais se ele não for do seu agregado familiar, ainda que seja conhecido. Só depois da permissão do seu proprietário é que tal deverá ser possível, caso o animal não estranhe e esteja para aí virado. Pretende-se com isto proteger a integridade dos muitos apaixonados por cães e poupar os cães à injecção letal, que doutro modo poderão atacar os desconhecidos quando escudados na presença dos seus donos.
REGRA Nº 13 _ Quando acariciar um cão, depois de obter autorização como foi dito atrás, faça-o na certeza de agradar ao animal. A maioria das pessoas tende a acariciar o alto da cabeça dos cães, gesto que alguns animais desaprovam e que podem interpretar como abusivo, gerando-lhes uma violenta reacção. A atitude mais correcta é perguntar ao dono onde o cão mais gosta de ser acariciado, o que normalmente acontece no pescoço. Há quem diga que esses carinhos deverão ser feitos de um lado ou de outro do dorso, o que julgamos extremamente perigoso diante de cães desconfiados e gente pouco confiante. Muitas carícias podem produzir o efeito contrário, porque o seu excesso, ao invés de ser aceite como um sinal de afecto ou de recompensa, poderá ser compreendido como um castigo ou algo negativo, o que certamente ninguém deseja. Isto é válido para miúdos e graúdos.
REGRA Nº 14 _ Não espere que os seus filhos ganhem automaticamente autoridade sobre o seu cão ou sejam por ele respeitados, porque o animal tende a submeter-se somente a si, entendendo-os normalmente como crias, pormenor que não lhe alivia nem o cuidado nem a responsabilidade e que pode causar dolo às crianças.
REGRA Nº 15 _ A coabitação harmoniosa entre cães e filhos, que é tão benéfica para as crianças conforme tem vindo a ser comprovado, obriga-o a ser duplamente atento e cuidadoso para segurança de todos. Como as regras não foram aqui todas discriminadas, aconselhamo-lo a maiores precauções e a exagerar os riscos para encontrar as restantes - a tanto manda a prevenção, pois debaixo desta política elaborámos as mais correntes.
PS: Sabemos que existem cães excepcionais que dispensam estes cuidados, mas que não deixam de ser raros. Não considerámos no presente artigo os cães devidamente treinados, que por norma não incorrem neste tipo de problemas, mas que podem despoletá-los acidentalmente pelo despropósito das crianças, seres queridos e amados que carecem de ser nisto ensinados para sua protecção.

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