sábado, 17 de novembro de 2018

BINÓMIOS ANFÍBIOS

Conforme havíamos planeado ontem, voltámos ao rio para recapitularmos as aulas de natação do Doberman Zeus, contando agora com a ajuda do CPA Bohr e com a companhia do Paulo Motrena, seu condutor. Este CPA tem igual desempenho físico dentro e fora de água, constituindo-se assim num excelente exemplo a seguir.
O tempo apresentou-se nublado, cinzento e húmido neste Sábado, coberto por uma neblina matinal simultaneamente bela e pouco convidativa para banhos, o que não impediu os binómios presentes de se fazerem à água com os seus cães, água que na ocasião se encontrava sensivelmente mais quente que a temperatura local, o que acabou por facilitar e tornar mais agradável o nosso trabalho.
Embalado pelo seu companheiro de classe, o Zeus começou a fazer travessias de uma margem para a outra, apesar da corrente se apresentar forte e a puxar ora para jusante ora para montante, porquanto trabalhámos na confluência de um grande rio com um afluente seu.
Indiferente a tudo isso, o Bohr continuou a ir buscar as bolas que eram jogadas para dentro de água, alegre e sempre pronto para mais, significativamente mais calmo do que quando se encontra em terra firme, quiçá por não ter ali ninguém que o atrapalhe.
No pequeno bosque adjacente ao rio, encontrámos uma palete de madeira abandonada, que ali foi parar pela mão de um dois turistas de pé descalço, daqueles para quem uma caravana é um luxo e um saco cama um desperdício. Com ela construímos uma vertical de 1 metro, alongada por rochas e adornada com ramos de árvores, no intuito de melhor prepararmos os nossos cães para o meio florestal e os obstáculos naturais que apresenta. Na foto seguinte podemos ver o binómio Paulo/ Bohr a ultrapassar a barreira vertical, com o cão à vontade e o dono a apalpar terreno.
Afortunadamente a Svetlana está a melhorar os seus índices atléticos, mais-valias que não pode dispensar diante das ajudas que o Zeus precisa, um maroto que tem por norma empoleirar-se nos obstáculos, lembrando-nos uma galinha que à noitinha não dispensa o seu poleiro. Com melhor desempenho físico, maior decisão e técnica, a Sveta está a “levar a água ao seu moinho”, a robustecer física e psicologicamente o cão que conduz, projectando-o para voos mais altos.
Dando seguimento ao já experimentado tronco sobre a vala, existente na pista militar onde ocasionalmente treinamos, convidámos os cães para circular sobre uma frondosa árvore caída, nela operando travamentos e inversões de marcha. Na foto abaixo, quase com uma áurea de santa, “milagres da luz incidente, podemos ver a Svetlana com o Zeus na posição de “quieto”.
Como seria de esperar, o Bohr circulou no tronco como se estivesse no solo, posando para a fotografia com o seu condutor ao lado, numa foto para mais tarde recordar e que evidencia a bela pelagem de Inverno deste Pastor Alemão lobeiro, naturalmente camuflado para bosques e florestas.
Seguidamente valemo-nos de uma íngreme fenda rochosa para treinarmos ali os comandos direccionais de “à frente” e atrás”. Como os cães cumpriram na perfeição as ordens dadas, os seus condutores subiram e desceram em absoluta confiança, partindo e regressando de modo célere.
Entretanto, depois de várias subidas e descidas, as necessárias para a musculação de homens e cães, optou-se por tirar uma foto dos dois binómios em exercício, não sendo perceptível a presença dos animais, fenómeno ligado à pigmentação do seu manto e à policromia das cores locais.
E como o Bohr é um atleta de nomeada, igual a tantos outros que têm passado pelas nossas mãos, convidámo-lo para transpor um muro de barro e pedras com 2 metros de altura, cabendo ao adestrador a honra de o conduzir.
Depois foi a vez do Paulo ensinar o seu cão a descer antes de se projectar para o solo, diminuindo assim o impacto causador de lesões. Para que tudo corra bem na tarefa, à refrear a velocidade do cão, diminuir a distância que o separa do seu condutor e induzi-lo a descer por indicação e estímulo.
Ainda houve tempo para fazermos um extensor de solo humano, constituído pelos dois infantes que nos acompanharam, respectivamente o Pedro e o Tiago, caçadores inveterados de “Pikachus” e de outras espécies fictícias do Pokémon. Na foto abaixo podemos ver o Zeus a transpô-los.
No final da aula dedicámo-nos aos mais pequeninos e convidámo-los para alguns exercícios físicos próprios da sua idade e do seu agrado (mais do Pedro do que do Tiago) onde puderem despender energias, tornar-se mais fortes e competitivos.
Para fechar com “chave de ouro”, acabámos com uma luta de cavaleiros, por sinal bem renhida e divertida, onde cavalos e cavaleiros estiveram à altura do torneio, resistindo os miúdos a apear-se. Este alegre momento familiar carece de ser repetido, visando a interacção e o bem-estar que as crianças não dispensam, enquanto seres sociais e em construção, que se desejam saudáveis, equilibrados e resolutos, próprios para os desafios que irão enfrentar.
Participaram nos trabalhos os binómios: Paulo/Bohr e Svetlana/Zeus. O João Mendonça foi o condutor de dia e os miúdos não nos deram cabo da cabeça, vestindo durante a manhã várias personagens ligadas à aventura e ao mar. Quanto aos graúdos, o que importou foi preparar os seus cães para os acompanhar tanto na terra como no mar, objectivo que parece ter sido alcançado e que para a semana será melhorado, porque todos os cães têm algo de anfíbio e muito para dar. Bom fim-de-semana! 

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