Conforme havíamos planeado
ontem, voltámos ao rio para recapitularmos as aulas de natação do Doberman Zeus,
contando agora com a ajuda do CPA Bohr e com a companhia do Paulo Motrena, seu
condutor. Este CPA tem igual desempenho físico dentro e fora de água,
constituindo-se assim num excelente exemplo a seguir.
O tempo apresentou-se
nublado, cinzento e húmido neste Sábado, coberto por uma neblina matinal simultaneamente
bela e pouco convidativa para banhos, o que não impediu os binómios presentes
de se fazerem à água com os seus cães, água que na ocasião se encontrava
sensivelmente mais quente que a temperatura local, o que acabou por facilitar e
tornar mais agradável o nosso trabalho.
Embalado pelo seu
companheiro de classe, o Zeus começou a fazer travessias de uma margem para a
outra, apesar da corrente se apresentar forte e a puxar ora para jusante ora
para montante, porquanto trabalhámos na confluência de um grande rio com um
afluente seu.
Indiferente a tudo isso, o
Bohr continuou a ir buscar as bolas que eram jogadas para dentro de água,
alegre e sempre pronto para mais, significativamente mais calmo do que quando
se encontra em terra firme, quiçá por não ter ali ninguém que o atrapalhe.
No pequeno bosque
adjacente ao rio, encontrámos uma palete de madeira abandonada, que ali foi
parar pela mão de um dois turistas de pé descalço, daqueles para quem uma
caravana é um luxo e um saco cama um desperdício. Com ela construímos uma
vertical de 1 metro, alongada por rochas e adornada com ramos de árvores, no
intuito de melhor prepararmos os nossos cães para o meio florestal e os
obstáculos naturais que apresenta. Na foto seguinte podemos ver o binómio
Paulo/ Bohr a ultrapassar a barreira vertical, com o cão à vontade e o dono a
apalpar terreno.
Afortunadamente a Svetlana
está a melhorar os seus índices atléticos, mais-valias que não pode dispensar diante
das ajudas que o Zeus precisa, um maroto que tem por norma empoleirar-se nos
obstáculos, lembrando-nos uma galinha que à noitinha não dispensa o seu
poleiro. Com melhor desempenho físico, maior decisão e técnica, a Sveta está a “levar
a água ao seu moinho”, a robustecer física e psicologicamente o cão que conduz,
projectando-o para voos mais altos.
Dando seguimento ao já
experimentado tronco sobre a vala, existente na pista militar onde ocasionalmente
treinamos, convidámos os cães para circular sobre uma frondosa árvore caída,
nela operando travamentos e inversões de marcha. Na foto abaixo, quase com uma áurea
de santa, “milagres da luz incidente, podemos ver a Svetlana com o Zeus na
posição de “quieto”.
Como seria de esperar, o
Bohr circulou no tronco como se estivesse no solo, posando para a fotografia
com o seu condutor ao lado, numa foto para mais tarde recordar e que evidencia
a bela pelagem de Inverno deste Pastor Alemão lobeiro, naturalmente camuflado
para bosques e florestas.
Seguidamente valemo-nos de
uma íngreme fenda rochosa para treinarmos ali os comandos direccionais de “à
frente” e atrás”. Como os cães cumpriram na perfeição as ordens dadas, os seus
condutores subiram e desceram em absoluta confiança, partindo e regressando de
modo célere.
Entretanto, depois de
várias subidas e descidas, as necessárias para a musculação de homens e cães,
optou-se por tirar uma foto dos dois binómios em exercício, não sendo
perceptível a presença dos animais, fenómeno ligado à pigmentação do seu manto
e à policromia das cores locais.
E como o Bohr é um atleta
de nomeada, igual a tantos outros que têm passado pelas nossas mãos,
convidámo-lo para transpor um muro de barro e pedras com 2 metros de altura,
cabendo ao adestrador a honra de o conduzir.
Depois foi a vez do Paulo
ensinar o seu cão a descer antes de se projectar para o solo, diminuindo assim
o impacto causador de lesões. Para que tudo corra bem na tarefa, à refrear a
velocidade do cão, diminuir a distância que o separa do seu condutor e induzi-lo
a descer por indicação e estímulo.
Ainda houve tempo para
fazermos um extensor de solo humano, constituído pelos dois infantes que nos
acompanharam, respectivamente o Pedro e o Tiago, caçadores inveterados de “Pikachus” e de outras espécies fictícias
do Pokémon. Na foto abaixo podemos ver o Zeus a transpô-los.
No final da aula dedicámo-nos
aos mais pequeninos e convidámo-los para alguns exercícios físicos próprios da
sua idade e do seu agrado (mais do Pedro do que do Tiago) onde puderem
despender energias, tornar-se mais fortes e competitivos.
Para fechar com “chave de
ouro”, acabámos com uma luta de cavaleiros, por sinal bem renhida e divertida,
onde cavalos e cavaleiros estiveram à altura do torneio, resistindo os miúdos a
apear-se. Este alegre momento familiar carece de ser repetido, visando a
interacção e o bem-estar que as crianças não dispensam, enquanto seres sociais
e em construção, que se desejam saudáveis, equilibrados e resolutos, próprios
para os desafios que irão enfrentar.
Participaram nos trabalhos
os binómios: Paulo/Bohr e Svetlana/Zeus. O João Mendonça foi o condutor de dia
e os miúdos não nos deram cabo da cabeça, vestindo durante a manhã várias
personagens ligadas à aventura e ao mar. Quanto aos graúdos, o que importou foi
preparar os seus cães para os acompanhar tanto na terra como no mar, objectivo
que parece ter sido alcançado e que para a semana será melhorado, porque todos os
cães têm algo de anfíbio e muito para dar. Bom fim-de-semana!
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