terça-feira, 20 de novembro de 2018

AFINAL O CÃO MAIS FIEL DA SUIÇA ERA ESPANHOL!

Os media germanófilos on-line têm feito eco da fidelidade de um Pastor Alemão com 9 anos de idade que durante 14 dias não largou o seu dono de 71, falecido numa floresta íngreme em Eggerswald, perto da cidade de Balzers, no Liechtenstein, quando ambos se encontravam a passear. Findo este tempo, uma caminhante encontrou-os e contactou de imediato a Polícia Nacional do Liechtenstein, que desesperada, já havia desistido da sua procura.
Sobre o desaparecido, para além da sua idade, sabe-se que se chamava Hans H., era pensionista, ex-guarda da Securitas e natural de Walenstadt/São Galo/Suíça, que era proprietário de um velho Subaru, que só tinha o Yago desde Junho e que este era o seu terceiro Pastor Alemão, todos oferecidos pela Schäferhundhilfe, de Phönixson, associação que se dedica ao realojamento de Pastores Alemães na Suíça e em Espanha, arranjando-lhes um bom lar junto de aposentados, quando advindos de circunstâncias difíceis. Quem entregou o Yago ao Sr. Hans foi Sonja Saladin, presidente da associação de beneficência atrás citada.
Segundo o parecer da mesma senhora, “Os cães mais velhos quando têm uma segunda chance em uma família, desenvolvem um apego extremamente forte ao novo dono. No caso do Yago depois de quatro meses apenas”. Do Yago (na foto abaixo com o seu falecido dono) sabe-se que é um macho amigável que até gosta de gatos, que é procedente de Espanha onde viveu como cão de guarda e que ao chegar a velho foi entregue pelo dono à polícia para ser morto. Afortunada e atempadamente apareceu a Schäferhundhilfe para o salvar.
Até que Sonja (na foto seguinte) possa pegar o Yago, ele permanecerá num canil de bem-estar animal em Schaan, no Liechtenstein, onde se encontra a recuperar. Depois disso irá relaxar para o ambiente que lhe é familiar em Roggenburg, nas instalações da Schäferhundhilfe, onde aguardará por um novo que o pretenda, alguém sénior com alguma experiência em Pastores Alemães, o que geralmente resulta num bom entendimento.
Esta é a história recente de um reformado suíço que foi passear com o seu CPA para uma floresta no vizinho Liechtenstein, onde viria a morrer no mês passado e cujo cadáver foi guardado pelo seu heróico camarada de quatro patas durante catorze dias. Sobre o Liechtenstein pouco há a dizer, trata-se de um minúsculo mas próspero principado no centro da Europa encravado nos Alpes, com a Áustria a leste e a Suíça a este, com metade da área do Concelho de Sintra e com uma população a rondar os 40.000 habitantes. O seu território continua o mesmo desde o Séc. XV e é governado pela mesma família – a Casa do Liechtenstein, que se tornou independente depois do desmembramento do Sacro Império Romano-Germânico ocorrido em 1806, sendo o alemão a língua que ali se fala. Não existem aeroportos no país, mas Balzers, onde tudo se passou, possui um pequeno heliporto disponível para voos charter. Por curiosidade adianta-se que este heliporto serve de base a 3 helicópteros governamentais: ao da Polícia do Liechtenstein, ao dos Bombeiros e Serviços de Resgate e um terceiro para uso do Governo, que é usado principalmente pela Família Real.

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