Os media germanófilos on-line têm feito eco da
fidelidade de um Pastor Alemão com 9 anos de idade que durante 14 dias não largou
o seu dono de 71, falecido numa floresta íngreme em Eggerswald, perto da cidade
de Balzers, no Liechtenstein, quando ambos se encontravam a passear. Findo este
tempo, uma caminhante encontrou-os e contactou de imediato a Polícia Nacional
do Liechtenstein, que desesperada, já havia desistido da sua procura.
Sobre o desaparecido, para além da sua idade,
sabe-se que se chamava Hans H., era pensionista, ex-guarda da Securitas e natural
de Walenstadt/São Galo/Suíça, que era proprietário de um velho Subaru, que só
tinha o Yago desde Junho e que este era o seu terceiro Pastor Alemão, todos oferecidos
pela Schäferhundhilfe, de Phönixson, associação que se dedica ao realojamento
de Pastores Alemães na Suíça e em Espanha, arranjando-lhes um bom lar junto de
aposentados, quando advindos de circunstâncias difíceis. Quem entregou o Yago
ao Sr. Hans foi Sonja Saladin, presidente da associação de beneficência atrás
citada.
Segundo o parecer da mesma senhora, “Os cães
mais velhos quando têm uma segunda chance em uma família, desenvolvem um apego
extremamente forte ao novo dono. No caso do Yago depois de quatro meses apenas”.
Do Yago (na foto abaixo com o seu falecido dono) sabe-se que é um macho
amigável que até gosta de gatos, que é procedente de Espanha onde viveu como
cão de guarda e que ao chegar a velho foi entregue pelo dono à polícia para ser
morto. Afortunada e atempadamente apareceu a Schäferhundhilfe para o salvar.
Até que Sonja (na foto seguinte) possa pegar o
Yago, ele permanecerá num canil de bem-estar animal em Schaan, no Liechtenstein,
onde se encontra a recuperar. Depois disso irá relaxar para o ambiente que lhe
é familiar em Roggenburg, nas instalações da Schäferhundhilfe, onde aguardará
por um novo que o pretenda, alguém sénior com alguma experiência em Pastores
Alemães, o que geralmente resulta num bom entendimento.
Esta é a história recente de um reformado suíço
que foi passear com o seu CPA para uma floresta no vizinho Liechtenstein, onde
viria a morrer no mês passado e cujo cadáver foi guardado pelo seu heróico
camarada de quatro patas durante catorze dias. Sobre o Liechtenstein pouco há a
dizer, trata-se de um minúsculo mas próspero principado no centro da Europa encravado nos Alpes, com a Áustria a leste e a Suíça a este, com metade da área
do Concelho de Sintra e com uma população a rondar os 40.000 habitantes. O seu
território continua o mesmo desde o Séc. XV e é governado pela mesma família –
a Casa do Liechtenstein, que se tornou independente depois do desmembramento do
Sacro Império Romano-Germânico ocorrido em 1806, sendo o alemão a língua que ali
se fala. Não existem aeroportos no país, mas Balzers, onde tudo se passou, possui
um pequeno heliporto disponível para voos charter. Por curiosidade adianta-se
que este heliporto serve de base a 3 helicópteros governamentais: ao da Polícia
do Liechtenstein, ao dos Bombeiros e Serviços de Resgate e um terceiro para uso
do Governo, que é usado principalmente pela Família Real.
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