Dois novos estudos apresentados
nas reuniões científicas do encontro anual da “American College of Allergy,
Asthma e Immunology (ACAAI)”,
realizado no passado dia 27 do corrente mês, adiantam que os cães podem
proteger as crianças do eczema infantil e da asma. O primeiro estudo apresentado
explicou como os bebés nascidos em casa com um cão durante a gravidez recebem
protecção contra o eczema alérgico, adiantando no entanto que esse efeito
protector diminuir aos 10 anos de idade da criança. O segundo estudo mostra
como os cães podem ter um efeito protector contra a asma, mesmo em crianças
alérgicas a cães.
Como o eczema comummente
encontrado em lactentes pode evoluir para alergias alimentares, nasais e asma,
os alergologistas chefiados pelo Dr. Gagandeep Cheema, membro da “ACCAI” e
principal autor do primeiro estudo apresentado, pretendiam saber se havia um
efeito protector resultante do contacto com os cães que desacelerasse esse
progresso. Assim, optaram por examinar vários pares de “mãe-filho” expostos a
um ou mais cães dentro de casa e durante uma hora diária. Ao fazê-lo e face aos
resultados encontrados, concluíram que tal exposição antes do nascimento das
crianças está significativamente associada a um menor risco de eczema até aos 2
anos de idade, muito embora tal protecção diminua aos 10 anos.
O segundo estudo assentou
sobre dois grupos distintos de crianças com asma sujeitas ao contacto com cães:
um primeiro grupo constituído por infantes alérgicos aos cães (alérgeno,
proteína canina) e um segundo grupo sensível às bactérias que normalmente os
cães transportam. Conferidos os resultados dos testes efectuados, aqueles
investigadores concluíram que a exposição aos elementos que os cães carregam
pode ter um efeito protector contra os sintomas da asma e que a exposição ao
alérgeno pode resultar no aumento dos sintomas asmáticos nas crianças urbanas
com alergia a cães.
As crianças asmáticas
não-alérgicas aos cães acabam por receber do seu contacto um efeito protector significativo
e as alérgicas aos cães podem sofrer, um
maior efeito nocivo ao serem expostas ao alérgeno. Não obstante, os
pesquisadores acreditam que o contacto de uma criança com outros factores para
além do alérgeno canino, como bactérias e outros factores ainda desconhecidos,
pode fornecer um significativo efeito protector contra a asma, pormenor que não
pode desconsiderar nocivo efeito do alérgeno canino sobre as crianças que lhe
são alérgicas.
Segundo o parecer da “ACAAI”,
as pessoas com alergia a cães deverão consultar um alergologista para reduzirem
a sua exposição, adiantando ainda 4 dicas para aquelas que nesta situação
mantêm cães no lar. São elas: restrição da livre circulação do animal pela
casa, limitando-a a apenas algumas divisões, sabendo no entanto que a presença
de um cão num só quarto não irá limitar apenas a presença dos alérgenos a essa
divisão; depois de acariciar ou abraçar o cão ou cães, lave as suas mãos com
água e sabão; o uso regular de aparelhos purificadores do ar e de aspiradores
de alta eficiência tendem a reduzir os níveis de alérgeno, pelo que devem ser
usados. E se semanalmente der um banho ao seu cão, os níveis do alérgeno também
serão significativamente menores.
Se porventura for alérgico
ao pêlo do cão ou tenha uma criança em casa que o seja e persista em ter um
cão, qualquer uma das raças que adiantamos seguidamente poderá ser a ideal para
o seu caso, já que a descamação da sua pele não consegue facilmente provocar
uma reacção alérgica: Bedlington Terrier; Bichon Frisé; Bouvier da Flandres, Cão
d'Água Português; Cão de Crista Chinês; Kerry Blue Terrier; Bichon Maltês;
Schnauzer; Soft Coated Wheaten Terrier e Xoloitzcuintle (cão sem pêlo mexicano).
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