segunda-feira, 30 de outubro de 2017

OS CÃES PODEM PROTEGER CONTRA O ECZEMA INFANTIL E A ASMA

Dois novos estudos apresentados nas reuniões científicas do encontro anual da “American College of Allergy, Asthma e Immunology (ACAAI)”, realizado no passado dia 27 do corrente mês, adiantam que os cães podem proteger as crianças do eczema infantil e da asma. O primeiro estudo apresentado explicou como os bebés nascidos em casa com um cão durante a gravidez recebem protecção contra o eczema alérgico, adiantando no entanto que esse efeito protector diminuir aos 10 anos de idade da criança. O segundo estudo mostra como os cães podem ter um efeito protector contra a asma, mesmo em crianças alérgicas a cães.
Como o eczema comummente encontrado em lactentes pode evoluir para alergias alimentares, nasais e asma, os alergologistas chefiados pelo Dr. Gagandeep Cheema, membro da “ACCAI” e principal autor do primeiro estudo apresentado, pretendiam saber se havia um efeito protector resultante do contacto com os cães que desacelerasse esse progresso. Assim, optaram por examinar vários pares de “mãe-filho” expostos a um ou mais cães dentro de casa e durante uma hora diária. Ao fazê-lo e face aos resultados encontrados, concluíram que tal exposição antes do nascimento das crianças está significativamente associada a um menor risco de eczema até aos 2 anos de idade, muito embora tal protecção diminua aos 10 anos.
O segundo estudo assentou sobre dois grupos distintos de crianças com asma sujeitas ao contacto com cães: um primeiro grupo constituído por infantes alérgicos aos cães (alérgeno, proteína canina) e um segundo grupo sensível às bactérias que normalmente os cães transportam. Conferidos os resultados dos testes efectuados, aqueles investigadores concluíram que a exposição aos elementos que os cães carregam pode ter um efeito protector contra os sintomas da asma e que a exposição ao alérgeno pode resultar no aumento dos sintomas asmáticos nas crianças urbanas com alergia a cães.
As crianças asmáticas não-alérgicas aos cães acabam por receber do seu contacto um efeito protector significativo e as alérgicas aos cães podem sofrer,  um maior efeito nocivo ao serem expostas ao alérgeno. Não obstante, os pesquisadores acreditam que o contacto de uma criança com outros factores para além do alérgeno canino, como bactérias e outros factores ainda desconhecidos, pode fornecer um significativo efeito protector contra a asma, pormenor que não pode desconsiderar nocivo efeito do alérgeno canino sobre as crianças que lhe são alérgicas.
Segundo o parecer da “ACAAI”, as pessoas com alergia a cães deverão consultar um alergologista para reduzirem a sua exposição, adiantando ainda 4 dicas para aquelas que nesta situação mantêm cães no lar. São elas: restrição da livre circulação do animal pela casa, limitando-a a apenas algumas divisões, sabendo no entanto que a presença de um cão num só quarto não irá limitar apenas a presença dos alérgenos a essa divisão; depois de acariciar ou abraçar o cão ou cães, lave as suas mãos com água e sabão; o uso regular de aparelhos purificadores do ar e de aspiradores de alta eficiência tendem a reduzir os níveis de alérgeno, pelo que devem ser usados. E se semanalmente der um banho ao seu cão, os níveis do alérgeno também serão significativamente menores.
Se porventura for alérgico ao pêlo do cão ou tenha uma criança em casa que o seja e persista em ter um cão, qualquer uma das raças que adiantamos seguidamente poderá ser a ideal para o seu caso, já que a descamação da sua pele não consegue facilmente provocar uma reacção alérgica: Bedlington Terrier; Bichon Frisé; Bouvier da Flandres, Cão d'Água Português; Cão de Crista Chinês; Kerry Blue Terrier; Bichon Maltês; Schnauzer; Soft Coated Wheaten Terrier e Xoloitzcuintle (cão sem pêlo mexicano).

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