quinta-feira, 12 de outubro de 2017

AFINAL AINDA SE SABIA TÃO POUCO SOBRE O VÍRUS DA RAIVA!

Finalmente uma equipa de investigadores da Universidade Fairbanks do Canadá, chefiada pelo Dr. Karsten Hueffer (na foto seguinte), conseguiu descobrir como o vírus da raiva consegue mudar o comportamento do animal infectado, ao detalhar o seu mecanismo molecular. Uma molécula chamada “glicoproteína”, presente na superfície do vírus da raiva, consegue ligar-se aos receptores nicotínicos de acetilcolina nos músculos, levando o vírus a penetrar e a sequestrar células musculares e nervosas, onde se réplica e viaja para infectar o cérebro, os nervos e outros tecidos. Comprovando a acção da glicoproteína por injecção em ratos, esta equipa de cientistas alcançou a primeira evidência experimental que mostra como um mecanismo molecular é capaz de alterar o comportamento específico de um hospedeiro favorável à transmissão de uma doença, tudo porque o vírus da raiva inibe os receptores nicotínicos cerebrais interferindo na comunicação, cuja alteração induz a um comportamento frenético. O presente estudo e as respectivas conclusões foram editadas na revista “Scientific Reports”.
Avanços científicos como estes têm como objectivo erradicar as doenças que nos afligem. No caso da raiva, ainda morrem anualmente 59 000 pessoas, maioritariamente cidadãos de países africanos e asiáticos, onde esta doença viral é ainda devastadora nas regiões rurais mais pobres, que não possuem os meios para vacinar os cães ou fornecer tratamento aos possíveis infectados. Graças às sucessivas campanhas de vacinação canina anti-rábica, há muito que banimos a doença em Portugal, facto que ainda não impede a obrigatoriedade desta vacina, porque não estamos sós e temos que contar com os outros! 

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