segunda-feira, 23 de outubro de 2017

CUIDADO COM A QUALIDADE DAS ÁGUAS, AS ALGAS TÓXICAS E OS MOSQUITOS

Deseja-se que o tempo estival se extinga no “Verão de São Martinho”, porque o calor associado à falta de chuva está a secar ribeiros, a estagnar rios, a desenvolver algas tóxicas, a matar peixes, a prolongar a vida aos mosquitos e a condenar a qualidade das águas que podemos encontrar nos campos, charnecas, lagoas, sapais, coutadas e tapadas por onde passeamos com os nossos cães, que com as temperaturas que se têm feito sentir, andam mais ávidos por água do que nunca, avidez que lhes poderá ser fatal e que por isso mesmo deverá ser-lhes refreada.
Apesar de Portugal ter um dos maiores lençóis freáticos da Europa, as alterações climatéricas promovidas pelo aquecimento global levaram-nos a uma seca raramente vista que atingiu mais de 75% do território continental, pondo em sério risco a sobrevivência de pessoas e animais, atingindo as barragens inesperados baixos níveis. Nestas circunstâncias é natural que donos e cães queiram estar perto de água, que procurem deslocar-se para junto de lagos ou de pequenos cursos de água, onde poderão refrescar-se e refrescar os seus cães.
Contudo e apesar de ainda não se encontrar devidamente assinalada, a qualidade da água presente na maioria desses reservatórios aquíferos não é potável e é prejudicial à saúde de pessoas e animais, podendo inclusive intoxicar fatalmente uns e outros, como aconteceu em França há dois meses atrás, quando 3 cães morreram em consequência de se terem banhado no Rio Cher. Debaixo destas circunstâncias climatéricas as algas tóxicas multiplicam-se e as cianobactérias idem, motivos mais do que suficientes para nos afastarmos (homens e cães) dessas águas.
O prolongamento extraordinário e inesperado deste Verão tem também aumentado o ciclo de vida de várias moscas e mosquitos, que doutra maneira há muito teriam deixado de incomodar-nos. A permanência indesejada destes insectos entre nós, considerando a saúde e o bem-estar dos cães, deve encaminhar-nos para a vacina contra a leishmaniose e proibir-nos os percursos conjuntos tanto ao nascer quando ao final do dia, altura em que os insectos mais nocivos atacam com maior incidência e concentração.
E se houver necessidade de levar os cães para a água, há uns que não a dispensam e ainda bem, agora que a época balnear já findou, o melhor é levá-los para a orla marítima, quer de dia quer de noite mas nunca ao amanhecer e ao anoitecer. Relembra-se que os cães só deverão entrar na água se esta se encontrar no mínimo a 15º celsius, para não sofrerem qualquer lesão ou contractura muscular, a menos que estejam já acostumados e/ou tenham sido treinados para isso. Os banhos nocturnos são desaconselháveis para os cães brancos de pelo curto e para os de peso inferior a 14 kg. Já sabe, se o calor continuar, vá para o mar e evite os rios.

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