sexta-feira, 27 de outubro de 2017

O SEU CÃO DORME MUITO OU POUCO?

Você, adestrador, sabe que deverá inquirir sobre os o sono dos seus alunos caninos, porque ele é um barómetro seguro acerca do seu bem-estar e da qualidade do treino que lhe é ministrado? Quem isso descobriu foi um grupo de cientistas da Academia Húngara das Ciências, coordenado pela Dr.ª Anna Kis, cientista que revelou ao “Daily Mail” a natureza e as conclusões do seu trabalho, que assentou sobre o monitoramento da actividade cerebral de 16 cães de estimação, incluindo Labradores, um Jack Russel e um Cão Pastor, durante três horas. Estes cães foram submetidos a experiências negativas e positivas antes de serem autorizados a dormir na Academia Húngara das Ciências. Aqueles cientistas descobriram que os cães sofrem um sono menos profundo depois de uma experiência negativa, o que prova que o sono dos cães pode ser afectado por eventos stressantes como sucede com os humanos.
Os mesmos pesquisadores descobriram que os cães tendiam a adormecer mais rapidamente após a experiência negativa, uma reacção aparentemente protectora para se livrarem dos seus sentimentos ou situações stressantes, passando mais tempo no estágio REM do sono, quando o cérebro é mais activo, o que implica menos tempo nos estágios mais profundos. Indo mais adiante nas suas conclusões, Anna Kis disse que o stress nos seres humanos causa dificuldade em adormecer e que nos cães fá-los adormecer mais rapidamente, considerando essa disposição canina como uma protecção para se livrarem do stress. Estes cientistas descobriram também que as personalidades dos cães influenciaram nas suas respostas aos testes, aconselhando uma investigação futura sobre diferenças individuais, tais como a idade e a reactividade emocional, que para eles seria um importante passo adicional.
As conclusões destes cientistas magiares trazem avanços significativos para se saber se a instalação doméstica e a metodologia de ensino empregue nos cães são as correctas. Se um cão passa o dia todo a dormir, algo vai mal: ou é extremamente nervoso, não está convenientemente instalado em casa ou o treino que lhe ministram é-lhe impróprio e por conseguinte lesivo. As conclusões destes húngaros realçam mais uma vez a importância do reforço positivo e a necessidade de momentos de supercompensação nos treinos. Para se ter uma ideia mais tangente do problema, relembro aqui o sucedido com um cão que nos está confiado, que antes de vir para o treino dormia quase todo o dia e que nos intervalos roía as unhas. Hoje está mais activo, alegre e deixou de roer as unhas!
S.rs Adestradores perguntem por favor aos proprietários caninos que convosco trabalham se os seus cães dormem muito tempo ou pouco, se se alegram ou não na hora de virem para o treino. As duas coisas estão intimamente relacionadas e cão que passa o dia a dormir não é feliz e está em sérias dificuldades. Os adestradores sérios e conscientes sabem que stress e desenvolvimento cognitivo não combinam, por isso tudo fazem para estender o bem-estar aos cães e promover a sua capacidade de aprendizagem pelo desenvolvimento atempado do seu impulso ao conhecimento. Caro leitor, como dorme o seu cão: pouco e profundamente ou muito e pouco descontraído? A sua resposta esclarecê-lo-á!

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