segunda-feira, 16 de outubro de 2017

FINALMENTE DO SURINAME!

Hoje recebemos os nossos primeiros leitores do Suriname, o menor país independente da América do Sul, situado no Planalto das Guianas, que confina com a Guiana Francesa a leste, com a Guiana a Oeste e a Sul com o Brasil, outrora parte integrante do Império Colonial Holandês e independente desde 25 de Novembro de 1975.
O Suriname foi primeiro conquistado pelos espanhóis no Séc.XVI e em meados do Século seguinte os ingleses estabeleceram-se ali. Os neerlandeses, já presentes na região da Guiana, só tomaram posse do território no ano de 1667, logo após o Tratado de Breda, que marcou o final da 2ª Guerra Anglo-Holandesa. Como em 1883 a escravatura foi abolida, foram para ali trazidos trabalhadores da Índia e de Java, transporte que alterou até ao presente o seu tecido étnico-demográfico.
O seu maior grupo é o dos hindustanis (27,4%), descendentes directos dos indo-paquistaneses que vieram substituir a mão-de-obra escrava no Séc.XIX, segue-se o grupo dos maroons (21,7%), descendentes dos africanos trazidos como escravos durante o regime colonial, que conseguiram fugir para a floresta e ali formarem seis grupos tribais distintos (boni, kwinti, matawai, ndjuka, paramaka e saramaka). 
O terceiro grupo é dos crioulos, descendentes dos escravos libertos que se miscigenaram com brancos (15.7%), o 4º é o dos Javaneses, descendentes dos indonésios ali chegados no Séc.XIX com 13.7%, o 5º grupo étnico-cultural é o dos mestiços (13.4%), cheguem-lhe o número dos 5 povos indígenas (3.7%). Os chineses representam 1.4% da população e os brancos, descendentes maioritariamente de holandeses e judeus sefarditas, 0.3%. Os imigrantes brasileiros no Suriname somam 0.9% do total da população do país.
Estamos verdadeiramente na presença de um país exótico, porque é equatorial e luxuriante, por juntar raças, culturas e credos tão díspares, visíveis quer nas gentes quer na arquitectura das casas. Para além do particular do seu clima e fauna, da afabilidade e da tolerância das suas gentes, este país é um estado democrático que resistiu no século passado a investidas totalitárias.
Saudamos de bem-vindos todos os leitores do Suriname, independentemente da sua raça, cultura ou credo, como saudamos de igual modo todos os sefarditas dali que pretendam aproximar-se ou reatar os seus laços com a “Nação Portuguesa”. 

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