Hoje recebemos os nossos
primeiros leitores do Suriname, o menor país independente da América do Sul,
situado no Planalto das Guianas, que confina com a Guiana Francesa a leste, com
a Guiana a Oeste e a Sul com o Brasil, outrora parte integrante do Império
Colonial Holandês e independente desde 25 de Novembro de 1975.
O Suriname foi primeiro
conquistado pelos espanhóis no Séc.XVI e em meados do Século seguinte os
ingleses estabeleceram-se ali. Os neerlandeses, já presentes na região da
Guiana, só tomaram posse do território no ano de 1667, logo após o Tratado de
Breda, que marcou o final da 2ª Guerra Anglo-Holandesa. Como em 1883 a
escravatura foi abolida, foram para ali trazidos trabalhadores da Índia e de
Java, transporte que alterou até ao presente o seu tecido étnico-demográfico.
O seu maior grupo é o dos hindustanis
(27,4%), descendentes directos dos indo-paquistaneses que vieram substituir a
mão-de-obra escrava no Séc.XIX, segue-se o grupo dos maroons (21,7%), descendentes
dos africanos trazidos como escravos durante o regime colonial, que conseguiram
fugir para a floresta e ali formarem seis grupos tribais distintos (boni, kwinti,
matawai, ndjuka, paramaka e saramaka).
O terceiro grupo é dos crioulos,
descendentes dos escravos libertos que se miscigenaram com brancos (15.7%), o
4º é o dos Javaneses, descendentes dos indonésios ali chegados no Séc.XIX com
13.7%, o 5º grupo étnico-cultural é o dos mestiços (13.4%), cheguem-lhe o número
dos 5 povos indígenas (3.7%). Os chineses representam 1.4% da população e os
brancos, descendentes maioritariamente de holandeses e judeus sefarditas, 0.3%.
Os imigrantes brasileiros no Suriname somam 0.9% do total da população do país.
Estamos verdadeiramente na
presença de um país exótico, porque é equatorial e luxuriante, por juntar
raças, culturas e credos tão díspares, visíveis quer nas gentes quer na
arquitectura das casas. Para além do particular do seu clima e fauna, da
afabilidade e da tolerância das suas gentes, este país é um estado democrático
que resistiu no século passado a investidas totalitárias.
Saudamos de bem-vindos
todos os leitores do Suriname, independentemente da sua raça, cultura ou credo,
como saudamos de igual modo todos os sefarditas dali que pretendam aproximar-se
ou reatar os seus laços com a “Nação Portuguesa”.
Sem comentários:
Enviar um comentário