sexta-feira, 6 de outubro de 2017

NO SHOPPING

Hoje trouxemos a Maggie mais uma vez para o exterior e rumámos a um shopping perto da sua casa, no intuito de a sociabilizarmos com o mundo ao seu redor e a capacitarmos para acompanhar a sua dona por toda a parte, muito embora sejam cada vez menos os recintos e as áreas comerciais que permitem a livre entrada a cães. O dia para a cadela começou no café duma pequena localidade, onde encontrou um bebé louco por cães, bem-disposto e louco por conhecê-la. Depressa se entenderam, a Maggie percebeu que era um bebé e ele aproveitou para dar azo à alegria. A boa relação da Bull Terrier com as crianças deve-se ao benjamim da casa que a adoptou: o Lourenço, um irrequieto garoto agora com 4 anos, com quem sempre conviveu e com quem forma uma pandilha para o que der e vier!
Já no pequeno shopping, começámos por ensiná-la a ficar quieta à porta de uma loja até ao regresso da dona, exercício que resolveu naturalmente mas que por ironia da sorte foi desenvolvido em condições óptimas, já que nenhum deficiente, arruaceiro, maltrapilho ou cão por ali passou. E as pessoas que por lá passaram olharam para a cadela num misto de admiração: admiradas pelo seu comportamento e espantadas com a sua morfologia.
Sem podermos tirar partido da variedade e riqueza de transeuntes e clientes, optámos por ensinar e adaptar a Maggie às escadas rolantes, porque com o peso que tem já não é cómodo transportá-la ao colo. Depois de algumas subidas e descidas a cachorra mostrou-se perfeitamente adaptada.
Como forma de supercompensação e depois de refrescá-la, convidámos a Bull Terrier para se exercitar num slalom urbano, constituído por pequenos blocos de pedra que servem de obstáculo ao estacionamento abusivo de viaturas automóveis. A Maggie está muito boa de condução, praticamente não puxa nada à trela, pelo que importa dar os parabéns à dona pelas caminhadas diárias que tem empreendido. Contudo, no caso específico do Slalom, a cachorra necessita de maior alegria e incentivo, duma dinâmica que a Carla ainda não adquiriu.
Por lapso, a idade já não perdoa, esqueci-me de mencionar que depois da habituação às escadas rolantes, acabámos por tirar uma fotografia à cadela, junto ao anúncio de um ginásio, por sinal às moscas e à espera de dias melhores. Será que também temos ginásios a mais?
Mesmo ao lado do lugar onde fotografámos a nossa amiga, um garotinho jogava à bola com o pai. Aproveitámos a ocasião para ensinar a Maggie a não correr atrás das bolas alheias e muito menos atrás das pertencentes a crianças.
Como tínhamos um ascensor pouco concorrido e à disposição, não perdemos tempo e fomos habituar a cachorra a andar de elevador. A novidade não a apoquentou em nada e ainda bem, porque o elevador era exterior, blindado e o calor começava a apertar.
Finalmente encontrámos algo que a Maggie não contava: umas escadas em ferro com degraus abertos que deixavam ver tudo o que se passava debaixo. Para cima, a dócil Bull Terrier estranhou um pouco mas não resistiu, subindo sem mais demoras e naturalmente aquela escadaria.
Para baixo é que a coisa ficou mais complicada, porque tinha medo e não queria descer. Depois de acalmada e incentivada pela dona, lá desceu as escadas e dali não saiu até que deixou de estranhá-las. Pouco tempo depois já não era nada com ela, como se pode ver na foto seguinte.
E assim se passou mais um dia de instrução na vida da Maggie, uma companheira fiel e meiga que alguém alcunhou hoje de “Papa-formigas”. Ela até pode ter “cabeça de morteiro”, podem inclusive chamar-lhe exótica, mas jamais poderão chamá-la de sua, porque ela nunca trocará de casa e de donos e nós estamos cá para que continue assim. 

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