terça-feira, 10 de outubro de 2017

NEMO, O CÃO DOS MACRON

Enquanto na Austrália matam-se dingos como outrora se matavam aborígenes, Emmanuel e Brigitte Macron, respectivamente Presidente e 1ª Dama de França, continuam a usufruir da companhia do “Nemo” (já o fazem desde Agosto último), um cão negro, cruzado de Labrador com Griffon, com dois anos de idade, resgatado de um abrigo para cães e adquirido pela família presidencial por 250€. O nome do cão, segundo indicação dos seus proprietários, pretende homenagear o célebre escritor gaulês Júlio Verne, ao ser-lhe atribuído o mesmo nome da personagem “Capitão Nemo”, da obra “2000 Léguas Submarinas” deste grande vulto da literatura francesa, falecido em Amiens, no Somme, no ano de 1905. O “Nemo” veio render no Palácio do Eliseu a Labradora “Philae” de François Hollande, que deixou o lugar vago no passado mês de Maio. 
Nisto os britânicos são mais conservadores, já que o gato “Larry”, o residente mais antigo do N.º 10 de Downing Street, permanece ali mesmo quando muda o Chefe do Governo.
Pouco a pouco, o Nemo começa a fazer parte dos protocolos do estado francês, acompanhando Macron nas recepções e actos oficiais, preenchendo em absoluto as exigências inerentes a um “Primeiro-Cão”, a quem apenas cabe comportar-se com juízo, preencher retratos e constar em diferentes reportagens. Segundo opinião generalizada, a sua presença tem sido descrita como dominante e adorável nas funções oficiais. Quem diria que um mestiço abandonado em Tulle, na região sul da Corrèze, viria a ser tão badalado e famoso? A mistura presente neste cão foi logo comparada à política de Macron: “ni gauche ni droite”.
Hoje é de bom-tom os presidentes das diferentes democracias aparecerem nos actos oficiais acompanhados pelos seus cães, porque estes animais estão na mó de cima, captam simpatias, aproximam os governantes do povo e ajudam a ganhar votos (o PAN que o diga!). E Macron, como hábil político que é (sempre ouvi dizer: homem pequenino, velhaco ou dançarino), deve saber isso muito bem e foi mais longe ao buscar um cão de abrigo, agora que as campanhas de adopção andam nas bocas e nas boas práticas do mundo. Nisto não diferem os actuais governantes dos reis de tempos idos, que posavam para os retratos oficiais rodeados de cães, ainda que o fizessem mais para garantir o afastamento que a proximidade das populações - como imagem de poder.
O nosso Marcelinho está-se borrifando para cães, gosta mais de jogos do poder, de intrigas palacianas e de banhos populares para desenjoar. Em Maio deste ano foi-lhe oferecido um Pastor Alemão lobeiro com 3 meses de idade, oferta da Força Aérea que lhe foi entregue pelo Secretário da Defesa e por elementos das Forças Armadas. 
O cachorro veio a chamar-se “Asa” e parece há muito ter batido as dele do Palácio Nacional de Belém. Será que alguma vez lá as poisou? Ora gaita, também ninguém se lembrou de perguntar ao homem se gostava de cães! E depois, hipocondríaco como é, é bem possível que seja alérgico ao pêlo dos animais!    

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