Enquanto na Austrália matam-se
dingos como outrora se matavam aborígenes, Emmanuel e Brigitte Macron,
respectivamente Presidente e 1ª Dama de França, continuam a usufruir da
companhia do “Nemo” (já o fazem desde Agosto último), um cão negro, cruzado de
Labrador com Griffon, com dois anos de idade, resgatado de um abrigo para cães
e adquirido pela família presidencial por 250€. O nome do cão, segundo
indicação dos seus proprietários, pretende homenagear o célebre escritor gaulês
Júlio Verne, ao ser-lhe atribuído o mesmo nome da personagem “Capitão Nemo”, da
obra “2000 Léguas Submarinas” deste grande vulto da literatura francesa, falecido
em Amiens, no Somme, no ano de 1905. O “Nemo” veio render no Palácio do Eliseu
a Labradora “Philae” de François Hollande, que deixou o lugar vago no passado
mês de Maio.
Nisto os britânicos são mais conservadores, já que o gato “Larry”,
o residente mais antigo do N.º 10 de Downing Street, permanece ali mesmo quando
muda o Chefe do Governo.
Pouco a pouco, o Nemo
começa a fazer parte dos protocolos do estado francês, acompanhando Macron nas
recepções e actos oficiais, preenchendo em absoluto as exigências inerentes a um “Primeiro-Cão”, a quem apenas cabe comportar-se com juízo, preencher retratos e constar em diferentes
reportagens. Segundo opinião generalizada, a sua presença tem sido descrita
como dominante e adorável nas funções oficiais. Quem diria que um mestiço
abandonado em Tulle, na região sul da Corrèze, viria a ser tão badalado e
famoso? A mistura presente neste cão foi logo comparada à política de
Macron: “ni gauche ni droite”.
Hoje é de bom-tom os
presidentes das diferentes democracias aparecerem nos actos oficiais
acompanhados pelos seus cães, porque estes animais estão na mó de cima, captam
simpatias, aproximam os governantes do povo e ajudam a ganhar votos (o PAN que
o diga!). E Macron, como hábil político que é (sempre ouvi dizer: homem
pequenino, velhaco ou dançarino), deve saber isso muito bem e foi mais longe ao buscar um
cão de abrigo, agora que as campanhas de adopção andam nas bocas e nas boas práticas
do mundo. Nisto não diferem os actuais governantes dos reis de tempos idos, que
posavam para os retratos oficiais rodeados de cães, ainda que o fizessem mais
para garantir o afastamento que a proximidade das populações - como imagem de
poder.
O nosso Marcelinho está-se
borrifando para cães, gosta mais de jogos do poder, de intrigas palacianas e de
banhos populares para desenjoar. Em Maio deste ano foi-lhe oferecido um Pastor
Alemão lobeiro com 3 meses de idade, oferta da Força Aérea que lhe foi entregue
pelo Secretário da Defesa e por elementos das Forças Armadas.
O cachorro veio a
chamar-se “Asa” e parece há muito ter batido as dele do Palácio Nacional de
Belém. Será que alguma vez lá as poisou? Ora gaita, também ninguém se lembrou de
perguntar ao homem se gostava de cães! E depois, hipocondríaco como é, é bem possível que seja alérgico ao pêlo dos animais!
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