Antes de falarmos dos cães
dos Navy Seals, importa dizer o que é e para que serve este corpo especial de
tropas norte-americano. A sigla “SEAL” deriva da sua capacidade de operar no mar
(SEA), no ar (AIR), e na terra (LAND).
Como tal são uma das principais forças da Marinha dos Estados Unidos, fazem
parte do Comando Naval de Operações Especiais (NSWC) e também do Comando de Operações
Especiais marítimo (USSOC). As principais funções dos SEALs assentam sobre
operações militares de pouco efectivo com início e retorno num rio, oceano,
pântano, delta ou litoral. No combate ao terrorismo, os SEALs têm sido quase
sempre utilizados em acções terrestres tais como: acção directa, resgate de
reféns, antiterrorismo, reconhecimento especial, guerra não-convencional e
operações de defesa interna e externa. Foi uma equipa de SEALs que ao ser
incumbida da “Operação Lança de Neptuno” procedeu à eliminação de Bin Laden em
Abbottabad no Paquistão, no dia 2 de Maio de 2011).
A raça eleita pelos SEALs
é o Pastor Belga Malinois, por ser de fácil aprendizagem, possuir uma excelente
máquina sensorial, ser rústica, rija, valente e tremendamente rápida, para além
de produzir exemplares mais leves do que outras raças até aqui utilizadas, o
que facilita o seu transporte de pára-quedas. Nem todos os cães militares ao serviço
das forças armadas dos Estados Unidos, são nascidos e criados ali, 85% deles
continuam a ser adquiridos na Holanda e na Alemanha e os enviados para os SEALs
não escapam a idêntica procedência. A título de curiosidade, porque ainda há
pouco falámos sobre Bin Laden e da “Operação Lança de Neptuno”, adianta-se que
daquela equipa de SEALs fazia parte um Pastor Belga Malinois, de nome Cairo,
que podemos ver na foto abaixo com o seu tratador.
Nos cães, como em tantas
outras coisas, o que torna os Malinois dos SEALs diferentes dos demais não é só
a qualidade ou o particular do seu treino mas sim o equipamento que
transportam: um colete que tem feito furor e que não tem chegado para as
encomendas! Trata-se de um colete leve, idealizado por Jim Slater (ex adestrador
de cães polícias), designado por “DOG
ARMOR”, patenteado no Canadá e vendido pela empresa “K9 STORM”,
que é à prova de bala e de estilhaços, isento de partes metálicas para garantir
a progressão silenciosa dos cães, agora munido de acessórios especiais para câmeras
de infravermelhos e para visão nocturna, para que os tratadores caninos possam
ver o mesmo que os seus companheiros de 4 patas, através de um pequeno monitor,
mesmo que circulem até 300 metros à sua retaguarda. Estes coletes têm ainda
incorporado um microfone ligado a um altifalante que possibilita que tratadores
e cães estejam em constante contacto.
A maioria dos cães inicia
a sua instrução militar na Base da Força Aérea de Lackland. É comum, quando
cachorros, serem colocados em casas de acolhimento, onde recebem algum
pré-treino leve. Há imitação doutros soldados e dos seus tratadores, estes excelentes
cães de guerra também se encontram sujeitos a stress pós-traumático e sofrem em
demasia com a perca dos seus líderes. No total das Forças Armadas Americanas
existem 2.500 cães no activo e cerca de 700 destacados em vários conflitos.
Até ao Ano 2000, altura em
que o Presidente Bill Clinton ratificou
a “LEI DE ROBBY”
(lei HR 5314), que possibilita a adopção de cães militares aposentados ou
dispensados do serviço, os cães de guerra, ao serem considerados “equipamento”,
foram simplesmente abatidos e nenhum dos seus tratadores pôde reclamá-los para
si. Apesar da adopção dos veteranos cães de guerra ser hoje possível, ela obedece
a um conjunto de requisitos e trâmites que não a tornam fácil (compreende-se
porquê). Os cães dos SEALs são “unha com carne” com os seus tratadores, andam
por aí sem os vemos e se por acaso os virmos, tanto os podemos ver na terra, como mar ou no ar.
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