Quanto mais vamos sabendo
sobre os incêndios em Portugal mais vergonha vamos tendo, vergonha de sermos
ingénuos, ignorantes, desinteressados, pouco reivindicativos, confiados e de
nos deixarmos governar por quem não nos quer bem. Os lobbies em Portugal são
soberanos, a corrupção é prática corrente, reina o “salve-se quem puder” e o
Povo que se lixe! Agora ficámos a saber que até a Força Aérea deu parecer
negativo à compra dos aviões “Canadair CL-215” (até Marrocos os tem), aeronaves
anfíbias próprias para combater os incêndios florestais, que os nossos
helicópteros “Kamov” não foram todos utilizados e que dos meios aéreos em
combate às chamas foram jogados objectos a arder sobre as florestas,
despoletando assim novos incêndios. Diante desta porca miséria não há
solidariedade que chegue para atenuar tanta corrupção, porque somos atacados e
espoliados por terra, mar (a história dos submarinos ainda está por contar) e
ar. E se isto não mudar, só nos restará dividir o subsolo com os ratos.
terça-feira, 31 de outubro de 2017
OS MABECOS TAMBÉM VOTAM!
O Mabeco, também conhecido
como “Cão Selvagem Africano”, “Cão Caçador Africano” e “Cão Caçador do Cabo”, é
o segundo maior canídeo selvagem do mundo (o maior é o Lobo Cinzento), encontra-se
hoje em perigo de extinção e a sua distribuição geográfica actual limita-se ao
Sul de África, nomeadamente à Namíbia, Zimbabué, Botswana, Tanzânia e
Moçambique. É um animal altamente social que passa a maior parte da sua vida
integrado numa alcateia chefiada por um “casal alfa” que detém os direitos de
reprodução.
Os Mabecos caçam em grupo,
preferencialmente ao amanhecer e ao anoitecer, tirando partindo de várias
estratégias de acordo com a sua velocidade e resistência. As presas maiores são
abatidas enquanto correm e são mordidas e as pequenas são sacudidas para o
solo.
A sua dieta é variada mas
inclui principalmente mamíferos de médio porte como impalas e gazelas. As suas
presas são por norma disputadas e roubadas por outros predadores,
principalmente por hienas.
E como se isso não
bastasse, também são alvo da predação directa dos grandes carnívoros, entre os quais
se destaca o Leão, cuja presença irá fazer com que os Mabecos se afastem dos
seus territórios de caça. Onde há leões não se verão muitos Mabecos e compreende-se
porquê!
Resta dizer que o Cão Selvagem
Africano é um predador de porte médio, de 75 a 110 cm de comprimento e com peso
entre os 18 e os 36 kg. A sua pelagem é única e multicolor com manchas
castanhas, pretas, branco e laranja, policromia por detrás do seu nome
científico, “Lycaon Pictus”, que em grego significa literalmente “Lobo Pintado”.
Para além doutras
particularidades, os Mabecos parecem evidenciar um comportamento de votação
fascinante, atingindo o quórum espirrando, apesar de alguns indivíduos votarem
mais do que outros, o que lembra o voto de qualidade. Não são só os homens a
única espécie que busca o consenso, já que as suricatas, os macacos capuchinhos
e as abelhas fazem o mesmo. Uma equipa de investigadores oriunda da
Universidade de Nova Gales do Sul/ Sidney/Austrália, apostada em comprovar a
procura de consenso atribuída aos Mabecos, rumou ao Botswana e observou ali
cinco matilhas durante quase 11 meses.
Através dessa observação,
os cientistas envolvidos na investigação puderam comprovar que os Mabecos votam
através de ruídos similares a espirros antes de decidirem caçar, o que denuncia
a necessidade de consenso antes de uma caçada colectiva.
Estes cientistas já sabiam
de antemão que os Cães Selvagens Africanos tinham um padrão social muito específico,
a que convencionaram chamar de “reunião”, ocasião em que os membros das
matilhas se reuniam e cumprimentavam. Essas “assembleias” eram iniciadas
invariavelmente por um cão que abandonando a postura de repouso, tomava uma de
iniciativa, com a cabeça baixa, boca aberta e orelhas para trás. Depois de
assistirem a várias “reuniões” e de terem gravado 68 delas, os pesquisadores
notaram que os padrões de espirros ouvidos sempre antecediam as saídas para
caçar e que quantos mais espirros se ouvissem mais depressa as matilhas optavam
por caçar, funcionando o espirro como um peculiar sistema de votação.
Há imitação do que sucede
nas nossas democracias, também a dos Mabecos é imperfeita e os “votos” não têm
todos o mesmo valor. Quando o “Casal Dominante” opta por caçar não é preciso grande
número de espirros e quando ele se abstém a caça só acontecerá com um número
maior: aproximadamente dez. O barulho que os pesquisadores chamaram de “espirrar”
não é idêntico ao espirro humano, uma vez que não há inalação, somente uma forçada
e rápida exalação audível através do nariz. Os cientistas envolvidos neste estudo
não têm a certeza desse barulho ser involuntário como um espirro ou se um
grunhido de aprovação. Mas de uma coisa não têm dúvidas: quanto mais desses
sons forem ouvidos numa “reunião”, mais depressa os Mabecos partem para as suas
acções colectivas.
Para quem é apaixonado por cães selvagens deixamos aqui uma
foto de um Mabeco albino.
Imaginem se os cães
domésticos também votassem nos parques e jardins onde se encontram, quem
arcaria com as consequências políticas do seu desagrado? Os seus donos sem
dúvida!
A IDA DOS “PORQUINHOS” À PRAIA
É sabido que a Maggie tem
um paixão assolapada pelo Slinky e que é correspondida. Ambos foram à praia
pela 1ª vez e desfrutaram vivamente daquele ecossistema com a água e a areia praticamente
só para eles. Antes de iniciarem o trabalho brincaram imenso com o outro e tal
como dois porquinhos foçaram na areia. Os ecossistemas fluviais e marítimos são
hoje os preferidos do Rottweiler, que neles se sente como peixe dentro de água.
A Bull Terrier apresenta alguma aversão à água, apesar de já ter aprendido a
nadar correctamente.
O Tomás ainda não
assimilou que a mochila do Rottweiler que carrega deve transportar tudo o que
ao animal diz respeito. Desta vez esqueceu-se de trazer os brinquedos
flutuantes do Slinky e foi obrigado a comprar uma pá de criança para esse
efeito, objecto que não causou estranheza ao cão e que ele foi amiudadas vezes
buscar dentro de água.
O treino de hoje tinha e
teve como objectivos introduzir a Maggie num ambiente marinho, desenvolver a
sua capacidade natatória e recapitular o corte de corte que recentemente
aprendeu. Quanto ao Slinky importava variar-lhe o transporte de diferentes
objectos dentro de água, dar-lhe mais tempo e distância dentro de água, servir
de exemplo para a Maggie e aprender o corte de corda. Em simultâneo, porque
para tanto se dispôs o Tomás, aproveitámos a sua presença para ajudar a Maggie
dentro de água, conforme podemos ver na foto seguinte.
Depois de havermos vencido
as primeiras metas do Plano de Aula, fomos para um lugar mais fresco e sombrio,
onde convidámos os cães para o corte de corda. O Slinky aprendeu sem grandes
dificuldades e a Bull Terrier está mestra no ofício, encontrando-se já a
libertar a dona.
Neste momento o Rottweiler
apresenta algumas dificuldades no mergulho mas com o tempo vencê-las-á, pelo
que não insistimos nisso. O que mais nos interessava mesmo era que conseguisse
chegar ao transporte de objectos de vidro, o que alcançou sem nenhuma dificuldade.
Na foto abaixo é possível vê-lo a transportar uma garrafa de vidro. Por este
andar, dentro de pouco tempo, ainda acaba por ir buscar uma cerveja ao
frigorífico para entregá-la ao dono!
Vencidas as metas e
alcançados os objectivos, condutores e cães regressaram felizes e não
extenuados a casa, desejosos de voltar àquela praia logo que possível.
Participaram nos trabalhos os binómios Carla/Maggie e Tomás/Slinky que
cumpriram irrepreensivelmente o que lhes foi exigido.
Aproveita-se a ocasião
para avisar todos os condutores escolares para se fazerem acompanhar do seu
fato de banho, porque este final de Outono, com sol e temperaturas mais elevadas
do que as esperadas (desejadas) para a época, está a possibilitar o uso das
estâncias balneares por mais tempo, até porque não é muito confortável ou recomendável ir de
cuecas ou de ceroulas para as praias.
segunda-feira, 30 de outubro de 2017
OS CÃES PODEM PROTEGER CONTRA O ECZEMA INFANTIL E A ASMA
Dois novos estudos apresentados
nas reuniões científicas do encontro anual da “American College of Allergy,
Asthma e Immunology (ACAAI)”,
realizado no passado dia 27 do corrente mês, adiantam que os cães podem
proteger as crianças do eczema infantil e da asma. O primeiro estudo apresentado
explicou como os bebés nascidos em casa com um cão durante a gravidez recebem
protecção contra o eczema alérgico, adiantando no entanto que esse efeito
protector diminuir aos 10 anos de idade da criança. O segundo estudo mostra
como os cães podem ter um efeito protector contra a asma, mesmo em crianças
alérgicas a cães.
Como o eczema comummente
encontrado em lactentes pode evoluir para alergias alimentares, nasais e asma,
os alergologistas chefiados pelo Dr. Gagandeep Cheema, membro da “ACCAI” e
principal autor do primeiro estudo apresentado, pretendiam saber se havia um
efeito protector resultante do contacto com os cães que desacelerasse esse
progresso. Assim, optaram por examinar vários pares de “mãe-filho” expostos a
um ou mais cães dentro de casa e durante uma hora diária. Ao fazê-lo e face aos
resultados encontrados, concluíram que tal exposição antes do nascimento das
crianças está significativamente associada a um menor risco de eczema até aos 2
anos de idade, muito embora tal protecção diminua aos 10 anos.
O segundo estudo assentou
sobre dois grupos distintos de crianças com asma sujeitas ao contacto com cães:
um primeiro grupo constituído por infantes alérgicos aos cães (alérgeno,
proteína canina) e um segundo grupo sensível às bactérias que normalmente os
cães transportam. Conferidos os resultados dos testes efectuados, aqueles
investigadores concluíram que a exposição aos elementos que os cães carregam
pode ter um efeito protector contra os sintomas da asma e que a exposição ao
alérgeno pode resultar no aumento dos sintomas asmáticos nas crianças urbanas
com alergia a cães.
As crianças asmáticas
não-alérgicas aos cães acabam por receber do seu contacto um efeito protector significativo
e as alérgicas aos cães podem sofrer, um
maior efeito nocivo ao serem expostas ao alérgeno. Não obstante, os
pesquisadores acreditam que o contacto de uma criança com outros factores para
além do alérgeno canino, como bactérias e outros factores ainda desconhecidos,
pode fornecer um significativo efeito protector contra a asma, pormenor que não
pode desconsiderar nocivo efeito do alérgeno canino sobre as crianças que lhe
são alérgicas.
Segundo o parecer da “ACAAI”,
as pessoas com alergia a cães deverão consultar um alergologista para reduzirem
a sua exposição, adiantando ainda 4 dicas para aquelas que nesta situação
mantêm cães no lar. São elas: restrição da livre circulação do animal pela
casa, limitando-a a apenas algumas divisões, sabendo no entanto que a presença
de um cão num só quarto não irá limitar apenas a presença dos alérgenos a essa
divisão; depois de acariciar ou abraçar o cão ou cães, lave as suas mãos com
água e sabão; o uso regular de aparelhos purificadores do ar e de aspiradores
de alta eficiência tendem a reduzir os níveis de alérgeno, pelo que devem ser
usados. E se semanalmente der um banho ao seu cão, os níveis do alérgeno também
serão significativamente menores.
Se porventura for alérgico
ao pêlo do cão ou tenha uma criança em casa que o seja e persista em ter um
cão, qualquer uma das raças que adiantamos seguidamente poderá ser a ideal para
o seu caso, já que a descamação da sua pele não consegue facilmente provocar
uma reacção alérgica: Bedlington Terrier; Bichon Frisé; Bouvier da Flandres, Cão
d'Água Português; Cão de Crista Chinês; Kerry Blue Terrier; Bichon Maltês;
Schnauzer; Soft Coated Wheaten Terrier e Xoloitzcuintle (cão sem pêlo mexicano).
SOCORRO DE MONFORTE PARA QUEM MAIS PRECISA
Se há coisas que me fazem
orgulhar de ser português, e não são poucas, a solidariedade presente no nosso
povo é certamente uma delas. Com o Alentejo debaixo duma seca nunca vista, com
os seus campos carecas e sem água para dar ao gado, mesmo assim, alguns
particulares de Monforte, Vila do Distrito de Portalegre e da sub-região do
Alto Alentejo, estão e continuarão a enviar palha gratuitamente para a região
centro do País, onde os incêndios queimaram as pastagens e as forragens,
deixando os animais dali sem qualquer provisão de comida. Ao esforço destes
portugueses em prol dos seus concidadãos veio juntar-se o da autarquia, que de
imediato garantiu o transporte daquela palha.
Estamos perante um esforço
do interior para interior e todos aguardamos que a descentralização não tarde a
acontecer, pois todos somos portugueses e nem todos tivemos origem à beira mar.
Obrigado aos de Monforte e a todos os que neste momento difícil da reconstrução
do interior se prontificaram a reerguer a terra que nos viu nascer.
LOBEIRAS OU NÃO, EIS A QUESTÃO!
Recebemos do Sr. Joaquim
Pipa, nosso leitor de Luanda/Angola o seguinte email: “Boa noite Exmos. Senhores, amanhã hei-de comprar um cão de pastor macho
negro, resultado de um cruzamento entre uma cadela de cão de pastor alemão
preta totalmente negra e um pastor cinza lobeiro, filho de kane, ambos pedigree
e cá em Luanda. Posso considerar os pequenos como lobeiros, já que adquiri
na mesma casa duas fêmeas uma cinza castanha e outra muito mais cinza castanha
ainda e com a marca negra ao longo do dorso todo? Na barriga da mãe saíram
cães todos pretos e outros castanhos-cinza. Estimaria muito a vossa ajuda pois
ontem passei a noite toda no vosso site e hoje igualmente a procura de
respostas, pois fazem um trabalho fantástico e muito apurado. Segue o pai na foto.
Muito obrigado e um abraço”.
Amigo Joaquim Pita, melhor
seria que nos enviasse as fotos das cachorras que a do seu progenitor, porque
com menor margem de erro nos pronunciaríamos. De princípio as ditas cachorras
serão lobeiras e dizemos “de princípio” porque do beneficiamento entre um
lobeiro e uma negra ou vice-versa podem nascer cachorros preto-afogueados,
variedade que todos sabemos ser hoje dominante no Cão de Pastor Alemão. Contudo,
a presença do risco negro ao longo do dorso indicia claramente tratarem-se
lobeiras e de lobeiras ancestrais e próprias das linhas de trabalho. Se
porventura tiverem a pele branca e não azulada, então não restarão dúvidas.
Quanto ao pai da prole é um lobeiro” com todas as letras”!
Esperamos tê-lo
esclarecido, agradecemos-lhe o contacto, estamos sempre ao seu dispor e desejamos-lhe boa sorte com os
cachorros.
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
RANKING SEMANAL DOS TEXTOS MAIS LIDOS
O
Ranking semanal dos textos mais lidos ficou assim ordenado:
1º
_ OS FALSOS PASTORES ALEMÃES, editado em 24/02/2015
2º
_ NÓS POR CÁ: GRACIAS ESPAÑA E PARABÉNS À ORDEM DOS VETERINÁRIOS, editado em
23/10/2017
3º
_ VANTAGENS DAS RAÇAS HÍBRIDAS DE LOBO NA DISCIPLINA DE GUARDA, editado em
26/09/2017
4º
_ A CURVA DE CRESCIMENTO DAS DIVERSAS LINHAS DO PASTOR ALEMÃO, editado em
29/08/2013
5º
_ AS APARÊNCIAS ILUDEM: NÃO FOMOS APANHAR BORBOLETAS!, editado em 21/10/2017
6º
_ PASTOR ALEMÃO X MALINOIS: VANTAGENS E DESVANTAGENS, editado em
15/06/2011
7º
_ O CÃO LOBEIRO: UM SILVESTRE ENTRE NÓS, editado em 26/10/2009
8º
_ UM FINLANDÊS POUCO CONHECIDO: O CÃO DE URSOS DA CARÉLIA, editado em 12/10/2014
9º
_ O SLINKY FOI À CAPELA DOS MILAGRES, editado em 18/10/2017
10º _ PIADA DA SEMANA:
NUNCA SE DEVE INTERROMPER UMA CRIANÇA!, editado em 25/10/2017
TOP 10 SEMANAL DE LEITORES POR PAÍS
O
TOP 10 semanal de leitores por país obedeceu à seguinte ordem:
1º Portugal, 2º Brasil, 3º Estados
Unidos 4º Rússia, 5º Índia, 6º Espanha, 7º Ucrânia, 8º França, 9º Irlanda e 10º
Moçambique.
PIADA PARA O FIM-DE-SEMANA: UM PROBLEMA DE MANUTENÇÃO DO HOTEL
Um marido desesperado liga
para a recepção do hotel onde se encontra hospedado e diz: “Por favor, venham
rápido. Estou a discutir com a minha mulher e ela diz que vai saltar pela
janela.” Da recepção respondem-lhe que não se intrometem em questões pessoais.
Mais desesperado ainda, o marido esclarece: “Sim, compreendo, mas a janela não
abre e isso é um problema de manutenção do hotel!”.
O SEU CÃO DORME MUITO OU POUCO?
Você, adestrador, sabe que
deverá inquirir sobre os o sono dos seus alunos caninos, porque ele é um
barómetro seguro acerca do seu bem-estar e da qualidade do treino que lhe é
ministrado? Quem isso descobriu foi um grupo de cientistas da Academia Húngara
das Ciências, coordenado pela Dr.ª Anna Kis, cientista que revelou ao “Daily
Mail” a natureza e as conclusões do seu trabalho, que assentou sobre o
monitoramento da actividade cerebral de 16 cães de estimação, incluindo
Labradores, um Jack Russel e um Cão Pastor, durante três horas. Estes cães
foram submetidos a experiências negativas e positivas antes de serem
autorizados a dormir na Academia Húngara das Ciências. Aqueles cientistas
descobriram que os cães sofrem um sono menos profundo depois de uma experiência
negativa, o que prova que o sono dos cães pode ser afectado por eventos
stressantes como sucede com os humanos.
Os mesmos pesquisadores
descobriram que os cães tendiam a adormecer mais rapidamente após a experiência
negativa, uma reacção aparentemente protectora para se livrarem dos seus
sentimentos ou situações stressantes, passando mais tempo no estágio REM do
sono, quando o cérebro é mais activo, o que implica menos tempo nos estágios
mais profundos. Indo mais adiante nas suas conclusões, Anna Kis disse que o
stress nos seres humanos causa dificuldade em adormecer e que nos cães fá-los
adormecer mais rapidamente, considerando essa disposição canina como uma
protecção para se livrarem do stress. Estes cientistas descobriram também que
as personalidades dos cães influenciaram nas suas respostas aos testes,
aconselhando uma investigação futura sobre diferenças individuais, tais como a
idade e a reactividade emocional, que para eles seria um importante passo
adicional.
As conclusões destes
cientistas magiares trazem avanços significativos para se saber se a instalação
doméstica e a metodologia de ensino empregue nos cães são as correctas. Se um
cão passa o dia todo a dormir, algo vai mal: ou é extremamente nervoso, não
está convenientemente instalado em casa ou o treino que lhe ministram é-lhe
impróprio e por conseguinte lesivo. As conclusões destes húngaros realçam mais
uma vez a importância do reforço positivo e a necessidade de momentos de
supercompensação nos treinos. Para se ter uma ideia mais tangente do problema,
relembro aqui o sucedido com um cão que nos está confiado, que antes de vir
para o treino dormia quase todo o dia e que nos intervalos roía as unhas. Hoje
está mais activo, alegre e deixou de roer as unhas!
S.rs Adestradores
perguntem por favor aos proprietários caninos que convosco trabalham se os seus
cães dormem muito tempo ou pouco, se se alegram ou não na hora de virem para o
treino. As duas coisas estão intimamente relacionadas e cão que passa o dia a
dormir não é feliz e está em sérias dificuldades. Os adestradores sérios e
conscientes sabem que stress e desenvolvimento cognitivo não combinam, por isso
tudo fazem para estender o bem-estar aos cães e promover a sua capacidade de
aprendizagem pelo desenvolvimento atempado do seu impulso ao conhecimento. Caro
leitor, como dorme o seu cão: pouco e profundamente ou muito e pouco
descontraído? A sua resposta esclarecê-lo-á!
ACERCA DO TREINO NOCTURNO
Haverá alguma vantagem em
treinar cães sistematicamente à noite? Poderá o treino nocturno ser desprezado?
Que hipotéticos riscos correremos se o abandonarmos? Que razões assistem às
escolas caninas para não ministrarem aulas nocturnas? É por demais evidente que
treinar sistematicamente cães à noite traz-lhes muitas vantagens, considerando
a esmagadora maioria dos seus préstimos, uma vez que nessa ocasião os animais
estão mais atentos e alerta, a sua máquina sensorial é mais activa e obtém
respostas mais claras, capacitando-os para missões ou actividades nocturnas de
acordo com o seu ancestral ritmo circadiano, tornando-se assim melhores
vigilantes e guardas mais decididos quando importa que o sejam.
Assim, podemos desprezar o
adestramento nocturno mas não deveremos fazê-lo diante das vantagens que atrás
enumerámos. Dispensaremos do ensino nocturno, particularmente no Inverno, os
seguintes cães: os mais frágeis, os idosos; os de pelagem branca curta e sem sub-pêlo,
os afectados por problemas articulares e os portadores de ossatura demasiado
fina. E se o treino nocturno se reveste de particular importância para o
adestramento dos cães surdos, ele pode ser inicialmente contraproducente ou
incómodo para cães medrosos pouco acostumados a sair de casa à noite. O
abandono do treino nocturno tende a tornar o adestramento menos eficaz e mais
demorado, condicionado e não absoluto, pelo que nenhum adestrador capaz terá o
desplante de o abandonar.
As más escolas caninas,
tantas vezes responsáveis pelo desaparecimento precoce de cães, abominam a
instrução nocturna e fazem-no por razões alheias à boa e expectável capacitação
dos animais que ensinam, porque doutro modo jamais o fariam. Este abandono
estará sempre ligado ao parecer e pouca disponibilidade dos adestradores em
exercício, que nestes casos olham mais às suas conveniências que às
necessidades objectivas dos cães. Os adestradores ignorantes e menos pensados, os
mais jovens e inexperientes, os mais velhos, os mui afamados e os que dispensam
maior clientela são os que mais se afastam das aulas nocturnas, para já não se
falar daqueles cujas escolas mal-amanhadas não têm iluminação nocturna! E meus
amigos, se o problema é esse, assim como não faltam por aí chapéus, candeeiros
também há muitos!
A Acendura Brava desde o
seu início que sempre manteve e aconselhou as aulas nocturnas, indo até para
além disso ao promover e realizar evoluções binomiais nocturnas em distâncias
até aos 30 km e com uma duração até 6 horas. A maior ou menor duração das
evoluções continua a ser ditada pela natureza dos trabalhos a desenvolver ou
pelo particular dos binómios envolvidos, já que nunca isentámos da sua
participação os menores, que sempre marcham connosco com o consentimento dos seus pais. Vamos
continuar assim!
quinta-feira, 26 de outubro de 2017
FINALMENTE DA FINLÂNDIA E EM FORÇA
Nos anos transactos poucos
eram os finlandeses que visitavam este blogue, contrariando suecos,
dinamarqueses e noruegueses, que sempre nos visitaram amiúde. Eu tenho um
especial apreço pelos finlandeses, não só por admirar os lapões, mas porque não
foi, não é e não será fácil manter ali uma Finlândia livre e independente,
considerando o poder e interesses dos seus vizinhos, que ainda no Século
passado tentaram conquistá-la em vão (soviéticos e nazis).
Finalmente temos um grande
número de leitores da Finlândia, amigos e companheiros de jornada que chamamos
de bem-vindos, porque não nos revemos nos pressupostos por detrás dos vídeos
polémicos “WHAT
THE FINNS NEED TO KNOW ABOUT PORTUGAL” e “WHAT
PORTUGUESE SHOULD KNOW ABOUT FINLAND” e somos defensores de
uma Europa forte e unida, que preserve e perpetue os nossos valores e culturas.
À parte de tudo isto, admiramos um pequeno grande cão finlandês: o valente Karjalankarhukoira
(Cão de Ursos da Carélia), companheiro da nossa eleição e ao qual já dedicámos
o texto “UM FINLANDÊS POUCO
CONHECIDO: O CÃO DE URSOS DA CARÉLIA”, editado em 17/10/2014, facto
que privilegia o nosso intercâmbio com adestradores e canicultores finlandeses.
E se esta semana é a
semana dos finlandeses, nas últimas semanas temos tido inúmeros leitores da
Rússia, da Índia e da Indonésia, para além dos habituais do Brasil, Estados
Unidos, Reino Unido; França, Alemanha, Ucrânia e tantos outros. Esperamos
continuar a merecer o interesse de todos e em particular dos finlandeses, cujo
número queremos ver aumentado. Tervetuloa ystäviä!
O NOVO AIBO DA SONY
A muito conhecida “Sony
Corporation”, empresa multinacional japonesa dedicada à indústria
electrónica, segundo o “Wall Street Journal”, está pronta
para lançar no mercado, pensa-se que na próxima primavera, um novo cão robot
que será anunciado em Novembro, de quem dizem ser uma versão modernizada do “AIBO”,
um cão robot que a Sony começou a vender em 1999 e que extinguiu em 2006.
Pessoas conhecedoras dos planos da empresa dizem que este novo robot estará ligado
à Internet, que possui novos componentes para tornar mais reais os seus
movimentos e que responderá mais depressa às pessoas que a sua antiga versão.
Em termos de novidade e de avanços técnicos, este robot será próprio para
controlar aparelhos inteligentes e outros electrónicos no lar, como máquinas de
lavar roupa ou loiça, luzes, termostatos, etc..
À imitação do que sucede
com o “Amazon Alexa”, os proprietários deste cão robot poderão
adicionar-lhe habilidades desenvolvidas por terceiros, isto segundo um
relatório da “NIKKEI”
do início deste mês. De acordo com a tradicional inquietude japonesa que mantém
a nação do sol nascente na vanguarda do progresso, Kazuo Hirai, Presidente
Executivo da Sony, disse que a sua empresa procura construir um cão robot que
estabeleça vínculos emocionais com os seus proprietários e que em simultâneo
consiga despertar neles amor e carinho, coisa inalcançável para o finado “AIBO”,
que neste aspecto apenas cumprimentava o seu usuário, cantava e dançava.
Ignora-se se a marca “AIBO”
será ou não dada ao novo cão robot, como já aconteceu com outros dispositivos
atrás, como o Nokia 3310, o Tamagotchi (um bom cão para quem não
se quer aborrecer) e o Nintendo SNES Classic.
quarta-feira, 25 de outubro de 2017
“S” DE SLINKY E SAVATEUR
O Slinky é um cachorro
Rottweiler com 7 meses de idade, agora com 35 kg, muito dedicado ao dono e
simpático para toda a gente, em particular com as crianças que adora, o que
atendendo ao que por aí se diz da sua raça parece milagre, quando na verdade
não é, porque ela é das mais meigas e cuidadosas dentro do panorama da
canicultura mundial (os cães são hoje usados e abusados na política como nunca
foram). Voltando ao Slinky, ele foi mais uma vez convidado para um treino
urbano, orientado para a fixação dos mais diversos comandos direccionais
passíveis de lhe robustecer o carácter e de melhor o apetrechar para a missão
que lhe caberá. E porque se trata de um Rottweiler, nada melhor que usar um
churro como estímulo e recompensa.
O cachorro, que é muito
apreciado pela vizinhança pela simpatia e educação, é inúmeras vezes visto
empoleirado em muros tal qual gato, servindo-se deles como passadeiras para
aumentar a sua concentração e equilíbrio, o que não deixa de espantar quem o vê
pelo peso e envergadura.
Do seu treino diário fazem
parte diversas escadas, que ele sobe e desce conforme orientação do seu dono,
fazendo-as na frente quando sobe e atrás quando desce. E tudo isto porquê? Porque
importa melhorar-lhe os aprumos dianteiros, robustecer-lhe a garupa e melhorar
os seus ritmos vitais.
Graças a este tipo
específico de treino, ele consegue subir e descer encostas e até escarpas bastante íngremes e de difícil acesso, servindo de âncora ou subsídio de
tracção ao dono que o acompanha por toda a parte, porque importa que sejam um
binómio de elevada qualidade face e multifacetado, simultaneamente próprio para
defesa e para resgatar.
Esta preocupação com as abrangências
do resgate, somadas à necessidade da boa forma física, obrigam-no a levar de
vencida todos os obstáculos artificiais que encontra no seu quotidiano,
independentemente da sua forma, dimensão e grau de dificuldade, desde que ao seu alcance.
E porque importa que a sua
obediência seja inquestionável, porque doutro modo poderá acabar abatido sem
apelo nem agravo, diariamente é convidado para uma variedade considerável de
exercícios, que para além da obediência, ainda se prestam à sua descontracção e
supercompensação, porquanto são do seu agrado e oferecem recompensa.
É impensável, tanto para
os cães de guarda como para os de resgate e salvamento, desprezar o treino em
túneis, quer estes se encontrem à superfície ou no subsolo. Como hoje o Slinky
não tinha nenhum túnel por perto, acabámos por “fabricar” um com cinco cadeiras
de esplanada, gentilmente oferecidas pela Cerveja Sagres. Como se pode ver na
foto seguinte, o Rottweiler depressa aprendeu a fazer “abaixo” na perfeição.
Com uma carrinha de caixa
aberta ao dispor, pensando na evasão do cão, na sua salvaguarda e uso, acabámos
por convidá-lo a rastejar por debaixo dela, nomeadamente pela sua parte mais
baixa, debaixo do depósito de combustível. Ao fim de dois ou três ensaios, o
bom do Slinky acabou por fazer o exercício em liberdade e de modo célere.
Chama-se na língua francesa
de “savateur”
ao praticante de “savate”, uma luta francesa, do tipo kickboxing, oriunda do
Séc. XVIII, que nasceu em alto mar e que acabou por desembarcar nas ruas de
norte a sul de França. Se entendermos o treino canino como o melhor dos
subsídios para a sobrevivência dos cães, então somos obrigados a considerar o
Slinky como um savateur, porque todos os dias treina e luta nas ruas pelo seu
bom-nome e sobrevivência.
Mais uma vez agradecemos
ao seu dono e condutor o entusiasmo que dispensa ao treino e o carinho que lhe
dedica. Se todos os donos dos Rottweilers do passado recente fossem tão
responsáveis quanto ele, aqui e noutros lados, talvez esta excelente raça
jamais viesse a ser indexada e estigmatizada como é hoje. Parabéns Tomás, não
estás só!
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