Chama-se Tobias, é um
Labrador amarelo resgatado de um abrigo, propriedade da “Working Dogs For
Conservation”, uma associação que usa cães altamente treinados para a
conservação da natureza e que nisso é líder mundial. O nosso amigo Tobias, que
anteriormente detectava mexilhões invasivos de quagga num lago em Montana, é um
expert na detecção de formigas argentinas, detectando-as através de uma
feromona. Devido a este particular foi mandado para a Ilha de Santa Cruz,
situada a 25 milhas da costa sul da Califórnia e parte integrante do Parque Nacional
Channel Islands, onde foi convidado a bater 1,6km2 de mato durante três meses.
Tudo indica que se deslocará posteriormente para a Ilha de San Clemente, onde
realizará o mesmo trabalho: detectar formigas argentinas.
O seu condutor/manipulador
é o Sr. Kyren Zimmerman, um apaixonado em proteger os recursos naturais, um
conservacionista que se tem deslocado a várias partes do mundo, perito na
produção de vídeos subaquáticos, que se dedicou primeiro à gestão de espécies
invasivas subaquáticas, depois à conservação de espécies ornitológicas e finalmente
ao controlo de pragas terrestres, um homem que acredita que os cães de detecção
são a maneira mais eficiente, mais precisa e menos invasiva de colectar dados
cruciais para conservação das espécies.
Foram parar à Ilha de
Santa Cruz porquê? Por causa das formigas argentinas, espécie invasora que
entrou naquela ilha acidentalmente através dos barcos usados por uns
empreiteiros há 30 anos atrás. Estas formigas, que são uma das espécies mais
bem-sucedidas do mundo e que se constituíram em pragas nos seis continentes
pondo em risco a agricultura, conseguiram expulsar abelhas polinizadoras, formigas
nativas, aranhas e outros insectos cruciais para a ecologia local na Ilha de
Santa Cruz.
Para a eliminação das
formigas invasoras daquela Ilha foram usados helicópteros para distribuir
grânulos contendo uma dose baixa se pesticidas misturados som água açucarada.
Seduzidas pela doçura do açúcar, as formigas trabalhadoras forrageadoras
engoliam o isco e voltavam para os seus formigueiros, onde acabavam por
envenenar todas as colónias. Como importava saber se este ataque aéreo, que
começou há sete anos atrás, havia surtido efeito, foi enviado para lá o
Labrador Tobias que felizmente dali saiu sem ter detectado qualquer vestígio de
formigas argentinas.
A cada dia que passa
aumentam as especialidades caninas, os cães estão a ser cada vez mais requisitados
para o equilíbrio dos ecossistemas, para a conservação das espécies e para combater
as pragas. Contudo, ainda ninguém conseguiu equipar algum para detectar a
presença de diamantes ocultos em pessoas e bagagens, tráfico ilegal
intercontinental que gera milhões e milhões de lucro, capaz de sustentar indesejáveis
actividades terroristas por toda a parte. Se o uso canino nos reinos animal e
vegetal é suficiente, no mineral é praticamente inexistente. Que bom seria se
os cães conseguissem detectar cristais sob formas alotrópicas de carbono:
diamantes.
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