quinta-feira, 23 de novembro de 2017

ADIÓS NUBE VIAJERA

“Nube Viajera” (nuvem viajante) foi o nome dado a uma cadela branca, com cerca de 2 anos de idade que foi abandonada no aeroporto colombiano internacional de Palonegro junto à cidade de Bucaramanga, que apesar de não ter coleira, não aparentava ser vadia.
O ocorrido com esta cadela chegou-nos através da edição do “Mirror” on-line do dia 17 do corrente mês. O animal andou durante um mês à procura do dono, para trás e para a frente a farejar todos os passageiros que partiam e chegavam. 
Decorrido esse tempo deixou de comer, arrumou-se a um canto do terminal, foi depois resgatada por um abrigo de animais e morreu 48 horas depois, apesar dos veterinários lhe terem fornecido comida e remédios por via intravenosa. 
Segundo um dos veterinários que a assistiu, o Dr. Sotomonte Nino, a cadela tinha apenas 2 anos de idade, apresentava um peso normal e não evidenciava sinais de doença grave, morrendo de tristeza e depressão.
Nada “despacha” ou “arruma” mais depressa um cão que privá-lo em simultâneo do seu proprietário e território (os reeducadores de cães que o digam), pelo que abandonar cães é no mínimo uma tentativa de homicídio canino, que pode ser consumado se os animais não vierem a ser socorridos atempadamente.
Essa ausência de liderança e privação de território, para eles tão lesivas por obstarem à sua sobrevivência, levá-los-ão logo que possível a juntar-se a outros votados à mesma sorte, constituindo todos as chamadas “matilhas de cães vadios”, apesar de nenhum nascer e optar por ser vadio, contrariamente ao que sucede com certos homens, já que mais depressa aceitará um cão um abrigo que um sem-abrigo o tecto duma instituição de solidariedade. Não será a vadiagem um sintoma de um mal maior?
Mesmo quando um cão é pertença de um vagabundo, o que hoje se vê por toda a parte, porque as pessoas tendem a preocupar-se mais com a sorte dos animais, quem é vadio é o dono e não o cão, porque o animal tem líder, protege o catre comum e considera seu o território por onde anda.
Considerando a importância da presença do dono e a territorialidade canina, evite ausentar-se do seu cão por longos períodos e hospedá-lo em perímetros que desconhece, já que é sua obrigação e não de outros zelar pelo seu bem-estar. A propósito e dentro deste contexto, pergunta-se: a “ansiedade da separação” não será uma prática de “morte lenta”? Os cuidados que dispensaram à “Nube Viajera” infelizmente não chegaram a tempo, oxalá esta nossa pequena reflexão surta efeito e contribua para a diminuição do número de cães abandonados e em sofrimento.  

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