“Nube Viajera” (nuvem
viajante) foi o nome dado a uma cadela branca, com cerca de 2 anos de idade que
foi abandonada no aeroporto colombiano internacional de Palonegro junto à
cidade de Bucaramanga, que apesar de não ter coleira, não aparentava ser vadia.
O ocorrido com esta cadela
chegou-nos através da edição do “Mirror” on-line do dia 17 do corrente mês. O
animal andou durante um mês à procura do dono, para trás e para a frente a
farejar todos os passageiros que partiam e chegavam.
Decorrido esse tempo
deixou de comer, arrumou-se a um canto do terminal, foi depois resgatada por um
abrigo de animais e morreu 48 horas depois, apesar dos veterinários lhe terem
fornecido comida e remédios por via intravenosa.
Segundo um dos veterinários
que a assistiu, o Dr. Sotomonte Nino, a cadela tinha apenas 2 anos de idade,
apresentava um peso normal e não evidenciava sinais de doença grave, morrendo
de tristeza e depressão.
Nada “despacha” ou “arruma”
mais depressa um cão que privá-lo em simultâneo do seu proprietário e
território (os reeducadores de cães que o digam), pelo que abandonar cães é no
mínimo uma tentativa de homicídio canino, que pode ser consumado se os animais não
vierem a ser socorridos atempadamente.
Essa ausência de liderança
e privação de território, para eles tão lesivas por obstarem à sua
sobrevivência, levá-los-ão logo que possível a juntar-se a outros votados à
mesma sorte, constituindo todos as chamadas “matilhas de cães vadios”, apesar
de nenhum nascer e optar por ser vadio, contrariamente ao que sucede com certos
homens, já que mais depressa aceitará um cão um abrigo que um sem-abrigo o
tecto duma instituição de solidariedade. Não será a vadiagem um sintoma de um
mal maior?
Mesmo quando um cão é
pertença de um vagabundo, o que hoje se vê por toda a parte, porque as pessoas
tendem a preocupar-se mais com a sorte dos animais, quem é vadio é o dono e não
o cão, porque o animal tem líder, protege o catre comum e considera seu o
território por onde anda.
Considerando a importância
da presença do dono e a territorialidade canina, evite ausentar-se do seu cão
por longos períodos e hospedá-lo em perímetros que desconhece, já que é sua
obrigação e não de outros zelar pelo seu bem-estar. A propósito e dentro deste
contexto, pergunta-se: a “ansiedade da separação” não será uma prática de “morte
lenta”? Os cuidados que dispensaram à “Nube Viajera” infelizmente não chegaram
a tempo, oxalá esta nossa pequena reflexão surta efeito e contribua para a
diminuição do número de cães abandonados e em sofrimento.
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