terça-feira, 28 de novembro de 2017

PERDERAM O PRESENTE DE CASAMENTO PARA SEMPRE

Decididamente a estupidez não tem fronteiras e também se faz sentir lá para os lados de Eccles, uma cidade inglesa pertencente à Grande Manchester, que com a chegada da Revolução Industrial e a fixação da indústria têxtil, assistiu ao primeiro transporte ferroviário de passageiros do mundo, obra da empresa “Liverpool & Manchester Railway”. Pode ser que o sucedido não seja totalmente alheio à “Seasonal Affective Disorder”, depressão que afecta muitos ingleses no Inverno. Seja como for, como o que importa são os factos, vamos directo à narrativa.
Dois mastins à solta, propriedade de um tal Paul Baxter de 35 anos, encontraram num campo desportivo um Beagle a correr atrás da sua bolinha, animal simpático que foi prenda de casamento de Jennifer Thornley (médica interna de hospital) para o seu marido.
Apesar dos esforços do seu proprietário, homem pouco expedito, mal informado e de limitado engenho (nós vimos um vídeo do acontecido), os dois mastins caíram sobre o desafortunado Beagle e esfrangalharam-no num ápice.
Um dos mastins assassinos é de raça Bully Kutta (o branco), também conhecida como “Mastim Paquistanês”, raça canina rara do Médio-Oriente, normalmente utilizada nas ilegais lutas de cães. Pensa-se que o Bully Kutta descende do extinto Alano, cão usado pelo Exército Persa nas batalhas. A raça é hoje usada no Paquistão como cão de guarda e como cão de luta. 
O Bully Kutta é sensivelmente do mesmo tamanho de um Dogue Alemão ainda que mais musculado. Pode alcançar 110cm de altura ao garrote e chegar a pesar 90kg. Os Bully Kutta são cães extremamente rústicos e independentes, leais aos seus líderes e de personalidade dominante, atributos que levam a raça a ser considerada extremamente feroz, o que não impossibilita a existência no seu seio de indivíduos mansos e carinhosos, como de resto acontece em todas as raças.
Depois de identificado o seu proprietário, que Segunda-feira se apresentou voluntariamente na esquadra, os mastins viriam a ser apreendidos pela polícia local ao abrigo da Lei “Dangerous Dog Act” para avaliação, adiantando um porta-voz da “GMP” (Greater Manchester Police) que nenhum dos cães do Sr. Baxter era de raça ilegal?! 
Como se calcula os donos do falecido Beagle continuam inconsoláveis com a sua perca e o dono dos mastins chocado com o seu comportamento, adiantando que não os treinou para aquele fim, que os seus cães sempre se comportaram bem com outros cães e que eram grandes amigos da sua filha de três anos de idade, adiantando ainda que “mesmo que eles não sejam abatidos, terão que ser reeducados” (closing the stable door after the horse has bolted!).
Esta escusada morte e brutal desfecho, seriam evitáveis se os proprietários dos cães envolvidos usassem de maior cuidado com os seus animais e com os alheios, porque segundo o que nos foi dado a observar por um vídeo de uma camionista que mostra o sucedido, todos os cães estavam soltos e o seu ensino era escasso ou inexistente, o que demonstra o tamanho da ingenuidade daqueles donos e o seu despreparo enquanto proprietários caninos. E gente assim desprevenida temos por cá nós aos milhares, quase que arriscaríamos a dizer aos milhões, que todos os dias sujeitam os seus cães a uma verdadeira roleta russa baseados na sorte que raramente perdura.
Caro leitor, caso tenho um cão pequeno ou toy, nunca o solte nos parques públicos, mormente quando ele não lhe obedece à chamada, é conflituoso e tem tendência para se afastar em demasia. E se mesmo com ele atrelado, algum cão tentar agredi-lo, coloque-o rapidamente ao seu colo. Soltar cães (sejam grandes ou pequenos), como aconteceu no relato anterior, pode ter um preço que ninguém está disposto a pagar. 
Evite também jogar um brinquedo e mandar o seu cão buscá-lo no meio de outros cães, porque isso é mais do que suficiente para estalar uma briga das boas com consequências nem sempre previsíveis. 
Quando sair à noite com o seu cão, escolha áreas mais iluminadas e com movimento de pessoas. Para além de não dever soltar o cão e a pensar na sua salvaguarda, quiçá na de ambos, não se embrenhe em matas ou jardins escuros, locais preferenciais onde os cães agressivos são soltos pelos donos. A propósito, do que espera para ensinar obediência ao seu cão?

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