A instrução deste Sábado
incidiu sobre a recusa de engodos e a prática da emboscada, subsídios de ensino
próprios do currículo dos cães de guarda. A recusa de engodos que operámos
visou impedir os cães de comer comida jogada no solo, valendo-nos para isso de
várias ratoeiras “modelo americano” engodadas com chouriço de carne frito. Os
cães que já haviam passado por estas armadilhas evitaram-nas e somente o CPA
Bor foi surpreendido por uma delas. Nota de destaque para o seu dono que inexplicavelmente
acabou também por entalar os dedos.
Cada vez é mais difícil
encontrar estas ratoeiras e tivemos que andar de drogaria em drogaria para
encontrar sete esquecidas em empoeiradas prateleiras. É possível que seja mais
fácil encontrá-las em feiras de artesanato e se assim é, iremos à próxima que
se realizar.
As primeiras emboscadas
aconteceram dentro de velhos edifícios de alvenaria e o objectivo foi o de
fazer com que os cães ladrassem à passagem de gente estranha ou suspeita, acção
de extrema importância para evitar que os donos venham a ser surpreendidos.
O Bor assimilou
naturalmente esta capacitação, ladrando amiúde e lançando-se sobre o suspeito
em fuga sempre que tal foi necessário, dificultando a vida ao seu condutor que
ainda se encontra coxo e que há pouco tempo largou as canadianas.
A Hope já não é a inocente
cadela que fugia de tudo e de todos, porque descobriu que tanto pode defender-se
como atacar, não hesitando em defender o dono nas situações em que tal se
justificou, mostrando uma ferocidade digna de destaque.
Apesar dos esforços do
Tomás, A Ginja ainda não se encontra à vontade nestas acções, mostrando algum
receio e pouca apetência para emboscadas e perseguições. Mas quando acordar,
por causa de ser negra e mal se ver, virá a ser um caso sério.
Passámos depois para as
emboscadas aos caminhos, tirando partido dos vários arbustos existentes e aguardando
a passagem dos elementos suspeitos. Todos os cães mostraram-se à altura e as
suas arremetidas valeram pela prontidão e pelo ímpeto.
Como vem sendo hábito, até
os coxos correm entre nós, razão porque tantas vezes somos considerados
milagrosos. Hoje o coxo de dia foi o Paulo Motrena, que apesar das dificuldades
não estava interessado em ficar ainda mais coxo.
Rijo, muito rijo esteve o
Slinky, que foi um verdadeiro devorador de sticks e que também deixou o João
Graça lesionado na mão esquerda. Apesar do seu peso e tenra idade, este
Rottweiler está a fazer arremetidas superiores e em suspensão.
O Tomás viu-se aflito para
defender os ataques que o Bor lhe fazia e o Paulo viu-se ainda mais enrascado
para segurar o Pastor Alemão.
E se a Hope esteve bem
entre muros, melhor esteve no mato, aparecendo de surpresa e sempre pronta a
escorraçar os inimigos que tinha pela frente, fossem eles grandes ou pequenos.
Trabalhámos debaixo de chuva
e cheios de alegria, lamentando que ela não fosse mais forte e demorada. O
tempo esteve de feição e o vento não se fez sentir, a temperatura esteve amena
e o trabalho rendeu.
Participaram nos trabalhos
os seguintes binómios: João Graça/Hope;
Nuno Falé/Ginja; Paulo/Bor e Tomás/Slinky. A reportagem fotográfica coube à
Patrícia e ao Treinador. Sentiu-se a falta de alguns binómios que breve
retomarão os trabalhos em atraso. Para a semana, outra coisa não seria de
esperar, esperam-nos novas tarefas e experiências.
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