Em matéria de processos no
que à sociabilização canina diz respeito, temos assistido a dois erros crassos
sustentados por adestradores pouco experimentados: uns forçam-na e outros
esperam que ela aconteça, como se a tarefa em questão não tivesse regras ou
dependesse de um milagre. Um determinado cavalheiro, quando respondia por uma
escola canina, tinha por hábito separar os cães agressivos que lhe chegavam
daqueles que estava a ensinar, remetendo os recém-chegados para lá da cerca da
pista para que se “sociabilizassem” pela familiarização! É evidente que não
alcançou grandes resultados disso, a não ser pôr os donos a olhar para o boneco
e receber mensalidades por nada ter feito, já que alguns dias depois (por vezes
a “obra” demorava mais de um mês ou dois) mandava entrar os cães arredados para
junto dos outros, o que por norma resultava numa épica batalha circense!
E como não há duas sem
três, dizem, conhecemos um com um grau de tolice mais elevado e que ainda por
cá anda, adepto do “eles que se entendam”, que mandava e deve continuar a
mandar soltar os cães “à molhada”, sociabilizados com não-sociabilizados,
conhecidos com desconhecidos, não atentando para a idade, sexo, tamanho ou
condição física dos cães ao seu encargo, o que resultava num verdadeiro
martírio para os mais fracos e indefesos!
O procedimento que sempre adoptámos
para os cães agressivos que nos chegam, considerando que a separação só atrasa
o seu processo de sociabilização, que esta é obra humana e que a familiarização
que a sustenta não acontece à distância, sempre foi o de incorporá-los
imediatamente nas classes com o açaime posto.
Com a habituação aos companheiros
de classe e com os indispensáveis reparos dos donos, rapidamente estes cães se
sociabilizam sem quaisquer riscos para si e para os outros. Assim procedemos,
temos procedido e continuaremos a proceder (os resultados falam por si!).
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