Lá pelas berças dizia-se
que um burro carregado de livros era um doutor. Apesar de não querer ser burro,
cada vez que saio à rua com um cão arrisco-me a ser doutor, porque são tantos
os conselhos que me dão sem os pedir e a “erudição” que me é bombardeada, que
este doutoramento ao ar livre acabará por me ser outorgado por um estabelecimento
superior de ensino à minha revelia. A última grande verdade insofismável que
ouvi, quando sorrateiramente intentava treinar uma Bull Terrier, foi que a raça
da cadela não se dava com gatos, parecer atribuído a especialistas pelo homem
que me interpelou. Em tempos idos teria mandado bugiar aquele indivíduo mas
agora já não o faço, porque como ele há muitos e aguardo pacientemente que depois
de falarem para si mesmos, optem por seguir o seu caminho o mais rápido
possível (por vezes tenho sorte, outras não!).
Antes que um parecer
destes seja aceite como verdade nalgum rincão, passe a lei e os Bull Terriers
venham a ser corridos à pedrada por donos de gatos em pânico, o que pouco estranharia pela ignorância que
por aí vai, esclarece-se que todos os cães podem e devem ser sociabilizados com
outros animais (gatos inclusive), porque doutro modo serão considerados
perigosos à luz da lei em vigor nesse sentido. Ademais, não existe nenhuma raça
canina incompatível com gatos mas raças que deverão iniciar essa sociabilização
mais cedo, por volta das 8 semanas de idade, para que os cachorros delas provenientes
entendam os gatinhos como seus congéneres. Relembra-se que a sociabilização dos
nossos cães é tão importante para a sua sobrevivência quanto a “recusa de
engodos”. Com o que me irão atazanar amanhã? Deus sabe, eu não!
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