Um Pastor Belga Malinois
chamado “Mali”, pertencente às forças especiais britânicas a operar no Afeganistão
recebeu a “Medalha Dickin”, condecoração animal equivalente à “Victoria Cross”
que é atribuída aos humanos, pelo que será o 69º animal militar a recebê-la,
sucedendo a 32 pombos, 31 cachorros, 4 cavalos e um 1 gato.
O Mali foi treinado com
cão de ataque e também como detector de explosivos, trabalhando na ocasião com
o “Special
Boat Service” em Kabul, numa operação de varrimento típica de guerrilha
urbana. Segundo o testemunho dos soldados que participaram naquele assalto, o
cão evitou que tomassem um caminho armadilhado que tiraria a vida a todos,
sendo considerado por estes um verdadeiro anjo da guarda.
Não obstante, apesar de só
se ter dado por isso no fim das hostilidades, o Malinois acabou gravemente
ferido e teve que ser evacuado às costas dum soldado, apresentando feridas em
várias partes do corpo. Hoje arredado do serviço activo, encontra-se destacado no
Corpo Veterinário do Exército Real (RAVC), onde presta serviço como cão de
treino (desmame de maçaricos).
Orgulhar-se-á este cão de
tão alta condecoração? Os seus filhos, caso os tenha, sentir-se-ão honrados?
Olhará para as suas feridas e sentir-se-á um herói? Não teria ido enganado para
aquele conflito? O que de melhor deveriam ter feito ao pobre coitado? Obviamente
terem-no livrado daquela maldita guerra! E depois, se um cão é um “Anjo da Guarda”
por salvar vidas, que tipo de anjos serão aqueles que põem as dos outros em
risco? Nesta história do “Mali” quem tem razões para estar grato são aqueles
que salvou, que assim puderam retornar a casa e abraçar demoradamente os seus.
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