Tenho sérias dúvidas que
este relato seja verdadeiro, mas é bonito e impossível não é, pois já tivemos
notícia de situações idênticas e os cães não param de nos surpreender. Dizem
que Wolfgang Amadeus Mozart, um dos génios musicais do Séc. XVIII, cuja genialidade
foi reconhecida pelas principais Cortes da Europa, tinha uma má relação com o
dinheiro ao ponto de não se saber governar, fragilidade que levou muitos
oportunistas a explorar a sua ingenuidade e arte (disto não restam dúvidas).
A sua vida de casado bem cedo
começou a desmoronar-se e a mulher acabou por abandoná-lo. A mãe que ele tanto
amava adoeceu gravemente e viu-se obrigado a vender composições para lhe comprar
remédios. Apesar do esforço, ela viria a falecer alguns meses depois,
deixando-o triste e desiludido.
Doente, viria a morrer no
dia 5 de Dezembro de 1791, sendo apenas acompanhado na agonia pelo seu cão. Foi
enterrado em Viena numa vala comum, normalmente destinada aos indigentes, sem
qualquer placa ou lápide com o seu nome.
A sua mulher, Constanze
Weber, que se encontrava em Paris, ao ter notícia da morte de Mozart partiu
para Viena a fim de visitar o túmulo do marido. Ao chegar lá, ficou chocada ao
saber que o seu ex-marido havia sido enterrado como um indigente, sem que lhe atribuíssem
um placa ou uma lápide.
Desesperada, resolveu vasculhar aquele cemitério à
procura de alguma pista que lhe indicasse onde o músico fora enterrado. Naquele
dia chovia e fazia frio na Capital austríaca. Procurando entre os túmulos,
reparou num pequeno corpo congelado sobre terra batida. Ao acercar-se dele, viu
que se tratava do cachorro predilecto de Mozart.
Foi graças ao amor
incondicional daquele cão que o cadáver de Mozart foi encontrado e removido da
vala comum para outra individual e identificada. Hoje, quem for a Viena e
visitar o Cemitério de São Marcos, verá um grande mausoléu onde estão os corpos
do grande compositor e o do seu cão.
Alguns cães têm morrido
junto às sepulturas dos seus donos e continuarão a morrer, permanecendo ali desinteressados
da vida até que finalmente a morte os toma, amigos que vale a pena exaltar pela
extrema dedicação aos seus companheiros humanos.
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