quinta-feira, 21 de abril de 2016

PARA OS QUE COMEM FRUTA NÃO HÁ NADA COMO A MAÇÃ BRAVO-DE-ESMOLFE

Sempre ouvi dizer, não sei se com razão ou não, que “de médico e de louco todos temos um pouco”, a verdade é que sempre gostei de maças bravo-de-Esmolfe, pera rocha, cerejas e romãs (já cá  não está que me trazia as primeiras que apareciam e que levou com ela os mimos que me dava, descansa em paz Beatriz Alice que breve nos reencontraremos). Adianta-se para os menos versados em fruta, que a maça bravo-de-Esmolfe é genuinamente portuguesa, da região de Esmolfe, Penalva do Castelo, na Beira Alta, ao que parece com “Denominação de Origem Protegida” (DOP) pela União Europeia. Trata-se de uma maça outrora outonal, macia, perfumada, de sabor único e intenso, com a qual se faz um bolo de maça divinal. Eu não a troco por nada e quando a não tenho, conformo-me com a reineta que não é bem a mesma coisa. Outras não como, sejam espanholas ou doutros lados, mando-as comer a quem as produz, porque sabem a água e água temos nós muita em Portugal.
Segundo os investigadores da Escola Superior de Saúde Egas Moniz (será que ainda cá estão todos ou já emigraram alguns?), a maior instituição privada de ensino superior em Portugal dedicada ao ensino superior na área da saúde, “as maçãs da variedade Bravo Esmolfe, a mais produzida na Beira Interior, têm propriedades fitoquímicas que ajudam o organismo humano a prevenir diversos cancros”, sendo esta é a conclusão mais importante retirada do denominado “Projecto 930”. Para além dos investigadores da Escola Superior de Saúde Egas Moniz, participaram ainda neste estudo a Cooperativa Agrícola de Mangualde, o Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, através da Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, o Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (IBET), da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa (FF/UL) e a Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, que durante vários meses estudaram as propriedades fitoquímicas e as fibras das maçãs de variedades regionais das Beiras e de cultivares exóticas e os seus benefícios para a saúde, apresentando as suas conclusões no passado dia 31 de Janeiro na Faculdade de Ciências da Saúde da UBI, na sessão de encerramento do Programa Agro.
Agostinho de Carvalho professor no Instituto Egas Moniz adianta que “as análises preliminares da maçã Bravo Esmolfe sugeriram que este fruto apresenta uma grande concentração em compostos bioactivos (polifenóis e fibras) e um elevado poder antioxidantes, podendo por isso ter características de alimento funcional, quer dizer, revelar influência positiva na prevenção de determinadas patologias, nomeadamente alguns tipos de cancros e doenças cardiovasculares”. Catarina Duarte, investigadora do IBET, adiantou que a variedade Bravo Esmolfe, é a que apresenta melhores características na influência positiva”, existindo, todavia, outras variedades “com resultados bastante positivos” e que “em comparação com as variedades exóticas, as maças regionais em estudo (Bravo Esmolfe, Pêro Pipo e Malápio da Serra) apresentam maiores actividades antioxidante e biológica, evidenciando desta forma características de produtos funcionais” (se eu não tivesse maçãs Bravo Esmolfe em casa, saía já à rua a comprá-las!).
Dito isto, é chegada a hora de falar dos cães que comem fruta, que obviamente deverão ser convidados a comer Maçã Bravo Esmolfe, no que deverão ser acompanhados pelos donos considerando os benefícios para a saúde de ambos, procedimento que pode enquadrar-se naquilo que entendemos por medicina preventiva, sabendo-se da maior incidência de vários tipos de cancro sobre homens e cães. Fica o conselho, oxalá alguém nos oiça. De igual modo aconselhamos os nossos leitores estrangeiros cujos cães gostam de fruta, a escolherem aquelas que maiores benefícios oferecem para a saúde dos seus fiéis amigos.  

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