Que as raças caninas
padronizadas apresentam sérios problemas físicos que afectam a sua saúde,
bem-estar, longevidade e sobrevivência já todos sabemos, porque saltam à vista
e é não preciso ser-se especialista para os identificar. Neste Novo Milénio,
mercê de erradas políticas de selecção, que duram pelo menos há 100 anos, aos
problemas físicos dos cães com pedigree vieram juntar-se outros de origem
psicológica, uns como reflexo das suas menos-valias ou incapacidades físicas e
outros decorrentes de desequilíbrios vários que afectam a sua adaptação e viver
social, patologias menos visíveis mas observadas por quem os tem e trabalha, ainda
que intencionalmente encobertas por quem os cria. Nunca houve tantos cães
ansiosos e com comportamentos depressivos como agora, ao ponto de se tornar
corriqueiro administrar-lhes calmantes, ansiolíticos e antidepressivos, prática
que os vem tornando químico-dependentes de difícil desmame. Como nem sempre a
administração destes fármacos surte o efeito desejado, sobrando cães a quem
provocam uma reacção contrária, a castração surge como a derradeira opção para
os inadaptados, insatisfeitos e anti-sociais, solução draconiana que tende a
amainar os mais atribulados e aflitos.
Há que inverter quanto
antes esta tendência, pelo que importa denunciar o mal que continua a ser feito
aos cães, para que o peso da opinião pública possa travar este verdadeiro
martírio e holocausto canino, perpetrado por gente que para sonhar, sendo
hipócrita, torna a vida destes animais num verdadeiro pesadelo, ao criá-los à
revelia do seu bem-estar. Sempre ouvimos dizer que o cão é o melhor amigo do
homem, não estará na hora de tornarmos esse sentimento recíproco? Como posso
defender a Declaração Universal dos Direitos do Animal se faço vista grossa à
violação de todos os seus artigos?
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