Esta notícia já não causa
sensação no Reino Unido, onde infelizmente muitas vezes se repete e quase
sempre com graves repercussões, mas pode ser de extrema importância para nós,
considerando a possibilidade de enfrentarmos no futuro idênticas situações que
deverão ser evitadas, mediante maior sensibilização da opinião pública. Um
cego, o Sr. Stephen Goulden, um sexagenário, junto com o seu cão-guia “Eaton”,
esperavam a Sr.ª Goulden, também ela invisual, na Estação de Comboios de Altrincham,
Grande Manchester. Inesperadamente, quando já se encontravam todos reunidos no
cais de embarque, eis que um Staffordshire Bull Terrier vindo da plataforma
contrária, cruza as linhas e decide atacar o cão-guia, um cruzado de Pastor com
Retriever, extraordinariamente dócil e que já havia sido alvo de um ataque
anterior. No meio da confusão, desinteressando-se do cão, o Staffordshire acabou
por atacar a Sr.ª Goulden, a quem desferiu uma valente dentada na perna
direita. O ataque durou cerca de 20 segundos e parece ter sido suspenso pelo
dono do agressor que apenas lhe disse “não”. Como consequência do ocorrido, a
invisual acabou por receber tratamento hospitalar.
Eu testemunho da
existência de Pitbulls e Staffordshires extremamente meigos e dóceis, alguns até
aproveitados como cães de terapia, o que não me impede dizer que são excepções,
fruto de uma selecção invulgar e propriedade de gente capaz, condições
infelizmente pouco comuns. Quando se fala em jihadistas e nos ataques
terroristas que comentem, vêm-nos à memória indivíduos alheios à nossa cultura,
valores e religião, porque assim tem vindo a suceder. Mas o que dizer de
indivíduos que têm cães para atacar gente inocente e indefesa? Não pertencerão
eles à mesma categoria de “pessoas”? É interessante relembrar que antes de se
tornarem “guerreiros sagrados”, muitos dos jihadistas foram criminosos de
delitos comuns, evoluindo por pseudo-investidura para facínoras. Diante deste
flagelo e perante episódios como o ocorrido em Manchester, porque urge combater
também o terrorismo doméstico, mais do que indexar os cães, importa
responsabilizar e penalizar os donos para impedir os seus ataques.
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